Queda de avião da Air India foi a mais mortal desde o voo MH17. Eis os maiores desastres do século

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(cv)

Investigação concluiu que o voo MH17 foi abatido por um sistema de mísseis russos, matando 298 pessoas.

Desastre desta quinta-feira causou mais de duas centenas de mortes. De Tenerife ao misterioso desaparecimento do voo MH370, recordamos os piores acidentes aéreos dos últimos anos.

A queda de um avião da Air India matou mais de 270 pessoas esta quinta-feira (12/06). A bordo da aeronave seguiam 242 pessoas: 230 passageiros, 10 tripulantes e dois pilotos que, segundo a companhia, eram indianos, britânicos, sete portugueses e um canadiano. Entre as vítimas encontram-se ainda pessoas que estavam na zona residencial atingida pela queda.

Daquele que foi o maior desastre de aviação em 11 anos, só uma pessoa saiu viva: o britânico Ramesh Vishwaskumar Bucharvada, de 38 anos, estava sentado no lugar 11A, junto à saída de emergência, que já descreveu o momento dramático do acidente.

O Boeing 787-8 Dreamliner, voo AI-171, partiu de Ahmedabad, no oeste da Índia, com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres, Reino Unido, e caiu poucos minutos após a descolagem.

O avião é considerado um dos meios de transporte mais seguros do mundo. Aliás, um Boeing 787 nunca se tinha despenhado. Mas quando há acidentes de avião, é um facto que o número de sobreviventes tende a ser reduzido.

Tenerife, 1977: a maior tragédia da história da aviação

Exemplo disso foi a colisão ocorrida a 27 de março de 1977, quando um Boeing 747 da KLM colidiu com um Jumbo da PanAm na pista do aeroporto de Los Rodeos, em Tenerife, Espanha, após ambos terem sido desviados para aquele aeroporto devido a um ataque com bomba no aeroporto de Las Palmas, nas Ilhas Canárias.

A explosão matou 583 pessoas, sendo esta a maior tragédia da história da aviação.

Recordemos alguns dos piores acidentes da aviação comercial nos últimos anos.

2025: colisão virou política nos EUA

Mais de 60 pessoas morreram quando um avião comercial colidiu com um helicóptero Black Hawk do Exército, a 29 de janeiro, e caiu no rio Potomac, perto do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington.

O voo 5342 da American Eagle, subsidiária regional da American Airlines, aproximava-se do aeroporto, vindo de Wichita, Kansas, quando, às 20h48 (hora local), colidiu com o helicóptero militar, que realizava um exercício de treino noturno com três soldados, que também morreram.

2024: ano com três desastres

O voo internacional 7C2216 da Jeju Air explodiu no Aeroporto Internacional de Muan a 29 de dezembro de 2024, matando todos os 175 passageiros e quatro dos seis tripulantes. Trata-se do desastre aéreo mais mortal ocorrido em solo sul-coreano.

O avião partira da capital tailandesa, Banguecoque, com destino a Muan, no sul da Coreia do Sul, e terá tentado uma aterragem de emergência. Após falhar a primeira tentativa devido a uma avaria no local de aterragem, a aeronave não conseguiu travar a tempo e embateu no muro do aeroporto, acabando por explodir.

Também no ano passado, no Cazaquistão, o voo J2-8243 da Azerbaijan Airlines caiu no dia de Natal, 25 de dezembro, após ser desviado da Rússia para o Cazaquistão, provocando 38 mortos – 29 pessoas sobreviveram, algumas das quais resgatadas de uma parte intacta da fuselagem.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, afirmou que o avião – um Embraer 190, de fabrico brasileiro – terá sido atingido acidentalmente por disparos a partir do solo russo.

No Japão, mais cedo em 2024, um avião da Japan Airlines  colidiu com uma pequena aeronave da Guarda Costeira na pista do aeroporto de Haneda, em Tóquio, no dia 2 de janeiro de 2024. Todas as 379 pessoas a bordo do Airbus A350-941 escaparam às chamas. Cinco dos seis tripulantes da aeronave mais pequena morreram.

A JAL afirmou que o incêndio terá sido causado pela colisão, logo após a aterragem, entre o avião de passageiros e a outra aeronave, que explodiu e foi consumida pelas chamas.

2023: 72 mortos no Nepal

Um avião bimotor ATR 72 da Yeti Airlines caiu perto do aeroporto internacional da cidade de Pokhara, durante a aproximação final para aterragem, a 15 de janeiro de 2023, após ter descolado da capital, Catmandu. Morreram as 72 pessoas a bordo.

O marido da copiloto do avião tinha morrido num acidente semelhante, 16 anos antes, a serviço da mesma companhia.

2022: o pior desastre na China em três décadas

O Boeing 737-800 da China Eastern Airlines caiu numa zona rural perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi, no sudeste do país, provocando um incêndio numa área montanhosa.

O acidente, ocorrido a 21 de março de 2022, matou as 132 pessoas a bordo e é considerado o pior desastre aéreo na China nos últimos 30 anos.

