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Sócrates diz que é tempo de as pessoas verem que a Justiça cometeu um erro monstruoso

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José Goulão / Flickr

Ex-primeiro ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

Ex-primeiro ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

O ex-primeiro-ministro José Sócrates reafirmou hoje, numa carta enviada à SIC e ao Jornal de Notícias, que o processo contra si “tem como verdadeira motivação” impedir a vitória do PS nas legislativas de outubro.

“À medida que o tempo passa cresce a legítima suspeita de que este processo tem como verdadeira motivação condicionar as próximas eleições e impedir a vitória do PS” escreveu José Sócrates que repete uma acusação já feita em junho.

Para o antigo primeiro-ministro, a ‘luta’ eleitoral “não compete à justiça, mas à política”.

Ao longo da carta, José Sócrates defende também a sua inocência e que os nove meses de prisão preventiva que já cumpriu devem “suscitar uma reflexão no país, no sistema de justiça e em todos aqueles que acreditam nos valores fundamentais do Estado de Direito sobre o que aconteceu”.

Depois, contesta vários argumentos como o perigo de fuga que, diz, justificaram a sua prisão preventiva, e lembra que “vinha a entrar e não a sair do país”.

“As autoridades decidiram esconder e ignorar o e-mail em que lhes comunicava a disponibilidade para comparecer imediatamente para prestar todos os esclarecimentos que me pedissem”, justifica, para salientar que “o perigo de fuga não foi apenas uma ficção, mas uma burla”.

Salientando que nove meses depois da sua prisão o “Ministério Público ainda não foi capaz de apresentar a acusação”, situação que reconhece estar dentro da legalidade, José Sócrates reafirma ser esta uma “acusação totalmente absurda, totalmente infundada e totalmente injusta”.

O antigo chefe do Governo volta também a afirmar não ter cometido qualquer crime e coloca em causa que a investigação aponte vários modelos, países e acontecimentos passíveis de constituírem crimes mas que depois não apresente “provas convincentes daquilo que afirma”.

“E é tudo isso que falta neste processo”, disse.

Na carta ao Jornal de Notícias, José Sócrates refere ainda que “o que este enorme desnorte da investigação revela é que todo este processo foi, desde o início, de uma enorme precipitação e uma incrível leviandade” e que “vai sendo tempo de reconhecê-lo”.

Sem provas apresentadas, José Sócrates sustenta que a sua prisão “terá de ser considerada um abuso imperdoável, estranho à realização da Justiça”.

“Pela minha parte, compreendo que as pessoas precisem de um certo tempo para finalmente se resignarem à ideia de que, por incrível que pareça, a Justiça cometeu mesmo neste caso um erro monstruoso“, sublinhou.

Apesar de apenas hoje revelada, a carta de José Sócrates está datada de 15 de agosto.

/Lusa

19 Comments

  1. “vinha a entrar e não a sair do país”… e eu com bilhete para o Brasil dias depois, o sr juíz dizer-me-ia “…ora está despachado, uma boa tarde para o senhor e passe bem”… despudoradamente… A tese “ps não ganhar as eleições” além de caber no ridículo abre a ideia de “justiças”… a que investiga, a que julga e a que manda destruir escutas com ‘legítimos’ repastos p’lo meio…

  2. Acredito que não libertem o Engº.José Sócrates. O homem está a causar um enorme pavor tanto aos adversários como aos camaradas.

  3. A verborreia deste senhor não é novidade. As artimanhas que ele e o seu advogado fazem para tentar deixar uma dúvida razoável na opinião pública e justificar o injustificável estão à vista de toda a gente. Este fulano devia combater pela inocência que diz ter na justiça, não nos jornais nem nos recados que já poucos ouvem sem a natural indiferença. O processo deste senhor passou por cerca de 40 magistrados, em três tribunais e julgo que apenas 1 Juiz lhe deu razão (98% sustentam os procedimentos do TIC+Ministério Público, que ele tanto contesta). 98% dos juizes? é a habitual “intentona” e a habitual “infâmia”. Enfim, a “narrativa” do costume deste personagem. Este é um Processo político? até dá vontade de rir ….

