Os catalães foram convocados para “dar música” às autoridades espanholas no dia 1 de outubro, data em que a polícia tentará ocupar as escolas de forma a impedir o referendo independentista.
Os Mossos d’Esquadra, polícia catalã, têm autorização para encerrar todas as escolas da Catalunha no fim de semana, de forma a impedir a realização do referendo independentista.
Sob comando de um coronel da Guardia Civil, polícia espanhola, e por imposição da justiça espanhola, os Mossos deverão ocupar todas as escolas no final das aulas de sexta-feira, para evitar que sejam utilizadas para o referendo.
De acordo com o jornal i, estima-se que haja mais de 3 mil secções de voto para o referendo a realizar no próximo domingo, altura em que, por Portugal, se vota para as eleições autárquicas.
Os 10 mil guardas civis e polícias nacionais que vão de outros pontos de Espanha, em direção à Catalunha, são considerados poucos para conseguir o objetivo de impedir a realização do referendo.
Segundo um dirigente do partido independentista CUP, as forças policiais “vão ter de se esforçar muito para nos impedirem de exercer o nosso direito de voto, até porque nós somos muitos mais que todos os polícias de Espanha“.
Desde a detenção de 14 altos dirigentes que, todas as noites, a partir das 22 horas, centenas de pessoas vão para a rua, em protesto. “Parece um relógio suíço. É todos os dias à mesma hora”, denuncia uma comerciante.
Entretanto, a juíza Carmen Lamela admite que o Ministério Público fará uma denúncia contra os catalães que se manifestaram contra a prisão dos membros do governo autonómico nos dias 20 e 21 de setembro. A magistrada considera que as manifestações, que dificultaram a ação das forças da ordem, podem constituir crimes de sedição e de incitamento ao tumulto.
Para a juíza, o direito à manifestação não prevalece sobre a necessidade de ordem pública e respeito pelas forças da ordem. Segundo ela, é um crime que está sob a alçada da Audiência Nacional (instituição herdeira dos Tribunais de Ordem Pública franquista) e sublinha que o ato de manifestação pode, em determinadas circunstâncias, “significar uma ofensa contra o governo”.
Dia Internacional da Música
O movimento social ANC – Assembleia Nacional Catalã – emitiu um comunicado pata todos os catalães, no qual refere que “no dia 2 de outubro se assinala o Dia Internacional da Música, por iniciativa da UNESCO, e que em toda a Catalunha vai haver atos celebratórios entre as 8 horas e as 20 horas, para todos os catalães. Aconselha-se a todos os cidadãos que se informem do local onde é previsto cantarem. Em todos os locais haverá partituras para todos. Depois de cantarem, devem deixar as suas partituras numas caixas para o efeito, para saber quanto optam por um ‘Si Maior’, ou por outros tons. A grande festa final do dia da música terá lugar na Praça de Barcelona, a partir do meio da tarde”.
O comunicado não passou ao lado da Guardia Civil, que também marcará presença no evento cultural que marca o “Dia Internacional da Música”.
Concorde-se ou não, a verdade é que “nuestros hermanos” mostram uns tomates que por cá parece que mirraram !
Isso está mesmo mal por aí!…
está mal por todo o lado
Por todo do lado não, pois, por aqui, nada “mirrrou”!…
De que é que Espanha tem medo?
Espanha foi e é um conjunto de reinos (como foi condado Portucalense) que após duras batalhas, tornou-se independente, outros ficaram sobre o domínio de Castela.
Mas os tempos mudaram, e a constituição foi-se alterando e se hoje existem as regiões autonómicas com governos locais, o mesmo se deve às revendicações dessas regiões pedindo mais autonomia, em relação ao poder central .
Se o governo acredita mesmo que a maioria dos Catalães é contra a independência, de que é têm medo do referendo.
Pode-se imaginar o que se iria passar pelas restantes autonomias de Espanha, no caso de vencer o sim na Catalunha
Bascos, Andaluzes,Galegos,etc. possivelmente iriam reivindicar o mesmo?
Por outro lado se houver uma posição de força por parte de Madrid, o efeito será contra procedente, uma vez iria aumentar o numero de simpatizantes aa favor da independência.
Espero e desejo que tudo corra bem, que o bom senso seja o grande conselheiro, pois poderá ser, o princípio do fim do sistema de organização do estado Espanhol.
Espero sinceramente que a Catalunha se torne independente e de seguida os Galegos sigam o mesmo caminho para se unirem finalmente aos portugueses que somos o povo irmão deles! Acho que ficarmos com a Galiza compensa o roubo de Olivença!
Afinal o colonialismo está ainda bem vivo nalgumas partes da Europa!
Não há dúvida, o governo de Madrid decepcionou-me. Se a Catalunha quer ser independente, que o seja; realmente o governo de Madrid ainda é colonialista. Certo que não nos devemos meter nos negócios da Espanha, mas também ninguém me pode impedir de ter uma opinião sobre Madrid. Francamente, se é verdade que vai polícia espanhola dificultar o referendo, então a minha simpatia pelos independentistas aumenta!
Zé-Manel Polido