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“Testagem massiva vai começar em pouco tempo”. Plano ainda não está pronto

José Sena Goulão / Lusa

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales

O secretário de Estado da Saúde disse, esta segunda-feira, que a testagem massiva vai “começar dentro de pouco tempo”, havendo alguns processos que ainda estão a ser aperfeiçoados.

Em entrevista à RTP3, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, declarou que, a partir de hoje, o SNS 24 vai começar a fazer prescrição de testes a contactos de baixo risco.

Porém, o plano de testagem massiva, anunciado na semana passada, ainda não está pronto e há arestas a limar, pelo que vai “começar dentro de pouco tempo”, referiu o governante.

“Há aqui alguns processos que temos de aperfeiçoar”, admitiu Lacerda Sales, explicando que a estratégia para as escolas e para as empresas está “ainda a ser elaborada”, dando como exemplo de quanto em quanto tempo é que devem ser feitos os testes.

Questionado sobre se serão as empresas ou o Estado que irão suportar os custos dos testes, Lacerda Sales disse que “essa é ainda uma situação que estamos a ponderar e que teremos de decidir”.

“O Ministério da Saúde tem estado muito sobrecarregado do ponto de vista orçamental e de custos. Se bem que nunca houve qualquer falta em termos de recursos do ponto de vista orçamental para o Ministério”, destacou.

No mesmo dia em que os líderes políticos estiveram reunidos com os peritos no Infarmed, o secretário de Estado adotou a mesma postura da ministra da Saúde, Marta Temido. Houve boas notícias e Lacerda Sales considera que “este confinamento está a produzir resultados, é um confinamento com esperança“, no entanto, sublinhou que “ainda é prematuro estar a falar de desconfinamento”.

Na mesma entrevista, o secretário de Estado disse ainda que o Governo está a estudar a hipótese de afastar as tomas da vacina contra a covid-19, para poder cobrir uma maior percentagem da população e fazer face à escassez de vacinas.

Os especialistas “estão a fazer a ponderação dessa matéria, porque entre o afastamento que permita vacinar mais gente com a primeira dose, sabendo que pode produzir uma eficácia entre os 60% e os 70%, portanto já confere alguma proteção, nomeadamente às camadas mais vulneráveis, ou ter mais gente com as duas doses vacinadas, é uma relação custo benefício que tem de ser muito ponderada”, explicou.

“Estamos a ponderar bem essa matéria para depois tomar a melhor decisão, consoante as necessidades”, concluiu.

De acordo com o jornal Público, a taxa de positividade da covid-19 em Portugal tem vindo a diminuir e ronda agora os 6%.

“É bom sinal. Estamos a caminho dos 5%, que é aquilo que é recomendado internacionalmente”, destaca ao diário o matemático Carlos Antunes. O também investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa salienta que os especialistas estão “agora a considerar os 7% como o limiar máximo que não podemos ultrapassar”.

A testagem massiva poderá impulsionar ainda mais esta descida. “Se se alterar a estratégia, então vamos conseguir empurrar a positividade bem mais para baixo”, disse ainda, acrescentando: “Tem de haver uma mudança de paradigma e as normas têm de começar a produzir resultados”.

Portugal registou, esta segunda-feira, 549 novos casos e 61 mortes por covid-19. Foi o número mais baixo de novas infeções desde outubro do ano passado.

Filipa Mesquita, ZAP //

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