Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se no centro de Barcelona contra a independência da Catalunha e a favor da unidade de Espanha, acusando os líderes separatistas de terem enganado e dividido o povo da região mais rica do país.
“A Justiça tem de decidir, mas eu acho que o Carles Puigdemont devia ir para a prisão, assim como todos os que colaboraram nesta farsa”, disse à Lusa este domingo Rafael, de 50 anos, acompanhado pela família, que veio defender a “unidade de Espanha, com o lema “Todos somos Catalunha! Pela convivência, sensatez”.
A polícia municipal de Barcelona estimou em 300.000 o número de manifestantes, enquanto os organizadores da Sociedade Civil Catalã aponta para cerca de 1,3 milhões. Nas imagens aéreas (abaixo) captadas pelo La Vanguardia, no entanto, é perceptível que o número de manifestantes ultrapassa até provavelmente a estimativa dos organizadores.
“Fomos demasiado lentos. Madrid demorou muito tempo a reagir, mas Puigdemont é o principal responsável pela divisão dos catalães ao fazer acreditar muitos numa grande mentira”, avançou Miguel, de 34 anos, ao lado do pai, um com uma bandeira espanhola e o outro com uma da comunidade autónoma da Catalunha.
Muitas pessoas tinham bandeiras como estas e também da União Europeia e gritavam “Viva a Espanha“, “Unidade” e ainda “Puigdemont para a prisão”.
Na cabeça da manifestação estiveram a catalã Dolors Montserrat, ministra da Saúde espanhola, em representação do Governo de Madrid, e os líderes regionais dos principais partidos que lutam contra a divisão de Espanha.
“Comprometemo-nos a não abandonar os catalães e cumprimos. Vamos devolver a democracia à Catalunha nas eleições de 21 de dezembro”, disse Dolors Montserrat aos jornalistas.
Nos cartazes empunhados pela multidão liam-se slogans como “Espanha unida”, “despertar de um povo silenciado”, “pela reconciliação entre os catalães divididos”, e “todos somos catalães”.
A catedrática catalã de direito constitucional Teresa Freixes foi uma das primeiras a subir ao palco para pedir aos manifestantes para “não caírem nas provocações” dos independentistas, que acusou de doutrinarem os alunos nas escolas e de “construírem tudo com base em mentiras”.
Os organizadores da Sociedade Civil Catalã insistiram na necessidade de defender a democracia, a convivência e o diálogo dentro da lei.
O parlamento regional da Catalunha aprovou, na sexta-feira, a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupavam.
Ao mesmo tempo, em Madrid, o Senado espanhol deu autorização ao Governo para aplicar o artigo 155º. da Constituição para restituir a legalidade na região autónoma.
O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou ao fim do dia a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas.
Em resposta, no sábado, Carles Puigdemont, disse não aceitar o seu afastamento e pediu aos catalães para fazerem uma “oposição democrática”, numa declaração oficial gravada previamente e transmitida em direto pelas televisões.
Ministro admite que Puidgemont pode vir a ser preso
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Alfonso Dastis, afirmou hoje que o líder catalão Carles Puidgemont, demitido por Madrid, poderá ser preso por ter participado no movimento independentista.
O chefe da diplomacia do Estado espanhol indicou que Puidgemont pode “em teoria” ser candidato nas eleições regionais marcadas para 21 de dezembro pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, “se nessa altura não tiver sido posto na prisão”.
Em entrevista à Associated Press, Alfonso Dastis referiu-se assim à possibilidade de Puidgemont enfrentar acusações criminais pelo seu papel no movimento independentista que culminou com a declaração de independência na sexta-feira no parlamento catalão.
// Lusa
a ambiçao cega , a arrogancia manipula, as suas frustraçoes pessoas usadas pelos terroristas e marginais de extrema esquerda,.para servirem interesses inconfessveis. a prisao nao sera o pior castigo, talvez o ter que varrer as ruas de madrid acompanhado do seu sequito do podemos , os verdadeiros mentores desta traiçao.