PSD de Santo Tirso demarca-se de apoio de presidentes de junta a Alberto Costa

(dr) CM de Santo Tirso

Alberto Costa é o novo presidente da Câmara de Santo Tirso, após Joaquim Couto ter renunciado.

O PSD de Santo Tirso afirmou esta quinta-feira que o manifesto de apoio dos presidentes de junta de freguesia à decisão de Alberto Costa de assumir a presidência da câmara não vincula o partido.

Em comunicado, a comissão política do PSD demarcou-se do apoio de dois dos 14 presidentes de junta que subscreveram o manifesto tornado público pela autarquia de apoio a Alberto Costa, frisando que “apenas vincula cada um dos [dois] presidentes de junta” sociais-democratas.

Alberto Costa assumiu no início de junho a presidência da câmara tirsense na sequência da renúncia de Joaquim Couto, constituído arguido na operação “Teia”, em que também está envolvida a sua mulher, a empresária Manuela Couto, que ficou em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.

Considerando que o manifesto evidência que o novo presidente da câmara “está fragilizado na sua credibilidade” e que, por isso, “se viu obrigado a pedir apoio público a todos os presidentes de junta”, e classificando o documento de “demagógico e populista”, o PSD de Santo Tirso pronunciou-se sobre a forma como o documento “foi engendrado pelo PS, na habitual reunião de trabalho, entre o presidente da câmara e os presidentes de junta”.

“A ordem de trabalhos nada tinha que ver com o assunto em apreço. O que começou por ser apenas verbal e genérico mais tarde foi reduzido a escrito”, lê-se ainda no documento.

Atribuindo as “simpáticas e institucionais felicitações apresentadas pelos presidentes de junta” a Alberto Costa à “dependência dos orçamentos camarários”, os social-democratas recordam que o atual presidente é “arguido na operação Dennis”, criticando-o por não seguir “o exemplo do seu antecessor, que, em situação idêntica em processo-crime semelhante, renunciou ao cargo”.

Os presidentes de junta das 14 freguesias de Santo Tirso manifestaram no sábado “total solidariedade” com o presidente da Câmara, Alberto Costa, sucessor de Joaquim Couto após este ter sido constituído arguido na Operação “Teia”.

Numa nota de imprensa enviada à Lusa, a Câmara de Santo Tirso afirma ter recebido um “manifesto” em que os 14 presidentes das juntas de freguesia, representando o PS, o PSD e independentes, assumem “total apoio” ao presidente da autarquia, Alberto Costa, que era vice-presidente da autarquia e assumiu, após renuncia de Joaquim Couto, o cargo.

“Todos os presidentes de junta das 14 freguesias concordam que a solução encontrada é a que melhor serve os interesses das freguesias e permitirá dar continuidade ao trabalho que estava a ser desenvolvido”, afirmou então a Câmara de Santo Tirso.

Durante a semana passada, vários partidos criticaram a escolha de Alberto Costa, alertando, como fez o PSD, que este também foi “constituído arguido” devido à operação “Dennis”, que em dezembro desarticulou uma “associação criminosa” por crimes de fraude fiscal, branqueamento, recebimento indevido de vantagem e participação económica em negócio, entre outros, no Norte do país.

De acordo com aquela autarquia, “no documento constam as assinaturas dos presidentes de junta de freguesia de Monte Córdova, Andreia Correia (eleita pela coligação PSD/CDS-PP); de Vilarinho, Jorge Faria (eleito no movimento independente Unidos por Vilarinho); ou da União de Freguesias de Santo Tirso, Couto e Burgães, Jorge Gomes (eleito pelo PS)”.

A operação “Teia” centra-se nas autarquias de Santo Tirso e Barcelos bem como no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e investiga suspeitas de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, traduzidas na “viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto”, segundo comunicado da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, o órgão de polícia criminal que apoia o Ministério Público neste caso.

Na operação “Teia”, além de Joaquim Couto, que saiu em liberdade mediante o pagamento de uma caução de 40 mil euros, e da sua mulher, que ficou em prisão domiciliária, são ainda arguidos o presidente da Câmara de Barcelos, que se encontra prisão domiciliária, e antigo presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, que saiu também em liberdade, com caução de 20 mil euros.

// Lusa

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