Frederico Pinheiro explica idas nocturnas ao ministério. “Pedro Nuno está do meu lado”

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José Sena Goulão / Lusa

O ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP

Os horários flexíveis, a difamação e a “narrativa montada”. O ex-adjunto de Galamba volta a aparecer em público.

Frederico Pinheiro concedeu as primeiras entrevistas, desde que o seu nome se viu envolvido na polémica saída do ministério das Infraestruturas.

A conversa na TVI começou com as acusações de João Galamba, na véspera, sobre as noites em que o seu ex-adjunto ia ao ministério em “horas impróprias”.

Frederico Pinheiro sublinha que, desde que foi contratado para trabalhar no Governo, sempre quis conciliar emprego com família: saía mais cedo para ir buscar os filhos à escola, voltava depois; e também é treinador de andebol, por isso voltava ao Ministério ao final da noite depois dos treinos.

“Nunca me foi transmitida qualquer desconfiança. Nunca escondi, sempre deixei claro que tinha um horário flexível”, explicou.

Questionado precisamente sobre as alegadas fotocópias que ia tirar ao ministério ao fim da noite, Frederico Pinheiro respondeu que era “tudo normal”, fazia parte do seu trabalho.

Centrando-se na noite da sua saída, e repetindo o que foi transformado em “agressor” quando é o “agredido”, o ex-adjunto está a pensar se avança para tribunal com queixas contra o primeiro-ministro e contra o ministro das Infraestruturas. “Existe matéria jurídica para se avançar com uma queixa-crime“, avisa.

“Quando refiro publicamente, na comissão e nesta entrevista, que fui difamado, tenho noção de que a difamação é um crime”, explicou.

Frederico Pinheiro assegura que Galamba tem mentido e que nunca ameaçou o ministro.

“Existe a tal narrativa, que está a ser montada, de que eu recebo um telefonema, que fico extremamente exaltado e decido intempestivamente dirigir-me ao Ministério recolher os meus pertences e, quando chego lá, faço uma série de agressões. Isso não ocorreu, não foi isso que aconteceu. Eu tomo uma decisão racional, porque estava a caminho de casa e passo no Ministério”, descreveu.

Repetiu também que nunca lhe foi dito que não podia entrar no Ministério das Infraestuturas na noite de 26 de Abril e que o segurança do edifício viu-o entrar e nada fez.

Sobre a confusão que houve com as funcionárias do ministério, por causa do computador, sugeriu: “Há aqui um dado novo: nunca tinha sido referida a iniciativa destas pessoas de me roubarem a mochila. Quatro pessoas atirarem-se à minha mochila e ninguém me tocar…”.

Frederico Pinheiro assegura que foi buscar o computador para fazer cópia dos documentos pessoais, algo que não fazia há um ano. E repete que nunca partiu vidros no edifício.

Confessa que se sentiu “intimidado” por causa do contacto do Serviço de Informações de Segurança (SIS) para recuperar o computador portátil, quando ele já tinha dito que o entregava voluntariamente.

Mesmo com toda esta polémica, Frederico Pinheiro continua com a sua rotina normal. E recebeu “centenas de interações de apoio” de pessoas que nem conhece.

Uma das pessoas que o tem apoiado é o antecessor de João Galamba. Pedro Nuno Santos, antigo ministro das Infraestruturas, tem apoiado o seu amigo Frederico Pinheiro: “Nos tempos difíceis, estive sempre ao lado de  Pedro Nuno Santos e obviamente que Pedro Nuno Santos também está ao meu lado, como muitos amigos, neste momento difícil”.

Na mesma noite, numa entrevista à rádio Renascença, Frederico Pinheiro contou que tem testemunhas que ouviram a “conversa toda” com um agente do SIS, que lhe telefonou para recuperar o computador e que terá ameaçado: “É melhor resolvermos isto a bem, ou a situação pode complicar-se”.

ZAP //

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4 Comments

  1. Num país decente, o presidente Marcelo já teria demitido o governo, …, há que tempos que isso já deveria ter acontecido!!!
    Entendo que, tanto de oposição como de alternativas a este governo, não estamos bem aconchegados politicamente falando, mas aceitar a “paz podre”, assim como as jogatanas e espertezas proporcionada por este governo e seus constituintes, é que é trilhar por um caminho que nos poderá levar a uma situação que é previsivelmente pouco auspiciosa.

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