A farmacêutica norte-americana Moderna anunciou na segunda-feira o pedido de utilização de emergência da sua vacina para a covid-19 aos reguladores do medicamento europeu e norte-americano.
A empresa revelou ainda que os resultados finais dos testes clínicos da vacina contra o novo coronavírus indicam uma eficácia de 94,1%. Nos casos mais graves, a eficácia geral é de 100%.
A eficácia e a segurança demonstrada pela vacina – que suscitou efeitos secundários temporários semelhantes a sintomas de gripe – cumprem os requisitos da agência norte-americana, a FDA, para uma autorização de uso de emergência ainda antes de toda a fase de testes estar concluída.
A Agência Europeia do Medicamento também já manifestou abertura para autorizar o uso do fármaco.
Em comunicado, a Moderna aponta que a análise primária de eficácia incluiu 196 pessoas que adoeceram – 30 das quais gravemente -, mas 185 estavam no grupo que tomou o placebo, ou seja, não tomaram a vacina mRNA-1273.
Assim, a Moderna conta pedir uma autorização de uso de emergência à FDA e uma autorização de introdução no mercado condicional à Agência Europeia do Medicamento. Além disso, vai apresentar à Organização Mundial de Saúde um procedimento acelerado de registo da vacina.
Caso obtenha autorização da FDA, a Moderna espera ter prontas 20 milhões de doses da vacina no fim do ano para os Estados Unidos. Como a vacina precisa de duas doses, isso significa que dez milhões de pessoas poderão ser imunizadas.
Fora dos Estados Unidos, a empresa já afirmou que poderá uma quantidade significante de vacina na Europa no primeiro trimestre de 2021.
A vacina da Moderna, tal como a da Pfizer, usa uma parte do código genético de uma proteína que reveste o novo coronavírus. Quando introduzido no corpo humano, leva-o a produzir essa proteína, treinando o sistema imunitário para reagir e reconhecê-la se entrar em contacto com o vírus.
A vacina não precisa de temperaturas negativas de 70 graus, como é o caso da Pfizer, possibilitando transporte e armazenamento mais baratos e acessíveis para áreas rurais ou economias em desenvolvimento.
Pfizer aprovada no Reino Unido
A vacina da Pfizer e da BioNTech contra a covid-19 já tem a primeira “luz verde”. O Reino Unido autorizou o uso da vacina no país, tornando-se no primeiro a nível mundial a fazê-lo, de acordo com a Bloomberg.
A vacina vai poder começar a ser administrada aos cidadãos britânicos na próxima semana, seguindo o plano delineado pelo executivo liderado por Boris Johnson.
O Reino Unido definiu os grupos prioritários para a toma da vacina, tendo encomendado um total de 40 milhões de vacinas que permitirão inocular 20 milhões de pessoas.
A vacina desenvolvida pela Pfizer e Biontech apresentou uma eficácia de 95% nos resultados da fase três do ensaio clínico.
As prioridades nos EUA e no Brasil
Nos Estados Unidos, os profissionais de saúde e os residentes em lares ou instituições devem ter prioridade na primeira fase da vacinação contra a covid-19.
Os dois grupos contemplam cerca de 24 milhões de pessoas, que corresponde ao número aproximado de pessoas que poderão ser imunizadas durante o mês de dezembro, no caso de as vacinas da Pfizer e da Moderna serem aprovadas e as respetivas empresas entregarem as 40 milhões de doses prometidas.
A maioria dos estados americanos acha que será capaz de vacinar todos os seus profissionais de saúde “dentro de três semanas”, segundo a cientista sénior do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Nancy Messonnier.
As instituições de cuidados de longo prazo foram responsáveis por 40% das mortes nos Estados Unidos durante a pandemia – cerca de 100 mil pessoas.
Quanto aos profissionais de saúde, a população é estimada em 21 milhões de pessoas.
No Brasil, o Governo vai dar prioridade a idosos, profissionais de saúde e indígenas na vacinação contra a covid-19, segundo uma estratégia “preliminar” de vacinação divulgada esta quarta-feira pelo Ministério da Saúde.
O plano será dividido em quatro etapas de prioridade, sendo a primeira destinada a trabalhadores de saúde, população idosa a partir dos 75 anos, cidadãos com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como lares ou instituições psiquiátricas, e à população indígena.
A segunda fase abrange pessoas entre os 60 e 74 anos, a terceira fase é destinada a pacientes com comorbidades que apresentem maior probabilidade de agravamento da doença, como portadores de doenças renais crónicas e cardiovasculares, e a quarta, e última, engloba “professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade”.
O executivo não indicou as datas em que prevê a realização de cada fase.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.460.018 mortos resultantes de mais de 62,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 4.427 pessoas dos 294.799 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
ZAP // Lusa
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Nós aqui na Europa somos mais finos precisamos de mais 30 dias para aprovar uma vacina e entretanto num mês em toda a Europa vão ser mais 300mil infectados
Não consigo perceber, dadas as condições que oferece, qual foi a lógica de aprovarem a vacina da Pfizer para Portugal e restante Europa. Será que existe algum interesse pelo meio? Estou certo que muitas vão-se estragar e não vão chegar nas melhores condições, aliás já está aqui uma boa desculpa da Pfizer caso se verifique a ineficácia da vacina, “falha no acomodamento e transporte dentro das condições ideais de preservação da vacina de forma a garantir a eficácia expectável”, é que está-se mesmo a ver, mais uns milhões de euros para o lixo.
“… usa uma parte do código genético de uma proteína …” ? o que é isto? as proteinas agora estão vivas, replicam-se e tem codigo genetico? tera sido o estagario ?