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SEF suspende colaboração com associação de Setúbal. Dois mil ucranianos deixaram Portugal

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Bartlomiej Wojtowicz / EPA

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras decidiu suspender os pedidos de colaboração a pessoas ligadas à Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), após suspeitas de que refugiados ucranianos estão a ser recebidos em Setúbal por russos pró-Putin.

Na sequência de notícias que dão conta que refugiados ucranianos estão a ser recebidos por uma associação pró-Putin em Setúbal, que terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação, levando alguns a sentirem-se ameaçados, o SEF refere que “não tem qualquer protocolo assinado com a Associação EDINSTVO”.

“Não obstante, identificámos que foi solicitada pontualmente, pela Delegação de Setúbal do SEF, a colaboração de serviços de tradução, através de trabalho voluntário de uma cidadã de origem ucraniana, com nacionalidade portuguesa, que pertence à referida associação”, refere aquele serviço de segurança à Lusa, frisando que o presidente da associação “não prestou qualquer colaboração ao SEF”.

No entanto, a direção nacional determinou na sexta-feira que “as solicitações efetuadas a pessoas ligadas a essa associação fossem suspensas”.

Segundo o jornal Expresso de sexta-feira, nos serviços de apoio a refugiados da Câmara Municipal de Setúbal alguns ucranianos sentiram-se ameaçados por terem sido recebidos por responsáveis de uma associação pró-russa.

 

Pelo menos 160 refugiados ucranianos já terão sido recebidos por Igor Khashin, antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município setubalense.

Igor Khashin, líder da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e a mulher terão alegadamente fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal.

Igor Khashin e a mulher terão também questionado os refugiados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia.

A Associação dos Ucranianos em Portugal disse, entretanto, que há “por todo o país” elementos pró-Putin nas organizações que estão a acolher refugiados ucranianos, alertando tratar-se de um fenómeno que se repete em toda a Europa.

Entretanto, a Câmara de Setúbal retirou do acolhimento de cidadãos ucranianos a técnica superior de origem russa Yulia Khashin e vai pedir ao Ministério da Administração Interna que proceda a uma averiguação sobre a receção de refugiados por russos alegadamente pró-Putin.

Pelo menos 2.448 ucranianos deixaram Portugal

Esta semana, o SEF deu conta que atribuiu, desde o início do conflito na Ucrânia, 33.106 pedidos de proteção temporária a ucranianos e cidadãos estrangeiros que residiam naquele país, 22.208 dos quais a mulheres e 10.898 a homens.

Pelo menos 2.448 ucranianos saíram de Portugal e regressaram à Ucrânia nos últimos dois meses, segundo dados enviados à Lusa pelo SEF.

Segundo o SEF, os municípios que registam mais pedidos de proteção temporária continuam a ser Lisboa, Cascais, Sintra, distrito de Lisboa, Porto e Albufeira, distrito de Faro.

Dos 33.106 pedidos, o SEF emitiu 24.410 certificados de autorização de residência ao abrigo dedo regime proteção temporária.

Este certificado, emitido após o SNS, Segurança Social e Autoridade Tributária terem atribuído os respetivos números, é necessário para os refugiados começarem a trabalhar e acederem a apoios.

Os menores representam 11.410 do total de 33.106 proteções temporárias concedidas, dividindo-se entre acompanhados e não acompanhados.

O SEF já comunicou ao Ministério Público a situação de 526 menores ucranianos que chegaram a Portugal sem os pais ou representantes legais, casos em que se considera não haver “perigo atual ou iminente”.

O SEF comunicou também à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) a situação de 15 menores que chegaram a Portugal não acompanhadas, mas com outra pessoa que não os pais ou representante legal comprovado, representando estes casos “perigo atual ou iminente”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Não há para os portugueses mas há para os ucranianos? Desculpem primeiro os portugueses.
    Mas a Rússia fez algum mal a Portugal ? A guerra é com Portugal?
    Então por que razão Portugal quer fazer mal à Rússia ?
    Que raio de sanções à Rússia são estas em que o euro apenas em 2022 já perdeu mais de 13% em relação ao rublo e também em relação ao dollar ? Aliás o euro perde para todas as principais moedas enquanto curiosamente o dollar ganha a todas. O valor dos 13% que o rublo ganha ao euro é superior ao valor dos prejuízos causados pelas sanções. Acordem portugueses, as sanções não são contra a economia russa mas sim contra a economia europeia. É a agenda 2030 a todo o vapor. O caminho do colapso da nossa moeda para a criação de uma nova moeda digital está mais perto do que muitos imaginam.
    Dizem que metem sanções à Rússia mas quem se prejudica mais é a Europa, já repararam? É isso que tem estado a acontecer com o custo de vida das pessoas a aumentar como não se via há muitos anos. No entanto os grandes oligarcas do mundo enriquecem cada vez mais como por exemplo a Repsol a duplicar os lucros logo no primeiro trimestre do ano.

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