É a primeira vez que Kiev anuncia um ataque a Pyongyang – e “pela primeira vez em gerações, tropas da Ásia Oriental estão ativamente envolvidas num conflito europeu”. Não se sabe do que as tropas de Kim Jong-un são capazes.
As tropas norte-coreanas recentemente destacadas para ajudar a Rússia na guerra com a Ucrânia foram alvo de fogo ucraniano, afirmou esta terça-feira Andrii Kovalenko, chefe do centro de combate à desinformação do Conselho de Segurança do Governo de Kiev.
“As primeiras tropas norte-coreanas já foram bombardeadas na região de Kursk”, escreveu Kovalenko na rede social Telegram, sem fornecer pormenores. Estas afirmações não foram ainda confirmadas por fontes independentes.
Trata-se da primeira vez que um funcionário ucraniano afirma que as unidades oriundas de Pyongyang foram atingidas, na sequência de um destacamento que está a dar ao conflito em curso desde fevereiro de 2022 uma nova dimensão.
Já seguiram 12 mil — e podem seguir muitos mais
A Rússia e a Coreia do Norte têm incrementado as relações sobretudo depois da invasão russa da Ucrânia.
A Coreia do Sul, a Ucrânia e os Estados Unidos denunciaram nos últimos dias que Pyongyang enviou até 12 mil soldados para a Rússia alegadamente para combaterem as forças ucranianas, nomeadamente na região russa de Kursk.
A Coreia do Norte e a Rússia não confirmaram explicitamente o destacamento norte-coreano, mas argumentaram que a sua cooperação militar está em conformidade com as leis internacionais.
Segundo relata a agência noticiosa Associated Press (AP), os governos ocidentais esperavam que os soldados norte-coreanos fossem enviados para a região fronteiriça russa de Kursk, onde uma incursão iniciada há três meses pelo exército ucraniano constitui a primeira ocupação de território russo desde a Segunda Guerra Mundial e tem envergonhado o Kremlin.
Uma análise publicada esta terça-feira pelo Conselho Europeu das Relações Externas, um grupo de reflexão internacional, adiantou que mais tropas do exército norte-coreano, com 1,3 milhões de efetivos, poderão ser destacadas para a Rússia.
“Apesar dos desafios de integração – incluindo as barreiras de comunicação e as diferentes doutrinas militares – o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia representa uma mudança significativa nas relações de segurança entre a Europa e a Ásia. Pela primeira vez em gerações, tropas da Ásia Oriental estão ativamente envolvidas num conflito europeu”, referiu a análise.
As tropas norte-coreanas, cuja qualidade de combate e experiência de batalha são desconhecidas, estão a contribuir para o agravamento da situação da Ucrânia na linha da frente.
Sabrina Singh, porta-voz do Pentágono, lembrou que o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, já tinha avisado publicamente que caso os soldados da Coreia do Norte fossem utilizados no campo de batalha, seriam considerados beligerantes e alvos legítimos, com sérias implicações para a segurança na região do Indo-Pacífico.
O Pentágono afirma que não haverá limites à utilização de armas norte-americanas pela Ucrânia se a Coreia do Norte se juntar à luta com a Rússia, com o presidente Joe Biden a classificar como “muito perigoso” o escalar da situação.
Rússia implacável nos últimos meses
As defesas ucranianas, especialmente na região oriental de Donetsk, estão a ceder à pressão da dispendiosa mas implacável investida russa ao longo de meses.
Os avanços russos aceleraram recentemente, com ganhos no campo de batalha de até nove quilómetros em algumas partes de Donetsk, segundo avançou o Ministério da Defesa do Reino Unido na rede social X.
A Rússia tem um número superior de tropas e, apesar das pesadas baixas, a campanha de recrutamento do Kremlin (presidência russa) está a fornecer novos soldados, os suficientes para manter a pressão na frente de combate.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas também parece uma promessa de que a ajuda à Ucrânia irá acabar, temendo os ucranianos que o republicano os obrigue a negociar com a Rússia em condições muito duras e favoráveis a Moscovo.
Tratado de defesa mútua ratificado
A câmara alta do parlamento da Rússia ratificou o tratado de defesa mútua com a Coreia do Norte. Esta votação do Conselho da Federação, que ocorre duas semanas depois da dos deputados, não suscitou dúvidas e nenhum senador votou “contra”.
Concluído durante uma rara visita de Vladimir Putin a Pyongyang em junho, este tratado prevê, nomeadamente, “ajuda militar imediata” recíproca no caso de um ataque contra um dos dois países.
ZAP // Lusa
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Isto tem tanto valor como a afirmação de que “Um funcionário ucraniano” afirmar que matarm o o pai natal em combate.
És um badass!
Quando começarem a aparecer corpos e prisioneiros norte coreanos, a dúvida vai-se dissipar.
Coitados desses soldados norte-coreanos, arrastados para uma guerra que não lhes diz nada.
Mas não podem desertar porque as suas famílias estão reféns na Coreia do Norte, e campos de trabalho forçados esperam-nos nessa eventualidade.