Fim do sonho encarnado: João Félix vai vestir azul por 50 milhões de euros

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Vince Mignott / EPA

“London calling” João Félix: internacional de 24 anos de regresso ao Chelsea após longa ‘novela’. Negócio pode chegar aos 60 milhões.

João Félix vai vestir azul.

Com luz verde do Atlético Madrid, o internacional português tem voo marcado esta terça-feira para a capital britânica para dar como concluída uma das maiores novelas desta janela de transferências.

O Chelsea duplicou a oferta do Benfica — que terá chegado aos 30 milhões por 50% do passe — e vai deter o passe de Félix até aos seus 31 anos.

O Atlético aceitou 50 milhões de euros imediatos pela compra do avançado, que já tinha representado os ‘blues’ por empréstimo em 2022/23, tendo apontado quatro golos em 20 jogos. O negócio pode chegar aos 60 milhões de euros, caso Félix cumpra determinados objetivos previstos no contrato.

Félix vai assinar um contrato definitivo e válido até 2030 com o Chelsea, com opção de extensão do contrato por um ano, até junho de 2031.

Além disso, o internacional inglês Connor Gallagher faz o caminho inverso — segue para os ‘colchoneros’, a troco de 45 milhões de euros.

O ex-Benfica já tinha acordado os termos do contrato com o Chelsea: só faltava o acordo entre as duas equipas. Sai de Madrid 131 jogos e 34 golos depois.

A novela Félix

O internacional saltou da convocatória de Diego Simeone minutos antes da partida frente ao Villarreal, depois de uma janela de verão complicada: regressou à capital espanhola — que com o passar dos anos lhe ganhou um certo “ódio”.

A má relação que foi desenvolvendo com o técnico, dirigentes (foi apanhado a discutir com o diretor desportivo) e adeptos do Atlético manchou os últimos anos do avançado de 24 anos, mas as tréguas pareciam estar próximas após uma boa pré-época do avançado português.

“Ele está muito bem, o comportamento é o que qualquer jogador que esteja num plantel precisa de ter, predisposto a tudo o que lhe for proposto, a competir com outros companheiros”, disse Diego Simeone na antevisão do jogo com o Villarreal.

Chegou com muito peso nas costas para carregar. O Atlético pagou 126 milhões de euros pelo “menino” de 20 anos, que tinha acabado de apontar 20 golos e oito assistências pelo campeão Benfica.

Sem lugar na equipa de Simeone, que lhe pedia “mais gasolina” mal chegou à capital espanhola, a relação azedou rápido. ”Faça o que fizer com João Félix, vou ser sempre criticado”, dizia o argentino.

Substituído em quase todos os jogos, a tensão acumulava-se dos dois lados: se uns diziam que Simeone não era o treinador adequado para Félix, outros argumentavam que era o português que simplesmente não rendia dentro das quatro linhas.

Em 2021, já se dizia que Simeone andava a convidar o craque português a sair, mas ficou. Só mais tarde é que a corda rompeu.

“O treinador sabe que Félix tem qualidade para ser uma estrela mundial, mas a falta de regularidade e a intermitência do seu futebol levaram-no a distanciar-se do português e a preferir outros jogadores com quem teve resultados. Simeone nunca terá em Félix a mesma confiança que tem em Griezmann”, escrevia o diário espanhol Marca.

De asas cortadas, voaria para Londres por empréstimo. Nova situação difícil para o português: o Chelsea não quis comprá-lo e devolveu-o a Simeone, que não o incluiu nas contas.

Com saída anunciada, Félix acabaria por se “auto-oferecer” a uma equipa rival, o Barcelona. “Foi a minha primeira opção. Gostava que fosse o meu próximo clube”, disse ao jornalista italiano Fabrizio Romano em plena janela de transferências de verão.

E Barcelona seria mesmo o seu destino, por segundo empréstimo, onde teve oportunidade de irritar ainda mais os adeptos madrilenos: até festejou euforicamente um golo que marcou frente aos ‘colchoneros’. Com 10 golos em 44 jogos, os ‘culés’ ainda estiveram interessados em trazê-lo em definitivo, mas os problemas financeiros atrapalharam os planos.

Félix ainda terá querido regressar ao Benfica — que terá avançado com uma proposta de 20 milhões de euros, mas apesar do forte desejo de Rui Costa, o negócio nunca seguiu em frente.

Tomás Guimarães, ZAP //

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