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“Não haverá mais guerra” na Coreia do Norte (graças às armas nucleares de Kim Jong-un)

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KCNA / EPA

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse que acredita que o seu país não voltará a ter de travar guerras porque o seu arsenal nuclear garante a sua segurança.

Num discurso ao grupo de veteranos no 67.º aniversário do armistício que efetivamente encerrou a Guerra da Coreia, em 27 de julho, Kim Jong-un disse que as armas nucleares permitiriam à Coreia do Norte defender-se “contra qualquer alta pressão e ameaças militares de imperialistas e forças hostis”.

“Com o nosso impedimento nuclear autodefensivo, confiável e eficaz, não haverá mais guerra nesta terra e a segurança e o futuro do nosso país serão garantidos para sempre”, disse o líder norte-coreano, de acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA), citada pela CNN.

Durante anos, a Coreia do Norte definiu a sua busca por armas nucleares como puramente defensiva e destinada a impedir tentativas de invasão ou mudança de regime.

Porém, alguns especialistas defendem que as armas nucleares vão encorajar Pyongyang, permitindo que o regime de Kim Jong-un adote políticas mais hostis e bélicas, enquanto dissuadem os adversários de responder a agressões de nível mais baixo.

Independentemente da razão pela qual a Coreia do Norte esteja a criar armas nucleares e mísseis balísticos, os comentários de Kim na segunda-feira são um lembrete importante do quão difícil será fazer um acordo que faça Pyongyang desistir de um programa que considera fundamental para sua própria sobrevivência.

O discurso de Kim ocorreu num dos feriados mais importantes da Coreia do Norte: o aniversário da “vitória do povo coreano na grande Guerra de Libertação da Pátria”, que é como a Coreia do Norte se refere à Guerra da Coreia.

A maioria dos historiadores concorda que o conflito começou quando Kim II-Sung, avô do atual líder norte-coreano, invadiu o sul na tentativa de reunir a península coreana à força. No entanto, a Coreia do Norte ensina os seus cidadãos que a guerra começou quando os Estados Unidos e a Coreia do Sul marcharam no norte – e que Pyongyang venceu a guerra graças à liderança de Kim II-Sung.

Embora alguns estivessem otimistas de que a cimeira de Kim Jong-un e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Singapura, em junho de 2018, poderia levar a um avanço, as conversações nucleares entre Washington e Pyongyang não conseguiram fazer nenhum progresso tangível. Os dois voltaram a reunir-se em fevereiro, em Hanói, no Vietname. Mas a cimeira terminou sem qualquer acordo nuclear.

Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano e segunda figura mais poderosa do país, disse, no início deste mês, que os Estados Unidos precisariam de adotar uma nova estratégia de negociação se a Coreia do Norte concordasse num futuro encontro entre Trump e Kim.

Kim também disse que acreditava que os parâmetros das negociações entre os dois países precisavam de mudar para se concentrar na “retirada da hostilidade” dos Estados Unidos à Coreia do Norte em vez de se concentrar na negociação da desnuclearização para alívio das sanções, aumentando essencialmente o preço para futuras conversações entre Washington e Pyongyang.

Durante anos, a Coreia do Norte acusou os Estados Unidos de empregar o que chama de “política hostil” contra o regime de Kim Jong-un, apontando para a aliança de Washington com a Coreia do Sul, o seu compromisso de proteger o país sob o “guarda-chuva nuclear” dos Estados Unidos e o envio de forças norte-americanas para o país.

ZAP //

1 Comment

  1. Mas quem é que vai tentar invadir a Coreia do Norte? Desprezo e estar atento para que o louco do ditador não tente ele mesmo mandar atacar outro país e aí sim! Ele possivelmente iria perceber que para lá das suas fronteiras também existem armas nucleares e outras para o acalmar. Dar-lhe atenção é estar a da-lhe protagonismo que é esse o seu desejo, sentir-se importante.

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