Para o Bloco de Esquerda viabilizar o Orçamento do Estado para 2022 “precisa de ter um acordo político com o PS”, sinalizou Mariana Mortágua.
O Bloco de Esquerda acenou com o voto contra e, em pleno impasse orçamental, vem agora exigir um “acordo político” escrito com o PS que inclua medias extra-Orçamento para viabilizar o documento.
“Não basta o Partido Socialista e o primeiro-ministro dizerem que têm disponibilidade para discutir. O que nós queremos é que as três propostas que colocámos em cima da mesa – os dias de férias que foram cortados durante a troika, a questão da indemnização por despedimento que foi cortada durante a troika e a questão da contratação coletiva que impede a subida dos salários – sejam aprovadas”, disse Mariana Mortágua.
Em entrevista ao Interesse Público, a deputada frisou que não basta o “diálogo do Governo”. Tem que se “traduzir em acordo, em redações, em legislação”.
“Quando se aprova um Orçamento está-se a apoiar politicamente o projeto e um documento que é muito mais que uma folha de Excel“, salientou a dirigente do BE.
“É óbvio que para haver acordo tem que haver acordo em torno de redações de projetos-lei, propostas concretas, porque se não o acordo acaba por ser um acordo de intenções e quando vamos verificar como ele se concretiza na prática vamos chegar à triste conclusão que os partidos que aceitaram o acordo tinham pensamentos distintos sobre aquilo que estavam a acordar”, acrescentou.
“Sempre foi essa a forma de negociar do Bloco de Esquerda.”
Quanto às ameaças de crise política, Mortágua passou a responsabilidade para o Governo. “O PS não pode pedir aos partidos à sua esquerda que aprovem Orçamentos sob a chantagem de uma crise política que só existe se o PS a quiser causar”, atirou.
OE2022
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