A Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) divulgou esta segunda-feira um relatório no qual considera a situação na Ucrânia “alarmante”, com os civis a serem “sequestrados e detidos arbitrariamente, torturados, ameaçados e discriminados, especialmente na Crimeia”.
O relatório “Ucrânia: as vítimas esquecidas” denuncia “os graves abusos de direitos humanos cometidos entre Novembro de 2013 e Fevereiro de 2014″ no Leste do país, alguns dos quais são classificados “crimes internacionais“.
Realçando que o relatório resultou de uma missão à Ucrânia realizada em Junho passado, a organização de direitos humanos com sede em Paris garante que se baseia em “informação fiável, factual e cruzada” entre várias fontes.
Reconhecendo que “tem sido extremamente difícil documentar as violações de direitos humanos no contexto do conflito” em curso entre as tropas ucranianas e os grupos armados pró-Rússia, a FIDH garante que os civis estão a ser “apanhados” no fogo cruzado.
“As dificuldades [de documentar] devem-se à insegurança generalizada no território, aos obstáculos no acesso às zonas de conflito e ao trabalho de jornalistas e organizações não governamentais, ao receio de represálias por parte das vítimas, se prestarem testemunho, e à propaganda de guerra dos dois lados”, enumera a organização.
As autoridades ucranianas “são responsáveis pela protecção da população civil”, frisa a federação, apelando a Kiev que assuma essa responsabilidade, “desenvolvendo investigações transparentes e procedimentos contra os perpetrados de violações de direitos humanos e facilitando o acesso das vítimas à justiça”.
A FIDH apela também à comunidade internacional que continue a “monitorizar de perto a situação” na Ucrânia e “condene regular e publicamente qualquer violação da lei internacional e humanitária”.
/Lusa
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