Quem são André e Blandine e Kayleigh e William, dois casais que morreram no Elevador da Glória

Rodrigo Antunes / Lusa

André e Blandine eram ambos conservadores de património oriundos do Quebeque. Já o casal britânico Kayleigh e William dedicava-se ao teatro.

André Bergeron, um dos mais reconhecidos conservadores de património arqueológico do Quebeque, e a sua mulher, Blandine Daux, especialista em restauro, foram identificados como as duas vítimas mortais canadianas do acidente com o Elevador da Glória. O casal, que tinha duas filhas, estava em Portugal a celebrar o 70.º aniversário de André e a sua recente reforma.

A confirmação da identidade foi feita pelo irmão de André, Éric, que está em Lisboa com as duas filhas do casal. Segundo relatou à CBC, soube do acidente pela televisão, mas só começou a suspeitar que o irmão e a cunhada poderiam estar envolvidos quando as mensagens que lhes enviou não tiveram resposta.

O alarme soou definitivamente quando os responsáveis pelo alojamento turístico confirmaram que o casal nunca regressou para recolher os pertences, na véspera do regresso ao Canadá.

Estou devastado. Não parece real. Imagine perder os dois pais ao mesmo tempo”, afirmou Eric, referindo-se às sobrinhas.

Bergeron, premiado especialista em arqueologia subaquática, trabalhou no British Museum e destacou-se no estudo de naufrágios. Já Blandine, francesa a residir no Canadá desde 2001, dedicou mais de duas décadas ao Centro de Conservação do Quebeque, onde se especializou na recuperação de objetos metálicos.

Antes da confirmação das mortes, Violette, uma das filhas do casal, lançou um apelo no TikTok a pedir ajuda para localizar os pais, partilhando fotos e detalhes do casal. Horas depois, já com a confirmação da tragédia, publicou apenas uma imagem dos dois abraçados, acompanhada da mensagem: “Mãe, pai. Foram levados tão cedo e tão de repente. Vou guardar-vos no meu coração para sempre”.

Casal de artistas Kayleigh e William também perdeu a vida

A identidade do casal britânico Kayleigh Smith, de 36 anos, e William Nelson, de 44, já foi confirmada. De acordo com o jornal britânico The Guardian, Kayleigh é natural de Macclesfield em Cheshire, e formou-se na Escola de Teatro Arden, tendo ganhado prémios enquantro atriz e diretora. Já William também se dedicava ao mundo das artes e inclusive trabalhava como diretor na escola onde Kayleigh se formou.

Poucas horas antes do acidente, Kayleigh publicou fotos no Instagram do primeiro dia do casal em Lisboa com a legenda: “Igrejas e castelos, azulejos e bondes”.

O Teatro MADS em Macclesfield publicou uma homenagem na noite de sexta-feira: “É com grande tristeza que reconhecemos a morte de Kayleigh Smith e o seu companheiro Will Nelson na tragédia do funicular de Lisboa. Kayleigh era um membro valioso da nossa sociedade e fez contribuições consideráveis ​​tanto para o MADS quanto para o teatro no Noroeste. É realmente uma perda triste para todos nós do teatro.”

A identidade da terceira vítima britânica continua desconhecida, sabendo-se só que é um homem de 82 anos.

A lista oficial de vítimas mortais, entretanto atualizada pela Polícia Judiciária, inclui cinco portugueses, três britânicos, dois sul-coreanos, dois canadianos, um ucraniano, um americano, um suíço e um francês. O balanço foi corrigido após se confirmar que o cidadão alemão inicialmente dado como morto está afinal vivo e internado no Hospital de São José.

Entre os portugueses está o guarda-freio André Marques. As restantes vítimas portuguesas eram quatro trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que regressavam a casa após um dia de trabalho: Pedro Trindade, Alda Matias, Ana Paula Lopes e Sandra Coelho.

Soube-se entrentato que a vítima mortal ucraniana era um homem de 54 anos que veio para Portugal após a guerra, com estatuto de proteção humanitária.

Do casal sul-coreano sabe-se ainda que viajava com uma terceira pessoa, que ficou ferida no acidente. Quanto às restantes vítimas, apenas se sabe que são mulheres, sem mais informações divulgadas.

ZAP //

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