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Ramalho acredita que Novo Banco vai receber dinheiro do Fundo de Resolução (mesmo após travão no Parlamento)

António Pedro Santos / Lusa

O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, disse, em entrevista à SIC Notícias, que a instituição vai receber dinheiro do Fundo de Resolução, mesmo após o travão da Assembleia da República.

Em entrevista ao programa “Negócios da Semana” da SIC Notícias na quarta-feira, António Ramalho, presidente executivo do Novo Banco, disse acreditar que, apesar do travão na Assembleia da República, a instituição vai receber dinheiro do Fundo de Resolução.

“O Governo assumiu, desde o início, o seu desejo de cumprir religiosamente todos os dados do contrato“, disse António Ramalho. “Com um exemplo de cumprimento como este eu diria que não é na última prestação, no último momento daquilo que é um projeto de consolidação do sistema financeiro português, que nos vamos deixar abater por este percalço”.

No final de novembro, o Parlamento confirmou a votação na especialidade da proposta orçamental do Bloco de Esquerda que anula a transferência de 476 milhões de euros do Fundo de Resolução para o Novo Banco.

Ainda assim, Ramalho tem “a esperança que Portugal continua a ser um país que cumpre os compromissos que assume, quer seja para o Novo Banco, quer seja para a TAP”, disse.

O CEO do Novo Banco recusou dizer quanto é que a instituição bancária vai pedir ao Fundo de Resolução no âmbito do Acordo de Capitalização Contingente (CCA). O CCA ainda tem 914 milhões de euros por utilizar.

Prejuízos acima de mil milhões em 2020

Na mesma entrevista, o CEO do Novo Banco admitiu que tendo em conta os prejuízos que o banco traz dos trimestres anteriores, a instituição financeira vá ter prejuízos anuais de mais de mil milhões “em linha com o que orçamentámos”.

Ramalho explicou que “isto caracteriza o último ano de limpeza do legado do BES”, o que “aliás fazia parte do enquadramento dos acordos realizados em 2017”, sublinhou.

Sobre os resultados de setembro, onde o banco registou prejuízos de 853 milhões, Ramalho disse que foram influenciados por três fatores.

Primeiro, 260,6 milhões são resultado da avaliação independente aos fundos de reestruturação. Depois, o prejuízo deve-se a 727,7 milhões de imparidades e provisões, em resultado da descontinuação do negócio em Espanha e do agravamento do nível de incumprimento de alguns clientes, sendo 187,2 milhões de imparidade adicional para riscos de crédito decorrentes da pandemia. Por último, 26,9 milhões são de reforço da provisão para reestruturação.

Maria Campos, ZAP //

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