Depois de Passos Coelho ter dado a entender que o PSD o vai apoiar na corrida à Presidência a partir de dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa voltou este sábado a afirmar que, independentemente dos apoios que receber, será sempre um candidato independente.
Questionado sobre as declarações de Passos Coelho que, em entrevista à RTP, disse que o seu partido vai tomar uma decisão em Conselho Nacional em dezembro sobre o apoio formal à candidatura presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que é um candidato independente.
“Eu já tive ocasião de dizer”, referiu o candidato, “que a minha candidatura é independente, está aberta a todos os apoios que venham a surgir ou não, não pede apoios e, portanto, não me cabe a mim decidir aquilo que partidos, movimentos, grupos, pessoas pensem acerca das presidenciais e dos apoios que devem dar ou não”.
No entanto, o candidato reconheceu que esse apoio é bem-vindo, comentando que “há uma diferença grande entre as eleições presidenciais e as eleições parlamentares, entre um presidente e um líder partidário”, pelo que “não há que confundir as duas coisas”.
À pergunta se tal apoio fortaleceria a sua candidatura, o social-democrata respondeu que a candidatura é “forte por aquilo que se propõe fazer, em termos nacionais, independentemente dos apoios”.
Sobre a sondagem divulgada pela Eurosondagem, segundo a qual Marcelo lidera a corrida às presidenciais com 48% dos votos, mas sem conseguir os necessários para vencer à primeira volta, o candidato repetiu que quando era comentador político “estava completamente convencido de que estas eleições iriam ser decididas à segunda volta”, mas agora, perante as sondagens conhecidas, admite que possa ser à primeira volta.
“Eu fazia a análise num contexto de uma realidade e eu hoje estou a olhar para as sondagens que retratam outra realidade”, justificou, quando questionado sobre o que mudou.
Além de Passos Coelho, é possível que Paulo Portas e o CDS estejam também disponíveis para apoiar Marcelo, avança o DN. Caso isso seja verdade, estariam reunidas as condições para respeitar a aliança entre os dois partidos de apoiar uma candidatura em comum à Presidência.
Belém já pensa na vitória à 2ª volta
A candidata Maria de Belém disse estar convicta de que vai ganhar as eleições presidenciais numa segunda volta, considerando ser “a pessoa mais bem preparada”.
“A minha convicção é que serei uma candidata vencedora destas eleições numa segunda volta”, afirmou este sábado.
Aos jornalistas, a candidata reiterou que está nestas eleições, marcadas para 24 de janeiro, para vencer.
“Estou realmente nesta campanha para ganhar, porque considero que sou a pessoa mais bem preparada para o efeito, considero que sou a pessoa que tem mais experiência nacional e internacional para o efeito, considero que sou a pessoa que tem mais conhecimento do país naquilo que ele tem de melhor e naquilo que ele tem de mais fragilizador”, salientou.
A ex-presidente do PS acrescentou que tem “a energia, a capacidade e a vontade mobilizadora no sentido de contribuir para que Portugal e os portugueses resolvam muitos dos seus problemas estruturais”.
Quanto à campanha para as eleições presidenciais, Maria de Belém antevê “uma oportunidade fantástica para que os portugueses analisem bem o perfil das pessoas que se candidatam a esta função”.
“A democracia exprime-se através das escolhas na altura das eleições e os candidatos devem manifestar as suas posições, as suas ideias e devem sujeitar-se ao escrutínio dos eleitores, é isso que estou a fazer”, adiantou.
Questionada sobre se todos os candidatos têm sido claros relativamente às posições assumidas, Maria de Belém referiu estar preocupada com a força das suas convicções.
“Aquilo que eu faço é apresentar as linhas gerais da minha candidatura, definir prioridades no sentido da mobilização que pode constituir e que deve constituir o papel do Presidente da República e afirmar muito claramente o meu perfil de democrata, de defensora das liberdades, de defensora do Estado social enquanto criador do quadro adequado ao exercício dessas mesmas liberdades e mostrar também tudo aquilo que foram os mais de 40 anos de exercício de vida pública e política”, referiu.
ZAP / Lusa
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