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Datacenter da Amazon em Aragão
Espanha pode estar “à beira do colapso ecológico”, mas não está sozinha: os três gigantes tecnológicos dos EUA estão a levar zonas de escassez de água à rutura. O problema é que “nem as pessoas nem os dados podem viver sem água”.
Uma infografia publicada no The Guardian mostra como as grandes empresas de tecnologia norte-americanas Amazon, Microsoft e Google estão a construir com o apoio de Donald Trump datacenters em zonas de grande escassez de água por todo o mundo.
O problema? Estes datacerters vão consumir muita água — mais propriamente, 755.720 metros cúbicos de água por ano, no caso dos 3 novos datacenters que estão a ser construídos no nordeste de Espanha, na região de Aragão.
A extração deste volume de água já foi aprovada, e é o suficiente para manter 233 hectares de milho, um dos produtos que é mais cultivado na região, muito ligada à agricultura.
A água é usada nestes datacenters, que contêm servidores em rede utilizados para o armazenamento e processamento remoto de dados, para o arrefecimento dos sistemas.
Note-se também que já existem três lugares de armazenamento de dados deste tipo na região. Estes datacenters deverão passar a consumir mais eletricidade do que toda a região de Aragão.
Esta é uma das zonas espanholas com mais escassez de água, e ainda no mês passado a região pediu ao governo espanhol ajuda para combater este problema que afeta as culturas.
Apesar disso, o governo de Aragão não reconhece o problema, e diz ao The Guardian que o impacto é “impercetível”.
No entanto, como afirma Lorena Jaume-Palasí, fundadora da Ethical Tech Society, 75% de Espanha já em risco de desertificação, e a combinação da crise climática com a expansão dos centros de dados está a “levar a Espanha à beira do colapso ecológico”. Alerta ainda que “a resiliência do ponto de vista dos recursos vai ser muito difícil para essas comunidades.”
E Espanha não é a única afetada pelos danos destes novos datacenters (que os 3 gigantes tecnológicos estão a aumentar em 78%): a própria Microsoft admitiu que 42% da água que usa para estes sistemas provém de “áreas com stress hídrico”, e a Google afirmou que 15% do seu consumo de água se situava em áreas com “elevada escassez de água”.
Há datacenters em construção, segundo o mapa partilhado pelo The Guardian, em vários continentes, e até nos EUA as zonas escolhidas são de escassez de água. O mesmo acontece na China, no Médio Oriente ou em África do Sul, por exemplo.
A escolha destes lugares não é aleatória: têm de ser áreas secas, rurais e no interior, uma vez que a baixa humidade reduz o risco de corrosão do metal, e a própria água do mar também provoca corrosão.
“Sabemos que a água é um recurso precioso e estamos empenhados em fazer a nossa parte para ajudar a resolver este desafio”, garantiu já Harry Staight, um porta-voz da Amazon. “É importante lembrar que muitas das nossas instalações não requerem o uso contínuo de água para arrefecer as operações.”
“Nem as pessoas nem os dados podem viver sem água”, alerta por outro lado Aurora Gómez, ativista do grupo de campanha Tu Nube Seca Mi Río (“A tua nuvem seca o meu rio”). “Mas a vida humana é essencial e os dados não.”
Não percebo! A refrigeração destes equipamentos não conseme água, usa-a para libertar calor para o ambiente! Ela entra e sai limpa, apenas com temperatura aumentada. Isto pode impactar os ecosistemas circundantes, mas daí a “consumir” água! A água volta direitinha para ciclo.
Exemplo: a antiga central de Sines usava quantidades massivas de água do mar para condensar o vapor dos circuitos e era devolvida quente ao mar. Ao que me recordo, nem os ecosistemas foram afectados de forma negativa.
E o ar condicionado serve para quê? Circuitos fechados de freon 11, no meu tempo, não arrefece? :), isto é estratégia muito para além do que se vê.
Ainda não entendi o racional de construir datacenters em zonas quentes e secas.
Se os data center estão a consumir água é porque estão avariados, e convém arranjar isso quanto antes porque componentes elétricos e água é uma mistura perigosa.
Com tantos carros e camiões com circuitos de refrigeração, se fossem a consumir água estávamos perdidos. Mais uma vez determinadas associações de agenda woke,tentam assustar as pessoa para assim mostrarem que existem.
Comédia…então a agua para arrefecimento destes centros nao é feita em circuito fechado? Sai mais barato usar e descartar??? Mundo de loucos.