“Não é necessária bioquímica”. Cientista de Harvard diz que criou vida artificial do nada

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Juan Pérez Mercader / PNAS

Cientista espanhol gerou sistemas sintéticos em meio aquoso — conjunto de moléculas simples não tinha qualquer tipo de substância bioquímica tradicional. Pode ser uma verdadeira revolução científica.

Juan Pérez Mercader, astrobiologista espanhol e líder de uma equipa da Universidade de Harvard, diz ter conseguido desenvolver um sistema de vida sintética totalmente artificial que imita as funções básicas dos organismos naturais.

Para isso, assegura, não usou qualquer tipo de composto biológico. “Não é necessária a bioquímica tradicional para criar sistemas com propriedades vitais”, afirma o cientista, que garante ter passado anos a desenvolver o processo, em declarações ao El Confidencial.

Durante a investigação, geraram-se sistemas sintéticos num meio aquoso, formados por um conjunto de moléculas simples que, de facto, não estão relacionadas com a bioquímica convencional, explicam os autores do estudo publicado esta semana na PNAS.

As células artificiais produzidas são semiporosas e reproduzem-se por esporos. Este processo estende-se a gerações sucessivas e permite a adaptação ao ambiente graças à variação hereditária.

De acordo com o El Confidencial, esta descoberta abre novas possibilidades no campo da biotecnologia, em particular no que toca à fabricação de materiais e tecidos artificiais sem base biológica.

Para além disso, este estudo pode ainda revolucionar a medicina regenerativa e a criação de tecidos sintéticos, ao permitir a fabricação de sistemas vivos a partir do nada, sem qualquer base biológica.

E há também espaço para avanços no campo da astronomia — esta investigação pode ainda ajudar a explicar como é que a vida pode ter surgido na Terra primitiva e noutros corpos do sistema solar ou do Universo.

ZAP //

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