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FMI avisa que vêm aí “tempos sombrios” e que “todos vão sofrer”

EU2016NL / Flickr

Kristalina Georgieva

Kristalina Georgieva, chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), avisou que os próximos tempos serão sombrios e que todos irão sofrer.

Numa introdução às reuniões da primavera do FMI e do Banco Mundial, que decorrem entre 14 e 17 de abril, Kristalina Georgieva não teve receio de afirmar que os próximos tempos serão “sombrios”.

“A covid-19 interrompeu a nossa ordem social e económica à velocidade da luz e numa escala nunca vista. O que era normal há algumas semanas, como ir à escola, trabalhar, estar com a família e amigos, agora é um risco enorme”, disse a responsável, citada pelo Diário de Notícias.

Neste sentido, o crescimento mundial será “fortemente negativo em 2020”. “Antecipamos as piores consequências económicas desde a Grande Depressão“, garantiu Georgieva.

“Há apenas três meses, esperávamos um crescimento positivo do rendimento per capita em mais de 160 dos países membros, em 2020. Mas agora esse universo inverteu-se: prevemos que mais de 170 países registem uma quebra de rendimento por habitante” em 2020, afirmou a chefe do FMI.

Esta “perspetiva sombria atinge todas as economias avançadas e em desenvolvimento. Esta crise não conhece fronteiras. Todos sofrem.”

Ainda assim, Georgieva diz que há uma notícia encorajadora que importa destacar: “os governos agiram e, de facto, até houve uma coordenação significativa. O nosso Monitor Orçamental [departamento liderado por Vítor Gaspar, o antigo ministro das Finanças de Portugal durante o programa de austeridade] irá mostrar que os países [Estados] por esse mundo fora adotaram medidas no valor de cerca de 8 biliões de dólares“.

Apesar do esforço, não restam dúvidas de que “2020 será um ano excecionalmente difícil”.

“Se a pandemia desaparecer no segundo semestre – permitindo, assim, um alívio gradual das medidas de contenção e a reabertura das economias -, antevemos uma recuperação apenas parcial em 2021. Mas, novamente, sublinho que há uma grande incerteza nestas perspetivas: as coisas podem piorar, dependendo de muitos fatores, como a duração da pandemia”, rematou.

ZAP //

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