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“Já chega de drama”. Costa sublinha que cenário de eleições antecipadas “seria irracional”

António Cotrim / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, intervém durante o debate parlamentar sobre o estado da Nação

O primeiro-ministro falou aos jornalistas esta sexta-feira e garantiu que o Governo cumpriu a sua função: entregar uma proposta de Orçamento de Estado. O que se segue é a negocição.

António Costa referiu, depois de visitar um armazém e uma escola em Benfica do Ribatejo,  que a “primeira parte do trabalho que é entregar uma boa proposta de OE na Assembleia”, e que da negociação que se segue, o primeiro-ministro está convencido que sairá uma aprovação porque “este ano só há melhores razões para acontecer assim”.

O Orçamento é bom e todos sabemos bem quais as circunstâncias em que o país vive. Saiu de uma crise sanitária terrível”, sublinha em tom de aviso, citado pelo Observador.

Questionado sobre a hipótese de haver eleições antecipadas, Costa frisou que esse cenário “seria completamente irracional”.

O socialista garantiu que não irá dramatizar nada e está “calmo e tranquilo com o trabalho que o Governo fez nesta primeira fase: não me pesa nada na consciência na proposta que apresentámos”.

“Cada responsável político age de forma racional e nas atuais circunstâncias o que é ser racional? O país vem de uma crise profunda e tem oportunidade histórica de aproveitamento dos recursos que tem”, enaltece.

Neste sentido, afirma que, na eventualidade de uma crise, não são só os recursos da UE que ficam em causa mas outros instrumentos que constam da proposta do Governo, apontando o incentivo as empresas ou o alívio fiscal. “Se o OE não for aprovado não temos esse incentivo financeiro”.

Questionado sobre a necessidade de ter um acordo político escrito, como pede o Bloco de Esquerda, Costa refere que: “Se quiserem um acordo escrito, esse não é o problema. Mas não vamos perder-nos em questões de forma”.

O primeiro-ministro acrescentou ainda que não quer “mais drama” do que o país já viveu.

“Com toda a franqueza, drama já tivemos o suficiente durante o último ano e meio, com a perda de mais 18 mil vidas e mais de de um milhão de portugueses infetados. Querem mais drama do que isto? Eu não quero. A partir daqui temos é de aproveitar o sucesso deste processo de vacinação”, afirmou à margem de uma visita a uma escola.

Já chega de drama, agora é preciso por o país a andar para a frente” e “concentrar no essencial”, rematou.

“A maior crise das nossas vidas”

António Costa defendeu ainda a necessidade de manter o ciclo de investimento e de modernização, aproveitando os recursos financeiros disponíveis, recordando que Portugal atingiu um novo máximo de investimento empresarial no primeiro semestre do ano.

A “maior crise das nossas vidas” e o seu “impacto económico absolutamente brutal” foi lembrada por Costa para afirmar que, “não obstante”, as empresas portuguesas “mostraram uma resiliência extraordinária”, tendo dado conta da importância de manter o ciclo de investimento através dos vários instrumentos e recursos financeiros disponíveis, como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), entre outros.

Temos de manter este ciclo de investimento, de modernização do país, e aproveitar as exigências da dupla transição – climática e digital – não só para o país se continuar a desenvolver mas para as empresas continuarem a ter capacidade de se poderem modernizar”, disse o primeiro-ministro.

“Como vimos nesta visita, a chave da modernização está na inovação e a base da inovação assenta na produção de conhecimento”, notou, tendo lembrado que o país, em 2020, foi “lá ao fundo”, e que “hoje, felizmente, está já acima, à tona de água”.

ZAP // Lusa

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