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“Estado de guerra”. É “inevitável” que se declare estado de emergência ou quarentena obrigatória

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Mário Cruz / Lusa

Luis Marques Mendes

Luís Marques Mendes considerou este domingo no seu habitual espaço de comentário na SIC que é “inevitável” que o Conselho de Estado convocado pelo Presidente da República para esta quarta-feira decida aplicar “uma medida de quarentena obrigatória” ou “de estado de emergência”.

“O Conselho de Estado vai dar a sua opinião: uma medida de quarentena obrigatória ou de estado de emergência é inevitável”, começou por dizer neste domingo o antigo presidente do PSD, que é também Conselheiro de Estado.

E observou: “Nunca aconteceu, é uma medida de estado de guerra mas nós, na prática, vivemos um estado de guerra. É um pedido do Presidente [da República] que tem de consultar o Governo, e isso traduz-se em limitar as liberdades, sobretudo de circulação. E as medidas são obrigatórias: é um mal necessário. E, por último, só pode ser tomada por 15 dias”, precisou o comentador político.

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou ao fim da tarde deste domingo que iria reunir o Conselho de Estado para decidir sobre o eventual estado de emergência, decisão que levou Marques Mendes a deixar elogios ao chefe de Estado e ao Governo.

O Governo esteve bem. O primeiro-ministro decidiu ouvir os partidos. Esteve bem. E os partidos também: em tempo de guerra tem de haver unidade, boa solidariedade e consonância a nível governamental. As pessoas querem unidade no plano mais elevado do Estado. As medidas foram boas. Agora, não tenho uma dúvida de que são insuficientes, sobretudo no plano de circulação de pessoas”.

Sobre as restrições nas fronteiras com Espanha, anunciadas este domingo pelo primeiro-ministro, António Costa, defendeu que a decisão foi tomada “um pouco tarde”

Marques Mendes disse ainda esperar que as medidas não sejam tomadas a “conta-gotas”, alertando que esta situação pode criar um clima de insegurança.

O comentador político alertou também para as consequências desta pandemia a nível económico: “Vai ser um processo longo e, no plano económico, devastador. Provavelmente vamos ter uma recessão global. E, em terceiro lugar, vai deixar as suas sequelas no plano social e até no plano psicológico”.

UE devia emitir dívida, Centeno devia ficar

Para tentar travar os efeitos desta pandemia, considerou, a União Europeia devia emitir dívida. “Precisávamos da possibilidade de a UE emitir dívida europeia, que depois repartiria pelos vários países europeus, apenas para financiar as intervenções decorrentes desta crise. Assim assegurava que, no pós-crise, os países, sobretudo os mais endividados, não viriam a ser penalizados pelos mercados só porque viram agravada a sua dívida pública”.

Marques Mendes abordou ainda a eventual saída do ministro das Finanças, Mário Centeno, do Governo para o Banco de Portugal, que tem sido dada como certa para meados do verão, no “pico da epidemia financeira”. No entender de Marques Mendes, o governante deve ficar, sobrepondo o interesse do país aos seus próprios interesses pessoais.

Pergunto, como fez o diretor do Expresso, se faz sentido o ministro das Finanças sair do Governo em plena crise financeira, ele que é o que melhor conhece os meandros financeiros e orçamentais? Faz sentido que o seu interesse pessoal se sobreponha ao interesse do país? Receio que, apesar de tudo isto, Centeno saia mesmo do Governo. Mas é um erro enorme. O país não vai compreender“.

“Em 2014, o ex-primeiro-ministro Passos Coelho tencionava indicar para a Comissão Europeia Maria Luís Albuquerque. Só que, entretanto, surgiu a falência do BES e Passos Coelho achou que não podia mudar de Ministra das Finanças num momento tão crítico como aquele. Não será que agora, mais coisa, menos coisa, a situação é idêntica?”, disse, recordando um caso que considera ser idêntico.

Marques Mendes frisou ainda que é Mário Centeno que melhor “conhece os meandros financeiros e orçamentais” de Portugal.

