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Rio garante que não está “agarrado ao lugar” (e ataca Rui Moreira e Carreiras)

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PSD / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

O presidente do PSD afirmou, esta quinta-feira, que assumirá a responsabilidade pelo resultado das autárquicas, sem apontar “um número mágico” de câmaras a vencer, e garantiu que não está “agarrado ao lugar”.

Numa entrevista à rádio Observador, centrada em grande parte nas autárquicas, Rui Rio, que completa esta quinta-feira três anos como líder do PSD, reafirmou que essas eleições “não são só vitais para o presidente do PSD”, mas também “para o partido e para o país”, considerando que são “até mais importantes do que as legislativas”.

O social-democrata rejeitou que o PSD esteja atrasado em relação à escolha dos candidatos autárquicos, dizendo que “nada” está a falhar no processo e destacando que, em 46 anos de história, esta é a primeira vez que o partido vai gerir autárquicas com um presidente que foi um autarca“.

“Isto só aumenta a responsabilidade que tenho sobre mim. Eu sei do que estou a falar, deem-me o benefício: sei o que estou a fazer”, afirmou, rejeitando críticas como as que já foram feitas publicamente pelo atual presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, que disse que o processo autárquico no partido “é uma inexistência”.

Esse é o pior, o mais incompetente, sendo ele o primeiro responsável pela desgraça de 2017, acha que tenho alguma coisa a aprender?”, ironizou, embora admitindo que Carreiras volte a ser o candidato do partido em Cascais, “se for proposto pela concelhia e aceite pela distrital”.

Sobre nomes concretos, o presidente do PSD não se comprometeu com nenhum (só a partir de 1 de março vão começar a ser anunciados), mas admitiu que o deputado e médico Ricardo Baptista Leite “encaixa bem” no perfil que se pretende para Lisboa, mas que “há outros” que também considera enquadrar-se, como Filipa Roseta.

Rio afastou também a possibilidade de o cabeça de lista poder ser do CDS-PP, caso avance uma coligação com este partido na capital. “Aqui em Lisboa não”, afirmou.

Rui Moreira “não é uma pessoa confiável”

Para o Porto, o líder do PSD foi questionado sobre a possibilidade de o candidato do PSD ser Vladimiro Feliz, seu antigo vice-presidente nessa autarquia, hipótese que não afastou, mas dizendo “ser suspeito” na sua avaliação por só poder “dizer bem” do seu nome.

Pelo contrário, Rui Rio foi muito crítico em relação a Rui Moreira, afastando completamente a possibilidade de o PSD poder vir a apoiar a sua candidatura, até depois de ter sido noticiado pelo semanário Expresso um jantar que envolveu dirigentes sociais-democratas.

“É alguém que tem um jantar, que é privado, que o mete em público e com uma mentira com o que lá se passou, que tinha sido convidado para ser candidato pelo PSD. Não é uma pessoa confiável“, considerou.

Segundo Rio, Rui Moreira propôs aos sociais-democratas que não apresentassem candidato no Porto e integrar na sua lista pessoas do PSD, o que foi recusado pelo partido. “Nós contrapusemos o contrário: o senhor não se candidata e nós ouvimo-lo na escolha do candidato à Câmara do Porto, e ele disse que não”, disse.

Rui Rio insistiu que há muito que avisa para o tipo de pessoa que é o atual autarca portuense, aludindo para o processo judicial no está a ser acusado de prevaricação. “Tem interesses imobiliários num dado município e vai para presidente da câmara desse município, ao ponto de ter uma acusação pesada e grave por força de ter misturado gestão autárquica com a gestão do património imobiliário da sua família”.

O líder do PSD insistiu ainda que nunca apoiaria um candidato como Rui Moreira. “Não quero ganhar autárquicas a qualquer preço, não vou apoiar um candidato que não corresponde ao modelo que entendo que deve ser o de um autarca”, atirou.

“Não estou agarrado ao lugar”

Questionado sobre como via a possibilidade de o eurodeputado Paulo Rangel estar a preparar uma candidatura à liderança do PSD – e por isso ter recusado disputar a Câmara do Porto –, Rio disse querer deixar uma mensagem “geral”, afirmando não estar a dirigir-se em concreto ao antigo líder parlamentar do PSD.

“As pessoas que olham para mim há muitos anos escusam de preparar o que quer que seja a seguir às autárquicas. Sei assumir as minhas responsabilidades. Se vir que correu mal, fico aqui a fazer o quê?”, questionou.

No entanto, o presidente do PSD recusou apontar um “número mágico” de câmaras que o partido terá de ganhar para considerar que teve um bom resultado, salientando que tal dependerá também da importância das câmaras que vier a ganhar ou a perder.

“Não há número mágico nenhum. Eu quero chegar a outubro, ou a dezembro, e ter mais presidentes de câmara e ter muitos mais eleitos, foi aí que levámos uma tareia e isso é o mais importante para o partido”, recorda, acrescentando: “Agarrado ao lugar não estou, estou a fazer um serviço”.

Questionado sobre se tem falado com Passos Coelho, a resposta foi clara: “Pouco”. Mas o atual líder não teve medo de deixar um elogio ao seu antecessor: “Ele não anda ai, e bem, a meter-se e a falar e a querer intervir”.

Rio afastou ainda a possibilidade de Isaltino Morais ser candidato pelo PSD e quase em absoluto a hipótese de ter o apoio do partido em Oeiras. O social-democrata também rejeitou que possa ‘impor’ o nome do ex-líder Pedro Santana Lopes em qualquer câmara, dizendo que este só será candidato se existir vontade das duas partes em algum município.

Rio voltou a excluir qualquer coligação pré-eleitoral com o Chega, mas disse nada poder fazer se, depois das eleições, algum eleito do PSD decidir fazer acordos com o partido liderado por André Ventura.

“Poderei aconselhar que não, mas não tenho poder nenhum, as pessoas depois de eleitas fazem como querem, vale para mim e demais partidos”, disse.

Sobre a intenção anunciada pelo PS de apresentar um projeto de alteração à lei eleitoral para as autarquias no sentido de corrigir as condições para a apresentação de candidaturas independentes, Rio lamentou a atitude geral – “o PS à mínima contestação recua” –, mas não afastou a possibilidade de ajustes a este diploma em concreto.

“Tenho de entender as críticas que estão em causa por parte dos independentes. Se forem justas, então acho que se tem de olhar, se não forem justas não”, disse.

Sobre a resposta à pandemia, Rui Rio admitiu que concordou com o alívio das medidas no Natal, algo do qual se mostra agora arrependido. “Não disse, como Angela Merkel disse, que ‘não há Natal’. E devia ter dito. O primeiro-ministro também devia ter dito, e o Presidente da República também devia ter dito”, afirmou.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. É mais confiável o Rui Moreira que o senhor Rui Rio e alguns responsáveis dos eu partido, o senhor desde que aceitou alguém nos órgãos do PPD para mim perdeu toda a credibilidade, esse alguém tinha julgamento marcado deixava que fosse o julgamento e então se ele não fosse condenado e provasse a sua inocência poderia aceitar, agora aceitar alguém que pago para adiar o julgamento? E porque ele fez misso?? Ou foi com a intenção de que seja tudo arquivado como tem sido com uma certa casta de gente?

  2. Estou -me completamente a borrifar para os fanáticos partidários, digo o que penso seja contra ou a favor de que partido for, tanto falo bem deles como mal assim eu o entenda, passe bem.

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