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Governo volta a adiar reunião sobre aumentos na função pública. Sindicatos admitem greve

Nuno Fox / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno

O Governo voltou a adiar a reunião com os três sindicatos da administração pública para esta sexta-feira, com a presença do ministro das Finanças, onde deverão ser discutidos os aumentos salariais para 2019.

A ronda negocial começou por estar agendada para a tarde de dia 10, mas foi adiada uma primeira vez para quinta-feira e agora novamente para sexta-feira à tarde, segundo o dirigente da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão.

A reunião de sexta-feira contará com a presença do ministro das Finanças, Mário Centeno, disse o dirigente sindical. As estruturas sindicais – Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), Frente Comum e Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) – reivindicam atualizações salariais entre 3% e 4% para o próximo ano, mas a margem do Governo é de 50 milhões de euros.

“Esperemos que definitivamente o Governo nos apresente uma proposta de aumentos salariais na reunião de sexta-feira”, disse José Abraão.

Segundo o Diário de Notícias, os sindicatos que representam a função pública podem avançar para um cenário de greve, caso o Governo não melhore a proposta.

Jose Abraão, em declarações ao diário, disse que a Fesap não aceitará outro desfecho que não seja o de um aumento salarial generalizado – “que não deixe ninguém para trás”. O líder sindical exige uma proposta com “dignidade”, uma vez que “cinco euros não são aumento para se apresentar a ninguém”.

“O Governo vai ter de decidir se quer ser recordado como o único a conseguir pôr o défice a zeros em período de democracia ou se quer ser lembrado como o que pôs termo ao período mais longo em democracia de congelamento de salários”, explicou. Caso contrário, deverá contar com uma greve e, “nesse contexto um dia de paralisação será pouco”.

Proposta negocial

A proposta do executivo para a função pública está a ser negociada com os partidos políticos, mas ainda esta semana o Bloco de Esquerda disse não haver ainda acordo com o Governo sobre o valor e o modelo para os aumentos no Estado.

As propostas iniciais do Governo apresentadas durante as negociações no parlamento situavam-se entre cinco euros, se o aumento abrangesse todos os trabalhadores, e os 35 euros se fosse dirigido apenas a quem ganha menos, tal como avançou a Lusa.

Em entrevista ao Público no sábado, Mário Centeno confirmou os cenários que estão em cima da mesa: cinco euros para todos os trabalhadores, dez euros para quem ganha até 835 euros e até 35 euros para salários até 635 euros. Os sindicatos exigem uma atualização para todos os trabalhadores da administração pública.

Na última ronda negocial com as estruturas sindicais, dia 4, o Ministério das Finanças avançou com uma proposta sobre outras matérias a incluir no OE2019 para a função pública, que prevê o pagamento faseado das progressões na carreira em 2019, à semelhança do que aconteceu este ano.

ZAP // Lusa

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