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PT SGPS critica OPA de Isabel dos Santos

B!T

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O Conselho de Administração da PT SGPS já se pronunciou quanto à OPA a empresária angola. Para os administradores, a oferta “não reflete o valor intríseco da PT”.

Em comunicado à CMVM, durante a noite passada, a administração da empresa afirma que o valor oferecido de 1,35 euros está abaixo do valor de mercado da PT SGPS. Para o Conselho, as ações da PT têm estado a valorizar, desde que a OPA foi lançada, a 9 de novembro.

A Terra Peregrin oferece mais de 1,21 mil milhões de euros pelo total da empresa portuguesa.

Os administradores afirmam ainda que não são claros os planos para o futuro da PT SGPS, assim como os pressupostos de financiamento da OPA.

O Conselho de Administração diz que ainda não consegue tomar uma posição substancial, dada a falta de clareza da oferta.

Terra Peregrin quer Assembleias-Gerais em datas próximas

Uma fonte próxima de Isabel dos Santos sublinhou que o comunicado do Conselho de Administração da PT SGPS “não tem efeitos práticos” e reforça que o relevante neste processo é a marcação das assembleias gerais extraordinárias que irão apreciar a venda da Portugal Telecom e a OPA.

A Terra Peregrin, de Isabel dos Santos, quer mesmo que as assembleias-gerais da PT SGPS sobre a sua Oferta Pública de Aquisição (OPA) e o negócio da Oi com a Altice aconteçam em datas próximas, para garantir igualdade de oportunidades aos acionistas.

Apesar disso, adiantou a fonte, a Terra Peregrin vai “estudar minuciosamente” o comunicado e conta divulgar os seus “comentários aprofundados num dos próximos dias”.

Contudo, afirma que desde já e “apesar das muitas imprecisões, incorreções e tecnalidades expostas no documento”, que “o Conselho de Administração não declara a oferta como hostil, ao contrário do que aconteceu na OPA de 2006/2007”.

“É uma evidência, mas é também um sinal de que o Conselho de Administração da PT SGPS não conseguiu identificar na oferta argumentos contraditórios com os interesses dos acionistas daquela empresa”, afirmou.

Por outro lado, a mesma fonte destaca que a análise do Conselho de Administração da PT SGPS incide sobretudo na questão do preço, sobre o qual considera que “o mercado deverá ter a última palavra”, e “não valoriza convenientemente o projeto empresarial subjacente à OPA”, lembrando que este passa pela manutenção do Grupo Portugal Telecom com centro de decisão em Portugal.

Por isso, diz que “essa aparente desvalorização” do projeto empresarial de Isabel dos Santos leva a Terra Peregrin “a reforçar os contactos com as partes interessadas da PT SGPS” de forma a mostrar a ambição do projeto empresarial que a empresa pretende para a PT caso venha a adquirir “uma posição relevante, embora minoritária e sem controle, na Oi”.

“Os contactos que temos mantido convencem-nos que os acionistas da PT SGPS estão a olhar para a nossa oferta com abertura e crescente interesse e que reconhecem nela uma alternativa positiva e favorável face ao cenário de dispersão das suas participações no capital da Oi e desmantelamento do Grupo Portugal Telecom”, afirmou.

“No final do dia”, acrescentou, serão os acionistas “e não um Conselho de Administração que conduziu a empresa à sua situação atual, quem irá decidir o destino desta oferta”.

ZAP / B!T / Lusa

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