ZAP //

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14 Comments

      • Oh Sr professor, “protecção” está correctíssimo e “civil” tem um acento a mais (que não sei como foi lá parar!); mas, não tens nada a dizer sobre os “bitaites” do meio-metro de advogado mafioso?!

  1. «…Nunca aconteceu, é uma medida de estado de guerra mas nós, na prática, vivemos um estado de guerra. É um pedido do Presidente [da República] que tem de consultar o Governo, e isso traduz-se em limitar as liberdades, sobretudo de circulação. E as medidas são obrigatórias: é um mal necessário…» – Luís Mendes

    É inadmissível que o Governo, a Presidência da República, e os partidos da Assembleia da República (AR) impeçam os cidadãos de fazerem o seu dia-a-dia ou de irem trabalhar por causa do exercício militar «Defensor da Europa 20» (Defender Europe 20 pela sua sigla em inglês).

    Assim como ocultar uma crise económica com a disseminação de um vírus (Covid-19), por forma a impor medidas financeiras, laborais, e jurídicas, que dificilmente seriam aceites pelos cidadãos é do mais escroque que pode existir.

    E igualmente medíocre é servirem-se dessa mesma disseminação do vírus (Covid-19), para testarem e analisar em locais e transportes públicos ou nos locais de trabalho de empresas privadas ou públicas, tecnologia que em breve será parte do nosso quotidiano, ao mesmo tempo que realizam um gigantesco experimento social com o objectivo de aniquilar a liberdade individual dos cidadãos e implementar lentamente uma ditadura neoliberal.

    P.S.: Medidas económicas, laborais, jurídicas, sociais, ou tecnológicas, devem ser discutidas com os cidadãos e nunca decididas e impostas sem os mesmos serem consultados e todas as partes chamadas ao debate; o que se está a fazer é um atentado à República e ás Liberdades Civis para justificar a nova falência feita acontecer do corrupto sistema financeiro dominado pelo regime da Inglaterra e perda de influência do mesmo.

        • olha lá ó” EU” tú até metes impressão com os teus comentários e armado em professor de quem escreve os seus comentários, se calhar és um frustrado que nem andar de bicicleta sabe, aliás Zé ninguém, deves ser daqueles que andam a mamar os nossos impostos por isso é que tens tempo para ires ao dicionário ver se escreves em condições, abraço burro deixa as pessoas em paz e faz comentários que contribuam para a sociedade.

          • Tu és tão ilimitado que nem sequer percebeste que esse é outro “Eu!”…
            Um palerminha tão bom como tu que, além de não dizer nada de jeito, agora resolveu usar o meu nick…
            Também não devias dar tanta importância a Zé’s Ninguém – isso só revela algum problema (e não é só no intelecto)!…

        • Eu! O que está insinuando quando coloca entre aspas artistas e menciona o Brasil? Mais respeito a nós, brasileiros.

      • Teoria da conspiraçao?
        “estado de guerra”
        Sim, sim, realmente é so balas e corpos aos pedaços na rua.
        E fome.
        O povo tem um defeito…é cego pela TV, e so come palha.
        Se alguem acha que isto nao vai trazer consequencias graves para a economia…
        Daqui a uns poucos meses, a gente fala.

    • Nao perca o seu tempo, os portugueses sabem la o que é o exercicio defender, ou se a reserva federal baixa as taxas de juro, ou se o paciente zero nao teve contacto com o mercado la dos morcegos.
      O que interessa é ouvir nos noticiarios as palavras chave e as imagens dramaticas.
      Ainda hoje, fizeram zoom, sobre um caixao a sair de um carro funerario.
      Torna se dificil dar credibilidade, quando a dramatizaçao é biblicamente superior ao apelo à calma.
      Quem gosta das suas liberdades civis, deve considerar mudar de pais.
      E nao deve ser para outro da europa.
      Seja o programa de quem for, so se ve gente aos saltos, histericos, a implorar pela ajuda do desgoverno, chega a ser engraçado, ao mesmo tempo que irritante.
      Compre umas pipocas, e fique em casa a rir se do panico.
      So tenho pena de quem realmente é severamente atacado, como os idosos e pessoas com doenças, o resto, sao uma cambada de maricas, histericos, que so pensam em ter papel para limpar o c#.
      Saude.

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