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Madeira começa hoje a vacinar jovens a partir dos 12 anos. Açores não vacinam crianças “para já”

Sanofi Pasteur / Flickr

A Madeira começa este sábado a vacinar contra a covid-19 jovens a partir dos 12 anos, numa altura em que mais de metade da população adulta residente no arquipélago já está inoculada com a segunda dose. Os Açores ainda não têm previsão.

Na terça-feira, o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, anunciou que a região iria começar a vacinar a partir deste sábado jovens com idades entre os 12 e os 17 anos, “usando as vacinas que são recomendadas pela Agência Europeia do Medicamento, que são a Johnson e a Pfizer”.

O governante explicou na ocasião que a vacina da Johnson será administrada “a partir dos 18 anos para os indivíduos do sexo masculino”, enquanto com a Pfizer serão inoculados os “jovens entre os 12 e 17 anos”.

“Não será preciso fazer agendamento”, devendo as pessoas deslocar-se ao Centro de Vacinação do Funchal, localizado no Madeira Tecnopolo, salientou o responsável da Saúde madeirense.

Pedro Ramos argumentou que, embora a “vacinação seja facultativa, portanto não obrigatória”, constitui “um ato de cidadania quando temos problemas de saúde pública e queremos controlar no que diz respeito a esta pandemia que tem afetado a todos”.

Também reforçou que a imunidade de grupo na região deve ser atingida no “final de setembro ou primeira quinzena de outubro”, porque os valores já não são de 70% da população vacinada, mas “85 ou 90% para também controlar o aparecimento de novas variantes” do covid-19.

No mesmo dia, fonte do Governo Regional esclareceu que a região segue as diretivas da Agência Europeia do Medicamento e tem autonomia para antecipar a vacinação dos jovens com mais de 12 anos, mesmo sem o parecer da Direção-Geral da Saúde.

“A Madeira segue as recomendações da Agência Europeia do Medicamento e tem como grande objetivo acelerar a vacinação nesta Região Autónoma para maior proteção da população”, afirmou fonte do gabinete do secretário da Saúde.

“A Madeira tem autonomia e as especificidades regionais podem determinar outras orientações” nesta área, referiu.

A mesma fonte reforçou que a Direção-Geral da Saúde (DGS) “apenas vai dar uma orientação, um parecer”, em relação a esta medida, vincando que “a Madeira, tal como os Açores, têm autonomia e podem antecipar” as medidas.

O Governo Regional e as autoridades de saúde do arquipélago têm “o entendimento de que é preciso acelerar a vacinação para proteger a população o mais rapidamente possível”, reiterou.

Segundo o último relatório de vacinação disponível, relativo a 25 de julho, 50% da população da região tem a vacinação completa e 62% a primeira dose.

De acordo com os últimos dados disponibilizados pela Direção Regional da Saúde (DRS), a Madeira registou na sexta-feira 243 casos de covid-19 ativos, dos quais 87 são importados e 156 de transmissão local.

O arquipélago contabiliza, desde o início da pandemia, 10.229 casos confirmados de covid-19 e 74 óbitos associados à doença.

“Para já”, Açores não têm previsão

O secretário da Saúde do Governo dos Açores, Clélio Meneses, disse esta sexta-feira que a vacinação contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades não está prevista “para já” na região.

Em declarações à agência Lusa, Clélio Meneses disse que seria “extemporâneo” anunciar a vacinação naquela faixa etária, uma vez que o “objetivo” do Governo dos Açores é chegar “ao final de agosto com 70% da população” vacinada.

Por outro lado, o secretário regional da Saúde disse esperar o surgimento de novos dados científicos, nas “próximas semanas”, para que seja possível “tomar uma decisão com segurança”.

“Até atingirmos a vacinação de 70% da população esperamos que haja evidência científica de segurança de vacinar a população entre os 12 e os 16 anos”, indicou.

Segundo o responsável, “é isso que está a ser avaliado”.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou esta sexta-feira a administração de vacinas contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades em Portugal continental.

“Há dúvidas, a própria DGS, o que afirma, é que esta vacinação não é generalizada”, apontou.

O responsável frisou que, “para já, não se coloca” a questão da vacinação em crianças nos Açores.

“Até seria extemporâneo dizer que vamos vacinar quando ainda temos de vacinar outras populações. Temos de ser pragmáticos”, disse, questionado sobre a eventual vacinação em crianças naquela faixa etária, como vai acontecer em Portugal continental.

Clélio Meneses realçou que, nos Açores, o plano regional de vacinação está a ser seguido até se atingir 70% da população com pelo menos uma dose da vacina.

“Vamos vacinando de acordo com as respetivas estruturas etárias e patologias, no sentido de garantirmos os 70% da população vacinada durante o mês de agosto”, declarou.

O governante destacou que os estudantes do ensino superior foram incluídos no plano regional de vacinação.

Apesar da decisão da DGS, Clélio Meneses realçou que a vacinação das crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades no continente não está prevista para o mês de agosto.

A DGS considerou esta sexta-feira que deve ser dada a possibilidade de vacinação a todas as crianças desta faixa etária por indicação médica e de acordo com a disponibilidade de vacinas, remetendo o acesso universal destas idades para mais tarde.

Os Açores vão intensificar a vacinação contra a covid-19 nas ilhas Terceira e São Miguel a partir da próxima semana, alargando horários e o número de inoculações diárias, anunciou na quinta-feira o secretário regional da Saúde.

“A partir da próxima semana, em São Miguel, serão ultrapassadas as 2.000 doses diárias. Na Terceira, com o incremento que estamos também a desenvolver, [vão ser] entre as 1.000 e as 1.500 doses diárias”, avançou o titular da pasta da Saúde nos Açores.

As ilhas Terceira e São Miguel, as duas mais populosas dos Açores, são as que têm taxas de vacinação mais baixas.

“Há um reforço que decorre da bolsa de enfermeiros que a Ordem dos Enfermeiros disponibilizou à região. Para além disso, há um incremento ao nível do número de espaços de vacinação em cada posto e dos respetivos horários”, acrescentou.

Os Açores têm 60% de população com pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 e 56% com a vacinação completa.

“Já inoculámos mais de 275 mil doses. Com a primeira dose já ultrapassámos os 60% e com a vacinação completa já ultrapassámos os 56%”, avançou.

Segundo o governante, sete das nove ilhas dos Açores têm mais de 70% da população inoculada com pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 e cinco ilhas têm mais de 70% com vacinação completa: Corvo, Santa Maria, São Jorge, Graciosa e Pico.

Confrontado com relatos de pessoas de faixas etárias mais velhas que não foram contactadas, o secretário regional da Saúde disse que os “problemas estão identificados e estão a ser averiguados”, apelando à população com mais de 40 anos para contactar os centros de saúde ou centros de vacinação.

“Quem tenha mais de 40 anos e não foi ainda chamado, certamente foi por algum lapso ou de identificação ou de contacto”, assegurou.

ZAP // Lusa

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