Marcelo tentou evitar, mas o destino são as eleições antecipadas. E o Presidente já vê “uma coisa positiva”

Rodrigo Antunes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República já tinha atirado para cima da mesa o cenário de dissolução do Parlamento mesmo antes de o Orçamento ter sido chumbado. Agora, diz que “há uma coisa positiva” em relação às eleições antecipadas: “devolver a palavra aos portugueses”.

Enquanto aguardava a votação da proposta de Orçamento do Estado para 2022, Marcelo Rebelo de Sousa dizia que “preferia” que o documento passasse, ainda que tenha feito um parêntesis para sublinhar que “qualquer decisão é democrática”.

Nesse momento, começava a preparar o discurso para a convocação de eleições antecipadas.

Há uma coisa que é positiva. Se a Assembleia da República entender que não está em condições de aprovar um Orçamento do Estado, é positivo devolver a palavra aos portugueses para que eles digam o que pensam”, disse o chefe de Estado, citado pelo Expresso.

“Fica-se a saber a vontade dos portugueses sobre a constituição de uma futura Assembleia da República que aprove um novo Orçamento do Estado”, acrescentou.

Ainda assim, sublinhou, “é menos positivo do que haver um OE já”. “A diferença entre o já e o depois é de tempo perdido, mas é positivo ser o povo português a dizer o que pensa.”

O risco de “ficar tudo empatado agora ou em 2023 é o mesmo”

O Público realça que, desde que anunciou que dissolveria a Assembleia da República em caso de chumbo do OE, Marcelo tem sido alvo de críticas.

António Costa disse que não se demitiu e abriu a porta a uma governação por duodécimos, o PCP também não escondeu o seu desagrado, e muitos comentadores alertaram para o risco de as eleições antecipadas não trazerem qualquer alternativa política.

Jorge Reis Novais, constitucionalista e antigo assessor de Jorge Sampaio, sustentou que, “até agora, todas as dissoluções conduziram a mudanças significativas da Assembleia da República, dando razão aos Presidentes”.

“Agora, não há sondagem que diga que pode haver uma alteração significativa das forças parlamentares”, completou.

Em Belém, não se vê qualquer risco acrescido. “O Presidente é inamovível e o risco de ficar tudo empatado agora ou em 2023 é o mesmo”, disse fonte próxima de Marcelo Rebelo de Sousa ao diário.

ZAP //

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