Anna Szilagyi / EPA

Jogadores do PSG a festejar a conquista da primeira Liga dos Campeões do clube
Com 4 portugueses no plantel, o PSG finalmente derrotou os seus demónios e conquistou a sua primeira Liga dos Campeões com uma vitória esmagadora por 5-0 frente ao Inter de Milão.
Depois de tantos anos a morrer na praia e tantos milhões investidos em grandes estrelas como Messi, Neymar e Mbappé, quis a ironia do destino que fosse precisamente quando esse astros saíssem que o PSG vencesse a Liga dos Campeões trouxesse para casa a tão desejada “orelhuda”.
E foi uma vitória com costela portuguesa, com certeza. Se Paris é uma cidade tão querida para os emigrantes portugueses, o mesmo podem agora dizer os parisienses dos portugueses — ou, pelo menos de cinco deles — com Vitinha, João Neves, Nuno Mendes e Gonçalo Ramos a integrar o plantel campeão. Já nos bastidores, há ainda o diretor desportivo Luís Campos, um dos cérebros por trás da crescente aposta do clube francês nos talentos “tugas”.
O jogo em si pode ser resumido numa única palavra: massacre. Desde o primeiro minuto até ao apito final, o PSG esteve por cima do jogo contra um Inter dormente e sem garra. O domínio francês foi tanto que o Inter só conseguiu o seu primeiro remate enquadrado com a baliza depois dos 70 minutos. O próprio árbitro optou por não dar descontos para acabar logo com a miséria dos italianos.
O placar foi aberto logo aos 12 minutos pelo ex-Inter Achraf Hakimi, que foi o exemplo vivo da chamada “lei do ex” — quando um jogador marca contra a sua antiga equipa. Aos 20 minutos, Désire Doué alargou a vantagem e repetiu a façanha aos 63, conseguindo bisar numa final europeia. Khvicha Kvaratskhelia assinou o quarto golo aos 73 minutos e o recém-entrado Senny Mayulu fez o 5-0 final aos 87 minutos.
Os recordes da noite de consagação do PSG
Comecemos pelo recorde mais óbvio: o resultado. Com um atropelo de 5-0, o PSG obteve a maior margem de vitória de sempre numa final da Liga dos Campeões. E esta não é a única estatística que mostra o domínio total dos parisienses: foi a primeira vez que uma equipa marcou dois golos nos primeiros 20 minutos de uma final e foi batido o recorde de diferença de remates à baliza ao intervalo (o PSG tinha 5 remates enquadrados, o Inter tinha 0).
Uma das figuras do jogo foi Doué, que também levou algums recordes para casa. O jovem tornou-se o primeiro jogador a estar envolvido em três ou mais golos numa final da Liga dos Campeões, com dois marcados e a sua assistência para Hakimi. É também o sexto jogador a marcar e assistir numa final e, com 19 anos e 362 dias, é o mais jovem a fazê-lo.
Doué tornou-se ainda o terceiro adolescente a marcar numa final (juntando-se a Patrick Kluivert pelo Ajax in 1995 e Carlos Alberto pelo Porto em 2004) e o jogador mais jovem a marcar dois golos numa final, um recorde até agora detido por Eusébio. É também o mais jovem a fazer uma assistência numa final, batendo o anterior recorde de Jude Bellingham.
Os 4 golos e 5 assistências de Achraf Hakimi nesta Liga dos Campeões também igualaram o recorde de mais participações para golo de um defesa numa só campanha (partilhado com Ian Harte na temporada 2000/2001).
Um dos protagonistas da noite foi ainda o técnico espanhol Luís Enrique, que se juntou a Guardiola na lista exclusiva de treinadores a conquistar um “triplete” com dois clubes diferentes, depois de já o ter conseguido com o Barcelona em 2014/2015. A história de superação pessoal do técnico também não foi esquecida pelos adeptos do PSG, que lembraram Xana, a filha de Enrique que morreu em 2019, com apenas 9 anos, vítima de um cancro.
I’m not crying, you’re crying
PSG fans’ tifo in honor of Luis Enrique’s late daughter, Xana ❤️ pic.twitter.com/FDvSkLdxWx
— Ligue 1 English (@Ligue1_ENG) May 31, 2025
A média de idades do plantel inicial do PSG (25 anos e 96 dias) foi a mais jovem numa final deste século e criou a maior diferença de idades de sempre entre dois onzes iniciais (a média do Inter foi de 30 anos e 242 dias). Ainda nos recordes de idades, o Inter tornou-se a primeira equipa a colocar três jogadores com mais de 35 anos numa final (Yann Sommer, Francesco Acerbi, Henrikh Mkhitaryan).
A longa caminhada do PSG até à sua primeira Liga dos Campeões fica bem clara nos 167 jogos que enfrentou na competição até a vencer, sendo este o maior número de jogos disputados por um clube antes de conquistar o seu primeiro título (o Arsenal ainda detém o recorde de mais jogos sem vencer a taça: 211).
Nota ainda para um dado curioso sobre Munique, que parece ser a cidade da sorte para os clubes que estão em busca da sua primeira Champions. Em todas as cinco finais que já acolheu, a cidade alemã coroou sempre um novo vencedor: Nottingham Forest (1979), Marselha (1993), Borussia Dortmund (1997), Chelsea (2012) e agora o PSG em 2025.