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“Trump está a destruir o Natal”. China não cede e aumenta tarifas aos EUA

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Dan Scavino / Wikimedia

Donald Trump com Xi Jinping

O Governo chinês aumentou de 84% para 125% as tarifas aos produtos dos EUA, mantendo a política de retaliar os aumentos sobre bens chineses decretados por Donald Trump. Numa guerra sem fim à vista, já se teme que o Natal seja afectado.

Nesta altura, começa a ser difícil acompanhar o ritmo das tarifas impostas por Donald Trump, e das contra-tarifas de retaliação dos países afectados.

Na última movimentação nesta guerra comercial sem fim à vista, a China aumentou de 84% para 125% as suas tarifas sobre as importações dos EUA. Isto depois de Donald Trump ter anunciado tarifas de 145%.

O Presidente da China, Xi Jinping, já disse que o seu país “não tem medo” de Trump, nem da guerra comercial.

Mas na cidade de Yiwu, no sudeste da China, onde estão situados muitos negócios que dependem das exportações para os EUA, o nervosismo impera.

É nesta cidade comercial, com muitas fábricas e lojas de retalho, onde se faz grande parte do ‘merchandishing’ do movimento de Donald Trump, incluindo os famosos chapéus vermelhos MAGA (Make América Great Again), que, agora, vão ficar 125% mais caros com a subida nas tarifas.

Mas é também em Yiwu que se produzem “87%” das decorações de Natal que costumam abastecer os lares dos EUA, segundo dados apurados pelo jornal espanhol El Mundo.

“Trump está a destruir o Natal com as tarifas”

As encomendas para o Natal costumam ser feitas em Abril, mas com a instabilidade das tarifas, “há dezenas de contentores que contêm árvores de Natal artificiais e outras decorações parados devido à guerra comercial”, revelam fontes locais ao El Mundo

“Trump está a destruir o Natal com as suas tarifas”, refere ao jornal o dono de uma loja de Yiwu que exporta para os EUA.

“Está toda a gente muito nervosa“, acescenta o representante espanhol Jaime Horvilleur, que trabalha há mais de 15 anos em Yiwu, notando que tem “vários clientes dos EUA” e que “as previsões apontavam para um aumento muito importante de compras em relação ao ano passado”.

“Mas, agora, temos cinco contentores retidos devido às tarifas“, revela Horvilleur ao El Mundo, notando que “há muitas fábricas e exportadores” de Yiwu que “dependem do mercado americano“.

“Por exemplo, a cadeia de supermercados Walmart obtém muitos dos seus produtos de uso diário de Yiwu”, aponta, salientando que o mesmo se passa com marcas como a Nike e a Adidas.

Com o “caos em torno da guerra comercial”, “ninguém se atreve a dar um passo em frente ou atrás porque a situação está em constante mudança”, conclui Horvilleur.

China culpa EUA por guerra sem fim à vista

Fontes do Governo chinês já sublinharam que os EUA devem “assumir toda a responsabilidade” pela “turbulência” económica mundial.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo intensificou-se nos últimos dias, numa altura de grande volatilidade dos mercados.

A China insiste que não quer uma guerra comercial, mas garante não ter medo de a enfrentar “se necessário”.

Na quarta-feira, Trump anunciou uma suspensão de 90 dias nas chamadas “tarifas recíprocas” impostas sobre o resto do mundo, mas agravou as taxas impostas à China, que vão já em 145%.

As ações de Trump levaram líderes empresarias a alertar para uma potencial recessão e alguns dos principais parceiros comerciais dos EUA a retaliar com as suas próprias taxas, antes da trégua.

“Anedota na História da economia mundial”

Esta guerra comercial tornou-se “um jogo de números, que não tem qualquer significado económico prático e que se tornará uma anedota na História da economia mundial”, afirmou o Ministério das Finanças chinês, em comunicado.

“No entanto, se os Estados Unidos insistirem em continuar a infringir substancialmente os interesses da China, [Pequim] vai contrariar resolutamente e lutar até ao fim”, acrescentou.

O Ministério do Comércio disse que apresentou outro processo junto da Organização Mundial do Comércio contra as tarifas dos EUA.

Dada a dimensão das duas economias, os especialistas temem uma turbulência económica global.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Um bully só amocha perante a atuação de outro bully. Pode ser que o homem cor de laranja tenha a resposta da China que ele merece.

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    • É preferível ter um bully como presidente do que um lambe cus como tiveram na anterior administração.
      Mas há sempre aqueles que gostam de lamber o cu a tudo e a todos.

  2. “Chapéus do MAGA de Trump ficam 125% mais caros”
    Na verdade está errado; este incremento é para produtos importados provenientes dos EUA importados pea China. Os bonés MAGA irão pagar 145% de taxas aduaneiras à entrada nos EUA.

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