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Portugal pode adiar segunda dose em 7 dias esta semana. Comissão técnica recomendou mais 21

Portugal pode decidir esta semana aumentar o intervalo entre a administração da primeira e da segunda dose da vacina da Pfizer, que permitirá abranger de forma mais rápida uma percentagem maior da população.

Em janeiro, peritos da Direção Geral de Saúde (DGS) recomendarem à task-force responsável pelo Plano de Vacinação contra a covid-19 que alargasse o período de intervalo entre a administração das duas doses da vacina, de modo a aumentar o número de pessoas protegidas. Porém, a sugestão foi rejeitada.

Agora, segundo avança o jornal Público esta quarta-feira, a ideia será adiar a a toma da segunda dose em apenas mais uma semana. A segunda dose da vacina da Pfizer é dada três semanas após a primeira. A comissão técnica, recorde-se, recomendou mais três semanas, num total de 42 dias.

Este adiamento de uma semana permitirá vacinar com a primeira dose mais umas dezenas de milhar de pessoas, sobretudo idosos a partir dos 80 anos, até ao final de março – aumento que vai ao encontro da mudança de estratégia da nova coordenação da task-force para o plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal, que já assumiu que quer priorizar a vacinação dos mais velhos.

Segundo uma fonte ligada ao processo ouvida pelo matutino, a decisão está nas mãos da DGS, da task-force e do Infarmed, mas terá de ser validada politicamente.

Esta segunda-feira, numa entrevista à RTP3, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que o Governo está a estudar a hipótese de afastar as tomas da vacina contra a covid-19, para poder cobrir uma maior percentagem da população e fazer face à escassez de vacinas.

Os especialistas “estão a fazer a ponderação dessa matéria, porque entre o afastamento que permita vacinar mais gente com a primeira dose, sabendo que pode produzir uma eficácia entre os 60% e os 70%, portanto já confere alguma proteção, nomeadamente às camadas mais vulneráveis, ou ter mais gente com as duas doses vacinadas, é uma relação custo benefício que tem de ser muito ponderada”, explicou.

19% com mais de 80 anos já receberam 1.ª dose

Perto de 250 mil portugueses já receberam as duas doses da vacina para a covid-19 segundo os dados publicados esta terça-feira pela Direção Geral da Saúde, correspondendo a 3% da população.

De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela DGS, já receberam as duas doses da vacina 248.708, representando 3% com a vacinação completa, mais 46.565 do que na semana anterior.

Segundo os mesmos dados, desde o início do plano de vacinação contra o SARS-CoV-2, que teve inicio em 27 de dezembro, já receberam pelo menos uma dose da vacina 433.475 pessoas, tendo sido inoculadas na ultima semana 96.701 pessoas.

O relatório da DGS adianta que a população com 80 ou mais anos continua a ser onde se verifica a maior taxa de vacinação: 126.259 têm já a primeira dose da vacina, o que representa 19% da população nesta faixa etária. Trata-se de um acréscimo de 7 pontos percentuais face à semana anterior (12%).

Destes, 52.470 pessoas já concluíram o processo de vacinação, o que representa 8% da faixa etária e um aumento de 0,1 pontos percentuais face à semana anterior.

Ainda assim, a faixa etária dos 25 aos 49 anos é aquela em que mais pessoas foram vacinadas: 154.192 pessoas têm a primeira dose (5% da população nesta faixa etária), das quais 102.757 (3%) tomaram as duas doses.

No Alentejo, 7% da população já tomou a primeira dose e 4% tem a vacinação completa. Em Lisboa e Vale do Tejo, já foram administradas 221.815 doses, com 4% da população com a primeira toma e 2% com a segunda. No Norte, foram administradas 219.961 doses, sendo que 4% da população tem primeira toma e 2% a segunda.

Maria Campos, ZAP // Lusa

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