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Militares usavam rondas aos paióis de Tancos “para descansar”

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Paulo Cunha / Lusa

Militares em patrulha junto à vedação dos Paióis de Tancos

Fonte da investigação identifica “vulnerabilidades muito grandes” no modelo de segurança montado ao perímetro dos Paióis Nacionais de Tancos. Militares “não tinham a mínima noção” do tipo de missão.

Segundo fontes militares citadas pelo Diário de Notícias, o modelo de rondas aos paióis do Exército em Tancos tinha “vulnerabilidades muito grandes”, as quais continuariam a existir mesmo com o dobro dos soldados ou mais viaturas.

Uma das fontes com acesso à investigação ao furto de material de guerra contou que os militares entendiam que o facto de serem escalados para fazer a segurança daquele local isolado “era para descansar“.

Acresce que “era tão fácil, tão fácil lá entrar que as possibilidades são imensas” quer quanto à autoria do furto, como quanto a quem no Exército poderá ter dado as informações e cuja existência já foi dada como adquirida pelo próprio comandante do ramo, lamentou a mesma fonte.

Os militares para ali enviados “não tinham a mínima noção” do que é fazer segurança a locais sensíveis – desde logo por falta de treino específico para essa missão – “e iam para os paióis descansar”, explicou ainda.

Testemunho disso era o facto de não haver qualquer acompanhamento ou controlo dos trabalhadores civis que tinham estado a substituir parte das vedações dos paióis – que “não são suspeitos, mas se quisessem tinham levado” o que lhes apetecesse sem que alguém notasse.

Nesta matéria da segurança, uma outra fonte evocou o exemplo da Força Aérea: todas as bases do ramo estão a cargo dos militares de uma mesma especialidade, a Polícia Aérea, e não dos que estão destacados em cada uma dessas infraestruturas (e com outras especialidades).

Acresce que, em Tancos, “mesmo com jipes as rondas eram mínimas porque o serviço era feito da mesma forma e qualquer que fosse a unidade” encarregada de o fazer, entre as cinco que partilhavam essa responsabilidade – as unidades de Apoio da Brigada de Reação Rápida (BRR) e de Apoio Geral de Material do Exército (Benavente), os regimentos de Paraquedistas, de Infantaria n.º 15 (Tomar) e de Engenharia n.º 1.

A questão de os militares estarem sem viaturas para fazer as rondas é também vista como uma falsa questão: “Os militares saíam dos jipes para irem ver se os portões dos paióis estavam fechados?”, questiona a fonte. É que, segundo o DN, essa é a única forma de verificar o estado dos portões e dos cadeados, dada a configuração daquele espaço e dos acessos aos paióis.

ZAP //

4 Comments

  1. Em suma…

    Desde o fim do serviço militar obrigatório, este ficou visto apenas como uma colónia de ferias para jovens desocupados que nada querem fazer na vida.

    Juntando a isto o facto de as patrulhas serem feitas pelos elementos mais básicos das forcas militares, OS PARAQUEDISTAS.

    Esta tudo justificado.

    Que volte o serviço militar obrigatório para deixarmos de ter “florzinhas” nas nossas forcas armadas!!!!!

    • Mas o que é que a obrigatoriedade tem a ver com a falta de organização?

      Se acha que alguém que se propõe a seguir carreira militar é menos responsável que alguém que é obrigado a isso só porque sim, é porque o sr sim é uma florzinha que desabrochou aquando do serviço que fez se é que o fez…

  2. Nós os soldados amadores voluntários à força, fazia-mos melhor serviços de segurança do que os atuais profissionais e ai de nós que não o fizéssemos em condições.
    Esqueci-me não tínhamos formação profissional.

  3. Voltem ao serviço militar obrigatório e escolham-se os melhores para continuar, mesmo não sendo profissionais são os mais capazes para serem militares, acabam por gostar do que fazem porque também são vistos com confiança em servir este País.
    Muitos hoje entram por influência de alguém e por ali ficam a servir-se da instituição mas nunca a servir o País.
    Aperta-se um pouco mais no trabalho ou vedam-lhe o acesso ao facebook, fazem logo comentários “isto não é para mim”.
    Pessoas destas não muito obrigado.

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