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Costa prepara regresso à nova “normalidade”. Confiança é a palavra chave

Mário Cruz / Lusa

O Governo de António Costa prepara o regresso do país à nova “normalidade”, estando a ser traçado um plano para a retoma económica, que deverá acontecer de forma gradual dentro de algumas semanas.

O primeiro-ministro, António Costa, e o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, reuniram durante todo o dia desta terça-feira com mais de 20 economistas e académicos para começar a delinear o plano de retoma económica.

No fim da reunião, Siza Vieira falou aos jornalistas, dando conta que o país está a entrar no tempo de preparar o regresso da atividade económica.

Sem adiantar uma data específica para a retoma ou se a renovação do estado de emergência, que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já disse estar convencido de ser necessário renovar até 1 de maio, o responsável pela pasta da Economia revelou que a confiança será a palavra chave neste processo.

“Não vou entrar em detalhes sobre o conjunto de reflexões feitas, mas, de uma maneira geral, há uma partilha importante da ideia de que temos de ir construindo uma confiança coletiva na capacidade de proteger as populações, e os elementos mais frágeis, à medida que vamos preparando o levantamento das restrições à atividade económica e circulação dos cidadãos”, disse Pedro Siza Vieira.

Tal como frisa o jornal Público, a economia só reabre se as pessoas tiverem confiança para voltar à rua para trabalhar e consumir sem correrem o risco de contraírem a covid-19, doença que já fez 126 mil vítimas mortais e quase dois milhões de infetados no mundo.

Siza Vieira reforçou essa mesma ideia, sem muito adiantar: “Temos de começar a pensar na forma como vamos ser capazes de criar, na nossa população e nas empresas, a confiança de que estão reunidas as condições para o retorno à atividade”, explicou.

Muitas máscaras?

Partindo do pressuposto da confiança, Pedro Siza Vieira destacou, na mesma declaração que fez a partir de São Bento, em Lisboa, que, após a retoma, as empresas terão de assegurar aos seus trabalhadores um ambiente de trabalho seguro.

Sem adiantar como é que as entidades patronais farão este reforço de segurança para os seus trabalhadores, Siza Vieira deixou indícios de que esta adaptação: o reforço de segurança no seio empresarial se poderá fazer através de máscaras.

O governante frisou que há já empresas portuguesas com capacidade de fabricar máscaras de proteção individual em “grande quantidade”, dando conta que estas “poderão ser distribuídas pelos circuitos de comercialização”.

Siza Vieira recordou ainda que não decretou o encerramento de sectores de atividade em massa. “Foram os sectores que encerraram por sua iniciativa – e bem – e, obviamente, serão eles a decidir qual o momento mais seguro para voltarem à atividade”.

Por isso, quaisquer medidas que o Governo venha a tomar sobre a reabertura da atividade, incidirão sobre as atividades em que houve a decisão de fecho, isto é, o comércio.

O Governo não adiantou ainda quando é que pretende retomar ou dar início à atividade económica, mas o Correio da Manhã aponta que será em maio.

A reunião de António Costa e Siza Vieira com os especialistas ocorreu no mesmo dia em que Fundo Monetário Internacional (FMI) previu uma recessão de 8% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

Para 2021 o cenário inverte-se, com a instituição a apontar para uma recuperação de 5,0% do PIB e uma taxa de desemprego de 8,7%.

Também o ministro das Finanças, Mário Centeno, já vaticinou uma quebra inédita do PIB no segundo trimestre deste ano. “As estimativas que existem – e apresentaremos brevemente números nesse sentido – estão enquadradas em factos que vão desde 6,5% do PIB anual por cada 30 dias úteis em que a economia esteja parada, como está hoje em Portugal”, referiu Mário Centeno em entrevista à TVI.

ZAP //

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