O jornal italiano La Stampa acusou Moscovo de ter enviado, no contingente de 104 médicos e especialistas enviados da Rússia, oficiais da agência de inteligência militar russa (GRU).
A Rússia enviou ajuda para Itália, na forma de um contingente de médicos e especialistas, além de material, numa tentativa de apoiar o país da Europa mais atingido pela pandemia.
Porém, o bom relacionamento entre as duas nações foi posto à prova após a acusação do jornal italiano La Stampa, que cita um ex-especialista em armas químicas da NATO.
“Sem dúvida, há oficiais da GRU entre eles”, disse Hamish De Bretton-Gordon, ao mesmo jornal, que é um dos principais jornais de Itália “Podemos supor que [a equipa russa] deseje descobrir o máximo possível sobre as forças [militares] italianas e criar redes de inteligência”, acrescentou o ex-especialista da NATO.
O Diário de Notícias recorda que a Grã-Bretanha acusa membros dos serviços de inteligência russos de terem tentado envenenar o ex-agente russo Sergei Skripal em 2018.
Também as agências de informações dos Estados Unidos acreditam que espiões de Moscovo invadiram os servidores de computador dos rivais democratas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a campanha eleitoral de 2016.
A embaixada russa em Roma já reagiu, partilhando, na rede social Twitter, uma declaração do porta-voz do Ministério da Defesa onde aquele condenava as “notícias falsas da Guerra Fria Russofóbica”.
O representante de Moscovo acusou o jornal italiano de “se esconder atrás dos ideais da liberdade de expressão” para espalhar histórias remanescentes da “propaganda antissoviética”.
O primeiro-ministro Giuseppe Conte viu-se obrigado a “repreender” a Rússia. “Embora grato pelo apoio da Rússia, não se pode deixar de criticar o tom inadequado de certas expressões usadas pelo porta-voz do Ministério da Defesa russo”, afirmou o governo num comunicado, citado pela AFP. “A liberdade de expressão e o direito de criticar são valores fundamentais do nosso país”.
O primeiro-ministro italiano rematou a mensagem, dizendo que a Rússia tinha “o direito de responder, mas de maneira formal e correta”.
Acredito que sim, para medir a febre aos doentes.
Mas deviam antes medir a febre a vendedores de papel delirantes.
Pronto vai começar outra temporada de «culpem os Russos pelos nossos erros».
Concordo nunca confiar na Rússia.
Malditos russofóbicos.