  4. a justiça em portugal é como um jogo de futebol o juiz de campo é o tribunal central e os ficais de linha são o ministério público penso que é melhor irem a Espanha pedirem uns juízes para arbitrarem o jogo

  5. Pois é, mas o preso 44 ainda vai penar e ter de justificar a origem de tanto dinheiro para quem não faz nada na vida e que, quando fez, ganhava cerca de 6 mil euritos mensais.Como poder ter aquela vida faustosa em Paris, um carrão topo de gama, uma casa no Centro de Lisboa, quadros, pagar a prestação da quinta da ex mulher, comprar livros que diz que fez e não fez…
    O Costa nada diz porque deve saber o q se passa…
    Faz bem António Costa pois esse seu ex primeiro ministro iria conspurcar a sua campanha eleitoral…´
    Deixem a justiça fazer o seu caminho e nada de pressões pois a medida vai ser reavaliada em breve como é de lei.

  6. Como preso e em democracia e respeito pela justiça não será tempo de o senhor Sócrates e quem lhe dá cobertura de não se poderem prenunciar consoante querem e desejam?

    • Sócrates tem temporização, “espoletas”, “gatilhos”, tem mouche, só que em vez de pólvora tem cinzas e a ‘gun’ é retórica de marketing e comunicação na presunção de labrego!

  7. hoje li num jornal diário que o supremo tribunal e a relação ainda não tinham decidido qual era o tribunal que iria julgar o Sócrates o passos o portas os secretários que tem vendido o país os que continuam a roubar na reforma dos pensionistas os que roubaram todas aquelas pessoas do bes os juízes os procuradores e todos os que andam há 40 anos a roubar o povo para esta gente só havia um tribunal o do povo e a pena deveria de ser a do templo de diana em Évora tenho dito .

    • Uma “pausasinha”: Ou não conferiu a data, as personagens do conto, ou não entendendo, decidiu dar voz ao inconsciente e leu outra coisa!
      Se até Novembro o processo pode ser arquivado, suspenso provisoriamente ou passar à fase da instrução – a decorrer – Ainda sem debate e decisão instrutória, despacho de pronúncia, como é que o supremo e a relação – logo os dois – andam a pensar nisso? É que dada as molduras penais possíveis não é conhecido, a haver julgamento, o tipo de tribunal – singular (< 5 anos) ou colectivo!

  8. Nove meses preso.
    Acusação – Nenhuma até hoje.
    Entretanto a roubalheira é cada vez maior.
    Ou seja, os gatunos têm estado todo este tempo cá fora…

  9. “ … volta também a afirmar não ter cometido qualquer crime … a Justiça cometeu mesmo neste caso um erro monstruoso, sublinhou.” O erro não está a ser cometido agora. Foram cometidos vários e durante anos. Se não, vejamos: o erro quando o então presidente do Supremo, Noronha do Nascimento, mandou destruir as escutas do processo Face Oculta; o erro quando ”atrapalharam” as investigações do Freeport; o erro das ”forças maiores” na Procuradoria Geral da República, que se intrometeram e até mandaram parar investigações em curso, conforme foi noticiado. Estes são os mais evidentes. Ante o exposto, só posso concordar com o Sr. José Sócrates quando escreve: ”…“suscitar uma reflexão no país, no sistema de justiça e em todos aqueles que acreditam nos valores fundamentais do Estado de Direito …” Quando Cândida Almeida, na altura directora do DCIAP, afirmou que em Portugal não existem políticos corruptos, deveria ter trocado a palavra corruptos por punidos. Assim estaria certo.

  10. Agora é que viste o erro monstruoso? Agora é que chegaste à conclusão que o pintanho mais o pequenino noronha só prejudicaram a Justiça? Quando eles destruiam escutas e tudo quanto te pudesse incriminar? Quando esse tal pinto não deixava que os procuradores se interrogassem? Que ficou tudo em águas de bacalhau com o caso Freeport e outros????

  11. Eu já vi há muito tempo que a Justiça cometeu muitos erros monstruosos. Foi nos tempos do pintainho monteiro e pequenino noronha. Se não fosse isso já há muito que estavas atrás das grades. Agora tens que justificar, com o teu amigo santos, para que serviam as dezenas de contas que ele tinha na Suiça!!!

  12. Desta vez Sócrates está cheio de razão.
    A Justiça cometeu um erro monstruoso quando não conseguiu em tempo, interceptar, anular e castigar os negócios sujos e a corrupção, que Sócrates fez em muitas áreas e durante vários anos.
    Outro erro monstruoso que a Justiça se prepara para fazer, é deixar prescrever todos os crimes de José Sócrates.

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