O primeiro-ministro António Costa apresentou hoje uma tabela que mostra o Reino Unido muito acima do Algarve em número de infetados com covid-19 por cem mil habitantes e pergunta qual o lugar mais seguro para umas férias em segurança. E o presidente Marcelo Rebelo de Sousa deu uma lição de história.
A pergunta de Costa surge depois de o Ministério dos Transportes britânico ter excluído Portugal dos “corredores de viagem internacionais” com destinos turísticos que o Reino Unido vai abrir para permitir aos britânicos passarem férias sem cumprir quarentena no regresso.
“Qual é o lugar mais seguro para estar? Vocês são bem-vindos para passar umas férias seguras no Algarve”, escreve António Costa numa mensagem em inglês na sua conta pessoal na rede social “Twitter”.
Por cima destas frases, o primeiro-ministro apresenta uma tabela comparando o número de casos por cada cem mil habitantes no Reino Unido e no Algarve. De acordo com essa tabela, tendo por bases dados oficiais dos dois países, o Reino Unido tem 418 casos por cada cem mil habitantes, enquanto o Algarve apenas regista 142.
Horas antes, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silvam, tinha considerado que a decisão do Reino Unido de excluir Portugal dos “corredores de viagem internacionais” como um “absurdo”, sendo “errada” e que causa “muito desapontamento”, trazendo ainda graves consequências económicas e de confiança recíproca.
Em declarações à agência Lusa, Augusto Santos Silva garantiu que as autoridades portuguesas não irão tomar qualquer atitude de reciprocidade em relação aos britânicos que residem em Portugal, mais de 35.000, disse, e que espera que o Reino Unido “corrija uma decisão errada rapidamente”.
Dezenas de países vão ficar isentos de restrições de viagem e quarentena à entrada no Reino Unido a partir de segunda-feira. Portugal continental ficará fora do corredor turístico britânico. Em contrapartida, Madeira e Açores entram na lista, divulgada oficialmente, esta sexta-feira, pelo governo de Boris Johnson.
Lição de história de Marcelo
Comentando a decisão do governo britânico de excluir Portugal da lista de 59 países e territórios considerados seguros, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou que os portugueses já apoiaram o Reino Unido em momentos difíceis.
“O Reino Unido é o nosso aliado mais antigo, as nossas relações são de muitos séculos e há uma coisa que toda a gente sabe: que na vida das pessoas, como nos países, ora se está no alto, ora se está em baixo. E quando se está em baixo precisa-se dos outros. Quando se está no alto, ou quando se pensa que se está no alto, às vezes esquecem-se os outros”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
“Há sempre uma ocasião, é um problema de esperar, em que é preciso a ajuda daqueles que, num determinado momento, se pensou que estariam, para sempre, em baixo”, acrescentou o Presidente da República, antes de assistir à estreia de uma peça de teatro em Almada, no distrito de Setúbal.
“Em Portugal nós temos situações muito diversas no território português em termos de pandemia, e por isso é que há um estado de calamidade, um estado de contingência e um estado de alerta, que não devem ser tratadas da mesma maneira, porque são diferentes”, realçou o presidente.
“E essas realidades diferentes, do nosso ponto de vista, significam que, quem de fora olha para Portugal, tem de olhar para realidades diversas“, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.
“O Algarve tem números que, comparados com alguns números de países estrangeiros, para não estar a identificar um em particular, são lisonjeiros para o Algarve“, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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Muito bem metida!!
Vejam a coisa pelo lado positivo. Os ingleses não vêm para o Algarve, para não nos contaminarem.
Costuma-se dizer “só os que cá estão é que fazem falta”. A limitação de saída dos Ingleses do proprio País para ferias, é uma medida puramente económica, como em Portugal se incentiva fazer ferias cá dentro. O risco de contaminação é um pretexto e ao mesmo tempo um alibi..
Entao nós é que os deviamos proibir de entrar…
Quem entra têm de vir com teste feito no dia anterior.