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Secretário de Estado confirma que sugeriu empresa de ex-sócio, mas nega favorecimento

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António Cotrim / Lusa

O secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo

João Paulo Rebelo confirmou que sugeriu a empresa de um ex-sócio para testes à covid-19, mas garantiu que a referiu “pela importância da capacidade” para testar.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, admitiu esta terça-feira ter sugerido a empresa de um ex-sócio para realizar testes ao novo coronavírus na região Centro. No entanto, avança o Observador, o governante nega qualquer “interesse económico” em fazê-lo.

O Ministério da Educação enviou uma nota ao diário na qual adianta que a empresa em causa tem como administrador um ex-sócio do secretário de Estado “numa sociedade que nada tem a ver com este setor de atividade” e da qual João Paulo Rebelo se desvinculou em 2015.

Não deixa de me causar uma enorme estupefação que se possa pensar que tive algum interesse próprio nesta associação que não fosse o de que – também na CIM [Comunidade Intermunicipal] Viseu Dão Lafões – se pudesse dar uma resposta eficaz a um problema que afligia, e aflige, todo o país”, lê-se na nota enviada ao Observador.

João Paulo Rebelo foi um dos cinco secretários de Estado nomeados a 6 de abril para coordenar a aplicação do estado de emergência em cada uma das regiões de Portugal. Numa reação à notícia avançada esta terça-feira pelo Correio da Manhã, o secretário de Estado explica que uma das missões enquanto coordenador “era realizar o maior número possível de testes covid-19“, tendo sido pedido a todos os coordenadores regionais que acompanhassem o processo.

“Foi nesta sequência que, nas diversas reuniões/videoconferências que fiz com as diferentes Comunidades Intermunicipais da Região, divulgando o protocolo, elenquei sempre as diversas entidades (públicas e privadas) que nos respetivos territórios teriam capacidade protocolada de resposta para a realização dos testes”, referiu.

A videoconferência com todos os Presidentes de Câmara da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões “não foi exceção”, sublinhou o responsável, admitindo que, nessa reunião, adiantou “que tinha conhecimento de que a empresa ALS tinha capacidade para realizar mais 200 testes diários, facto que era já do conhecimento de muitos dos senhores Presidentes de Câmara, inclusivamente do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Viseu”.

“Referi-o, sempre, pela importância da capacidade instalada que permitia dar uma resposta célere à operação e não deixando de referir a existência de outros laboratórios privados que poderiam ser mobilizados nesta missão”, justificou.

ZAP //

1 Comment

  1. Claro que não! Como se pode pensar “semelhante tal”?
    – Foi mero acaso, ia a passear na rua, deu um pontapé numa pedra e, de lá, saíu o ex-sócio…

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