O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, disse que vai convocar o Parlamento para “debater e decidir” uma resposta às medidas contra o processo de independência e para “defender as instituições” catalães.
Puigdemont fez um pronunciamento público horas depois de o Executivo espanhol propor, para o Senado ratificar na próxima sexta-feira, a cassação de Puigdemont e de todo o seu gabinete e a convocação de eleições dentro de seis meses para restaurar a ordem constitucional na região, onde as autoridades deram início a um processo independentista considerado ilegal pela Justiça espanhola.
O governante disse que vai convocar o Parlamento para que responda à tentativa de “liquidar” a autonomia catalã e para combater o que considera uma tentativa do Executivo de Mariano Rajoy de governar de Madri os assuntos da Catalunha.
“Não podemos aceitar este ataque“, declarou o dirigente separatista, que afirmou que o Executivo espanhol quer “humilhar” à Catalunha.
No dia 1 de outubro foi realizado o referendo de independência da região e pouco mais de 2 milhões de pessoas, conforme dados do governo catalão, votaram a favor da separação da Espanha, numa população de 7,5 milhões.
As medidas aprovadas pelo governo espanhol são, na opinião de Puigdemont, o pior ataque sofrido pela Catalunha desde a ditadura franquista (1939-1975) e um modo pelo qual um Executivo “ilegítimo” (o de Rajoy) assume a “representação da vontade popular” dos catalães.
As decisões do Conselho de Ministros são baseadas no artigo 155º da Constituição espanhola, que diz que o Estado central deve assumir as competências regionais quando as suas autoridades descumprem a lei.
ZAP // EFE