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“É muito grave”. Dinamarca fecha comércio no Natal, Irlanda do Norte já trata doentes no estacionamento

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iStock / Homeaway

O Governo dinamarquês anunciou esta quarta-feira o encerramento de centros comerciais e comércio não-essencial no Natal devido à segunda vaga da covid-19, que juntamente com a paragem parcial da vida pública vai significar uma paralisação da atividade económica.

Os centros comerciais vão encerrar a partir desta quinta-feira, as escolas (já parcialmente fechadas) vão fechar para todos os anos desde segunda-feira, assim como os cabeleireiros e fisioterapias, enquanto a partir do Natal e até 3 de janeiro só vão abrir os supermercados e farmácias.

Desde há uma semana estava imposto o encerramento em parte do país – estendido para o resto do território – em escolas a partir do quinto ano, liceus e universidades, os bares e restaurantes e a vida cultural e desportivo, incluindo teatros, cinemas, ginásios e instalações, com exceção para o desporto profissional.

A situação é muito grave, há transmissão comunitária em todo o país e a saúde está sob pressão”, afirmou a primeira-ministra, a social-democrata Mette Frederiksen, em conferência de imprensa na qual foram anunciadas novas medidas de ajuda para os setores afetados.

No entanto, Frederiksen descartou uma redução maior do limite de 10 pessoas para reuniões públicas ou medidas para confinar a população, que nenhum país nórdico aplicou até agora.

As cinco regiões em que o país está dividido declararam o segundo nível mais alto de alerta de saúde e em algumas, como Copenhaga, as cirurgias e tratamentos não urgentes têm sido adiadas.

Nas últimas 24 horas, foram registados 3.692 novos casos de covid-19, um recorde diário para um dos países que mais testes faz em proporção, quase 700 mil na última semana para uma população de 5,7 milhões.

As autoridades de saúde estão a contar com o aumento de internamentos nos próximos dias e atingir o nível da primavera, enquanto Frederiksen alertou que janeiro e fevereiro podem ser os “piores” meses da pandemia até agora.

Com uma taxa de mortalidade de 16,58 por cada 100 mil habitantes, a Dinamarca está entre os países europeus com o menor número de mortes, duas vezes superior que a Noruega e Finlândia, mas cinco vezes menos do que a Suécia, o país nórdico mais afetado.

Irlanda do Norte trata doentes no estacionamento

De acordo com o jornal britânico The Guardian, filas de ambulâncias formaram-se do lado de fora de vários hospitais na Irlanda do Norte enquanto a pressão continua a aumentar no serviço de saúde da região.

O médico-chefe, Michael McBride, alertou que a região agora enfrenta um dos períodos mais desafiadores da pandemia, após o confinamento mais recente não ter conseguido reduzir as infecções.

A capacidade hospitalar em toda a região era de 104% na terça-feira.

Num ponto fora do hospital da área de Antrim, 17 ambulâncias com pacientes estavam enfileiradas fora do departamento de emergência. Os médicos estavam a tratar pacientes no estacionamento.

Wendy Magowan, diretora de operações do Northern Trust, disse que um paciente esperou 10 horas numa ambulância durante a noite. Além disso, 43 pessoas estavam à espera de uma cama de emergência no hospital Antrim e 21 no hospital Causeway na manhã de terça-feira.

Segundo Magowan, 100 das 400 camas do hospital de Antrim estão ocupadas por pacientes da covid-19.

OMS pede uso de máscaras no Natal

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o risco de uma terceira vaga da pandemia da covid-19 na Europa em 2021, recomendando o uso de máscaras durante reuniões familiares no Natal.

“Os encontros devem ser em espaços exteriores, se possível, e os participantes devem usar máscaras e manter a distância física. Em espaços interiores, deve limitar-se o tamanho dos grupos e assegurar boa ventilação para reduzir o risco de exposição [ao novo coronavírus]”, recomendou o departamento europeu da agência das Nações Unidas em comunicado.

Alerta ainda que “apesar de um progresso frágil” na contenção de novas infeções, “a transmissão da covid-19 continua ampla e intensamente e há um grande risco de uma nova vaga nas primeiras semanas e meses de 2021”.

A OMS Europa admite que “usar máscara e manter distância física com amigos e família pode ser incómodo, mas contribui de forma significativa para que todos estejam seguros e saudáveis” e recomenda que se evitem as aglomerações de pessoas nas viagens para reuniões familiares.

Recomenda ainda que se pondere a redução ou adiamento de cerimónias religiosas ou mercados de Natal, defendendo que se realizem ao ar livre sempre que possível, que sejam mais pequenas ou curtas e se garanta distância física, ventilação, higiene das mãos e uso de máscaras, independentemente da situação epidémica da zona em que se realizem.

Pede também que se assuma responsabilidade individual e recomenda que não se subestime a importância das decisões que cada pessoa toma na evolução da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Na zona europeia da OMS, que inclui 53 países, verificaram-se mais de 22 milhões de casos e quase meio milhão de mortes com covid-19 desde o começo da pandemia.

Maria Campos, ZAP // Lusa

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