O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou, em entrevista ao Correio da Manhã esta segunda-feira, que “atropelar este ano letivo seria dramático”, mas não fecha a porta ao encerramento das escolas.
Em entrevista ao Correio da Manhã esta segunda-feira à noite, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa explicou que “os especialistas achavam que era indiscutível manter as escolas abertas”.
“Em relação ao universitário e politécnico, como estão em avaliações, não há ensino presencial. A grande dúvida surgiu entre o último ciclo do básico e o secundário. Pensou-se, para onde vão se fecharem as escolas? Aí, no caso dos mais novinhos, era um problema para as famílias. No caso do Secundário, as escolas têm funcionado bem”, disse Marcelo.
O Presidente considera que “fechar as escolas era liquidar o arranque de ano civil em termos letivos. Atropelar este ano letivo era dramático“. “Houve o raciocínio de ‘vamos ver durante 15 dias’”, continuou o chefe de Estado, não fechando a porta à hipótese de encerramento dos estabelecimentos de ensino.
Alertado para o facto de não se saber a génese de 80% das infeções, Marcelo argumentou que, nas escolas, “há a possibilidade de se ir acompanhando os surtos”.
Este domingo, numa ação de campanha, questionado com a eventual necessidade de ter mesmo que se voltar a fechar as escolas, Marcelo limitou-se a dizer: “Não posso nem devo dizer mais”.
Na mesma entrevista ao CM, Marcelo assumiu a responsabilidade da pandemia “a partir do momento em que decretei o estado de emergência”. No entanto, entende que “os portugueses têm de assumir alguma responsabilidade”, bem como o Governo “na medida em que prepara os decretos executivos”.
Questionado sobre as medidas na quadra natalícia, o Presidente disse que foi um “contrato de confiança”, mas “correu mal”.
“Houve alguns portugueses que causaram mal a outros. Tive conhecimento das festas familiares, dos encontros sem máscara com dezenas de pessoas. Não funcionou o pacto de confiança e assumo a quota parte de responsabilidade. A minha sensação é de que, nos últimos dois dias de final de ano, já não havia rigor dos portugueses”, explicou.
Sobre o que é necessário fazer agora para travar a pandemia, Marcelo disse que “é preciso que estas medidas avancem e houve um passo importante em relação aos fins de semana. As pessoas não perceberam que há uma dificuldade adicional face a março. Este confinamento é mais complicado porque há mais atividades económicas a funcionarem. É importante que os que confinam percebam que é um problema de todos e façam um esforço adicional no próximo mês e meio a dois meses”.
“Isto não é uma ditadura”
Em ação de campanha na Misericórdia da Azambuja esta segunda-feira, Marcelo reconheceu falhas e apontou erros, mas afirmou: “Isto não é uma ditadura, não há poder político que se possa substituir às pessoas”.
“Os meus netos, que viveram na China, aí sim há regras para cumprir mesmo”, afirmou o Presidente, citado pelo semanário Expresso. Aqui “isto é uma democracia”, “as pessoas estão estafadas, cansadas” e “ao fim de 11 meses já perceberam tudo”, já sabem o que têm que fazer.
Mesmo assim, o Presidente apelou ao cumprimento das regras: “As pessoas que podem, porque não estão a trabalhar, devem confinar“.
Segundo Marcelo, as fábricas estão abertas, porque a economia não fechou como em março, porque as fronteiras não fecharam e as exportações e importações continuam. “E sabia-se que este confinamento ia ser muito diferente do de março” e que “a eficácia das medidas depende muito de quem as aplica”.
Então, homem desgraçado, faça alguma coisa. Porra!
As escolas já deveriam estar encerradas. As eleições deveriam ter sido adiadas e a campanha eleitoral deveria ter sido suspensa!
Pedem um esforço descomunal aos privados que têm os seus negócios encerrados e depois atuam irresponsavelmente.
É preferível fechar o país um mês do que estarmos todos a meio gás e andarmos nisto 2 ou 3 meses.