Rússia de fora da longa lista de afetados pelas tarifas impostas pelos EUA. A curto prazo, pode chegar-se à China.
O “Dia da Libertação” chegou e o Presidente Donald Trump anunciou uma nova política comercial que impõe uma tarifa de base de 10% sobre as importações de mais de 180 países e territórios.
Nessa longa lista, que até ilhas desabitadas contém, não consta o maior país do mundo em área: a Rússia.
Entre os afetados estão a China, com uma tarifa de 34%, a União Europeia, com 20%, o Japão, com 24%, e Taiwan, com 32%. Já a Rússia e a “melhor amiga” Bielorrússia ficam de fora, entre outros, porque os EUA não fazem trocas comerciais com o país de leste, uma vez que estão sancionados, justificou o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, à Fox News.
Mas os dados comerciais do Representante Comercial dos EUA mostram que os EUA ainda mantiveram, no ano passado, cerca de 3,5 mil milhões no comércio total de mercadorias com a Rússia, incluindo mais de 526 milhões em exportações e 3 mil milhões em importações. Os dois negoceiam mais mercadoria do que alguns países que constam na lista, como as Maurícias ou o Brunei.
“O meu conselho para todos os países neste momento é que não retaliem”, disse o porta-voz da Casa Branca.
“Zangado” com Putin, Trump ameaçou a Rússia com novas tarifas sobre o petróleo no início desta semana. Mas agora, alguns analistas dizem que Putin pode aproveitar as novas tarifas para aumentar o comércio com a China, onde os fornecedores americanos vão começar inevitavelmente a perder terreno, particularmente nas exportações de energia e agrícolas.
A Rússia poderia aumentar a sua oferta de produtos animais e possivelmente reentrar no mercado chinês do trigo.
“Talvez o fornecimento de produtos animais da Rússia seja um pouco mais ativo e talvez Pequim volte a abordar a questão da admissão total do trigo russo no seu mercado”, disse no Telegram Andrei Sizov, diretor da empresa de consultoria agrícola Sovecon, citado pelo The Moscow Times.
Poderia, também, aumentar as exportações de gás natural. “A Rússia beneficia das restrições chinesas de retaliação sobre o referido grupo de produtos americanos”, disse Marina Amurskaya, diretora do departamento de negócios internacionais da Universidade Financeira da Rússia.
No entanto, esta seria uma solução a curto prazo: as importações chinesas de GNL e de petróleo bruto americanos representam uma parte relativamente pequena do total das suas importações de energia, e Pequim tem também à sua disposição fornecedores alternativos como Myanmar e o Cazaquistão — além da forte produção de carvão da China, que não deixa grande espaço ao carvão russo.
E uma guerra comercial prolongada travaria o crescimento económico mundial, o que acabaria por prejudicar a procura de petróleo e gás — as principais exportações da Rússia.
o pudim já pagou directamente ao trump, influenciando directamente a sua eleição…