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Ricardo Salgado terá desviado 4,5 milhões do GES para uma conta da mulher

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Mário Cruz / Lusa

Ricardo Salgado, ex-presidente do BES

O Ministério Público acredita que Ricardo Salgado, o ex-presidente do BES, desviou uma verba da ordem dos 4,5 milhões de euros do Grupo Espírito Santo para uma conta da mulher na Suíça.

Este dado é divulgado pelo Correio da Manhã e pelo Observador com base numa carta rogatória enviada pelo Procurador Rosá‭rio Teixeira para as autoridades suíças, no âmbito da Operação Marquês.

Em causa está uma conta da Begolino SA, offshore sediada no Panamá, no banco suíço Lombard Odier. O Ministério Público acredita que esta sociedade pertencerá a Maria João Bastos Salgado, a mulher do ex-banqueiro.

Os 4,5 milhões de euros sob suspeita terão saído do Grupo Espírito Santo (GES) para outro banco suíço, o Pictet, a 22 de Novembro de 2011. Só posteriormente terão sido transferidos para a conta da Begolino SA no Lombard Odier.

“Importa identificar a conta de origem dessa operação, uma vez que se suspeita estarem em causa fundos com origem em contas do próprio GES de que o referido Ricardo Salgado se tenha indevidamente apropriado“, aponta a carta rogatória enviada para a Suíça, conforme cita o CM.

Quem é Pluto 49?

A mesma carta rogatória inclui o pedido às autoridades suíças para a investigação de contas de Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-dirigentes da Portugal Telecom, que são suspeitos de terem recebido luvas de Ricardo Salgado, no âmbito da venda da Telefónica.

O MP suspeita que Salgado pagou quase 100 milhões de euros em “luvas” a José Sócrates, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro e Armando Vara.

Há ainda, outra conta na Suíça que intriga os investigadores da Operação Marquês e que tem como beneficiária a entidade Pluto 49. Esta conta no Banco Pictet recebeu 450 mil euros do chamado “saco azul” do GES, a Espírito Santo Enterprises, a 20 de Setembro de 2007, conforme aponta o Observador.

“Suspeita-se de que a referida conta tenha como beneficiária uma pessoa da administração do GES ou da Portugal Telecom, representando o pagamento de uma remuneração oculta e indevida“, salienta a carta rogatória citada pelo CM.

Contabilista assumiu “erro” por “lealdade” a Salgado

Entretanto, o antigo contabilista do GES, Francisco Machado da Cruz, disse na quinta-feira, no Tribunal da Concorrência, da Regulação e Supervisão, que assumiu a omissão de 1,3 mil milhões de euros da dívida da Espírito Santo International por “lealdade” a Ricardo Salgado.

A dívida terá sido ocultada em 2008 e foi descoberta em 2013 e o contabilista nota que assumiu o “erro” porque tinha “muita estima” por Ricardo Salgado, conforme refere o Expresso.

“Tive que fazê-lo. Se dissesse que havia omissão da dívida desde 2008 por decisão de Ricardo Salgado, o grupo caía“, notou ainda, citado pelo Jornal de Negócios.

O contabilista também revelou que a decisão de omitir a dívida no sistema informático foi de Ricardo Salgado. “Não fico contente por o dizer, mas tenho que dizer a verdade”, apontou.

ZAP //

6 Comments

  1. O grupo caiu na mesma e agora estão cá os tótós dos contribuintes para injectar dinheiro. A única coisa que não se pode afectar é o bem-estar destes gatunos.

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