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O dia das tarifas recíprocas chegou e marca a maior escalada ate agora da guerra comercial nos EUA. Que medidas vai tomar a UE? Estrategas lembram-se de algumas possíveis.
Dia 2 de abril, o “Dia da Libertação”. Assim apregoava Trump, referindo-se à data para que estava prevista a aplicação de tarifas alfandegárias recíprocas aos países que estão agora envolvidos na guerra comercial.
Esse dia chegou, e espera-se um discurso de Trump ainda esta quarta feira para assinalar a maior escalada até hoje da guerra das tarifas. “Os mercados vão estar nervosos antes do anúncio”, comentou com a Reuters a estratega Carol Kong. E assim é: a economia mundial acordou no vermelho esta quarta feira.
A União Europeia tem até agora respondido às tarifas de Trump(que também afetas s seus vizinhos Canadá e México e a China) com as habituais reciprocidades: taxou marcas americanas importantes, como o whiskey Bourbon ou as motas Harley-Davidson.
Só que a Europa pode ter ainda outro trunfo na manga, e pode estar a preparar-se para atacar em força. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, prometeu que “vamos abordar estas negociações numa posição de força”.
“A Europa tem muitas cartas na manga”, disse ainda. “Desde o comércio à tecnologia, passando pela dimensão do nosso mercado. Mas esta força assenta também na nossa disponibilidade para tomar medidas firmes. Todos os instrumentos estão em cima da mesa”.
“Se Trump impuser tarifas recíprocas, estaremos a entrar num jogo totalmente novo”, deixou ainda no ar um diplomata da UE.
Duas estratégias possíveis
De acordo com o Politico, há duas abordagens principais por onde a UE pode enveredar. A primeira é atacar as finanças americanas.
Fazendo uso dos regulamentos existentes, a Europa pode tributar os principais bancos norte-americanos ou até abrandar licenças para negócios na UE. Grandes afetadas podem ser também as empresas de tecnologia americanas.
As taxas podem, portanto, estender-se a muito mais do que produtos: desde tributar cada vez mais a aterragem de voos americanos na Europa a taxar fluxos digitais ou transações.
Outra estratégia, esta mais de último recurso, é ativar a “bazuca”, o Instrumento Anti-Coerção.
Num cenário destes, “não me surpreenderia se as primeiras vítimas fossem a indústria tecnológica americana”, diz o advogado Yves Melin. O problema, admite o diplomata cujo nome não é revelado, é que “Muitos Estados membros não querem fazer uma escalada acionando um processo anti-coerção”.
Mas o que é esta “bazuca”? Este mecanismo foi criado em 2023 com o objetivo de “combater as ameaças económicas e as restrições comerciais desleais de países terceiros”, explica a própria página da UE.
Serve para aplicar “restrições relacionadas com o comércio, investimento e financiamento”, e funciona como um “dissuasor” para economias externas. É, portanto, ativado em casos extremos de fortes ameaças económicas ao espaço europeu.
“O problema com todas estas ideias de influência é que não são realmente uma influência”, comenta Luisa Santos, diretora-geral adjunta do grupo de lobby empresarial BusinessEurope. “As nossas economias estão tão interligadas… que mesmo que imponha tarifas ou qualquer outra medida do lado dos serviços, estará a prejudicar os seus próprios interesses“.
After Brexit-Liberation Day, now USaxit-Liberty day
We know how that ended and how this will end
Ao que parece, a UE taxa a generalidade dos produtos dos USA em 39% e os o USA taxam os produtos da UE em 20%.
Posso não ter visto bem ou a informação não estar correcta mas…