O voo MU5735 tinha descolado pouco depois das 13h (hora local) da cidade de Kunming, na província de Yunnan, sul da China, com destino a Guangzhou, e estava previsto durar apenas uma hora e 40 minutos.

2020: Irão abate Boeing por engano

A Guarda Revolucionária do Irão abateu um Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines (UIA) a 8 de janeiro de 2020, pouco depois da descolagem do aeroporto de Teerão, matando as 176 pessoas a bordo.

A autoridade da aviação civil iraniana culpou um radar desalinhado e um erro de um operador de defesa aérea. O relatório, de 285 páginas, concluiu que “o avião foi identificado como um objetivo hostil devido a um erro do operador do sistema defensivo aéreo situado nos arredores de Teerão”. Devido a este equívoco, “disparou dois mísseis” contra o aparelho, um Boeing 737-800 da Ukranian International Airlines (UIA), que tinha descolado do aeroporto de Teerão na manhã de 8 de janeiro passado com destino a Kiev.

2019 e 2018: Boeing culpada pela morte de 346 pessoas

O primeiro grande acidente deu-se com um avião 737 Max 8 da companhia aérea indonésia Lion Air. Provocou 189 mortos, incluindo todos os passageiros e tripulantes.

Apenas cinco meses depois, um avião do mesmo modelo da Ethiopian Airlines caiu em circunstâncias semelhantes, causando a morte de 157 pessoas.

Na Indonésia, o Boeing 737 MAX 8 com 189 pessoas a bordo caiu no mar de Java. O voo JT 610, da companhia low-cost Lion Air, desapareceu dos radares 13 minutos após descolar do aeroporto de Jacarta, às 6h20 (hora local), com destino a Pangkal Pinang.

O piloto tinha solicitado o regresso ao aeroporto. A bordo seguiam 181 passageiros – incluindo três crianças – e oito tripulantes – dois pilotos e seis assistentes de bordo.

Já o Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines caiu a 19 de março de 2019, minutos após descolar de Adis Abeba, capital da Etiópia, com destino a Nairobi, no Quénia. Na sequência deste acidente, a frota mundial do Boeing 737 MAX foi suspensa devido a preocupações com a segurança.

Em julho de 2024, a Boeing declarou-se culpada pelos dois acidentes que mataram 346 pessoas, após o Governo norte-americano ter descoberto que a empresa violou um acordo.

2014: russos provocam o acidente aéreo mais mortal do século e Boeing desaparece

O voo MH17 da Malaysia Airlines partiu de Amesterdão com destino a Kuala Lumpur a 17 de julho de 2014 e foi abatido por um sistema russo de mísseis terra-ar Buk sobre a região de Donetsk, no leste da Ucrânia, matando 298 pessoas, entre elas 196 holandeses, 38 australianos e quatro alemães.

As investigações internacionais lideradas pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) concluíram que o sistema Buk tinha sido transferido de uma base militar russa do outro lado da fronteira para o leste da Ucrânia e transportado de volta para território russo após a queda.

Acredita-se que os separatistas russos tenham confundido o MH17 com um avião militar ucraniano e que não perceberam que se tratava de um avião comercial de passageiros.

Em maio deste ano, a ONU declarou a Rússia responsável pela queda do MH17.

O desastre do MH17 fica à frente, em número de mortes, do desastre de 19 de fevereiro no Irão, onde um avião Ilyushin Il-76 de fabrico russo pertencente à Guarda Revolucionária caiu perto de Kerman, no sudeste do país, matando 275 pessoas.

O terceiro acidente aéreo mais mortal do século deu-se em 2001, em Nova Iorque, apenas dois meses depois do desastre do 11 de setembro. Morreram 260 pessoas a bordo de um Airbus A300 da American Airlines, que caiu em Queens depois de descolar. 5 pessoas atingidas também perdera a vida.

Em 2018, deu-se o quarto maior desastre em número de mortes, quando a 11 de abril, 257 pessoas morreram em Algiers, num Ilyushin Il-76.

O mistério do voo MH370

A 8 de março de 2014, um Boeing 777 desapareceu a caminho de Pequim, após partir de Kuala Lumpur, e os restos mortais das 239 pessoas a bordo nunca foram encontrados.

O desaparecimento do voo MH370 desencadeou a maior operação de busca da história da aviação à data do incidente. As operações prolongaram-se até 2018, quando um relatório indicou que o avião se desviou da rota inicial. As buscas foram retomadas em fevereiro de 2025, mas voltaram a parar em abril, “por agora”.

A principal prova física encontrada até ao momento foi um fragmento da asa que apareceu numa ilha perto de Madagáscar 16 meses após o desaparecimento da aeronave.

 

ZAP // DW

1 Comment

  1. Para além de confuso, o texto omite o acidente do Airbus A330 da Air France, que caiu no oceano em viagem do Rio de Janeiro para Paris a 1 junho de 2009 e que causou 228 mortes.

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