/

Marcelo insiste na vacinação dos jovens dos 12 aos 15. “Temos de ter paciência”

2

Estela Silva / Lusa

O Presidente da República considerou, esta quinta-feira, que as dúvidas relativas à vacinação dos jovens entre os 12 e os 15 anos não são “tanto dúvidas de princípio, quanto de momento”, afirmando que “tudo tem o seu tempo”.

Marcelo Rebelo de Sousa fazia uma declaração, no Palácio de Belém, sobre as medalhas conquistadas por atletas portugueses nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, tendo aproveitado a ocasião para abordar a campanha de vacinação em Portugal.

“As dúvidas que existem quanto à vacinação em idades mais baixas não são tanto dúvidas de princípio, quanto de momento. Não se discute o princípio, diz-se que ‘nesta fase ainda não’. Mas temos de ter paciência“, afirmou.

O chefe de Estado fez uma comparação com a utilização das máscaras para referir que, no início da pandemia, o próprio andou a “pregar no deserto durante umas semanas ou meses acerca da utilidade das máscaras”.

“Dois meses depois, concluía-se que eram fundamentais, dois meses antes eram desnecessárias e contraproducentes. Portanto, tudo tem o seu tempo e está a correr bem a vacinação”, realçou.

O Presidente da República frisou que o “fundamental” é que, “quanto à questão de princípio” da vacinação das crianças, não haja “nenhuma objeção definitiva” e reiterou que é preciso “deixar correr o tempo” para mostrar que, “aquilo que é bom neste momento na Madeira” (onde já está a decorrer a vacinação das crianças entre os 12 e os 15) “venha também a ser considerado bom nos Açores e no continente”.

O Presidente mostrou-se assim “muito esperançado” que seja “rápida a vacinação dos que estão entre os 16 e 17 anos”, para que, “ulteriormente”, seja possível começar a vacinar, então, as crianças entre os 12 e os 15 anos.

Marcelo Rebelo de Sousa quis ainda “felicitar a forma” como a campanha de vacinação está a “avançar muito rapidamente” e afirmar que a decisão do Governo de “abrir mais a economia e a sociedade portuguesa” foi uma “boa decisão”.

“Os números têm dado razão a essa postura e a essa posição do Governo, e espero que a vacinação vá avançando, de acordo com as prioridades que estão definidas e cobrindo até ao limite possível a população portuguesa”, afirmou.

Na passada sexta-feira, a DGS recomendou a administração de vacinas contra a covid-19 apenas em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades. Depois, durante o fim-de-semana, o chefe de Estado afirmou que a vacinação das crianças estaria aberta à “livre escolha dos pais”, o que levou a Direção-Geral da Saúde a corrigir Marcelo.

Segundo a norma que define as doenças prioritárias, devem ser vacinadas prioritariamente as crianças que tenham cancro ativo, diabetes, obesidade, insuficiência renal crónica.

A norma estabelece também como doenças prioritárias para vacinação a transplantação, a imunossupressão, as doenças neurológicas, que englobam a paralisia cerebral e distrofias musculares, as perturbações do desenvolvimento, como a Trissomia 21 e perturbações do desenvolvimento intelectual grave e profundo. A doença pulmonar crónica, doença respiratória crónica, como asma grave, e fibrose quística também estão entre as prioritárias.

Para a DGS, deve ser dada a possibilidade de vacinação a todas as crianças desta faixa etária por indicação médica e segundo a disponibilidade de vacinas, remetendo uma decisão sobre o acesso universal para quando houver dados disponíveis adicionais sobre a vacinação nestas idades.

ZAP // Lusa

2 Comments

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.