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Catalunha declara independência. Senado autoriza suspensão da autonomia

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Andreu Dalmau / EPA

Os deputados catalães votaram esta tarde a favor da declaração unilateral da independência. Cantou-se o hino da Catalunha no parlamento regional. Milhares de pessoas festejam nas ruas.

Os deputados catalães disseram ‘Sim’ à declaração unilateral da independência da Catalunha. Antes de começar a votação, os deputados que se opõem à independência da Catalunha abandonaram a sessão plenária do parlamento regional.

A oposição deixou algumas bandeiras de Espanha nos lugares que agora estão vazios, enquanto a presidente da assembleia está a ler a proposta de declaração de independência antes de a submeter à votação.

A votação no parlamento catalão ocorreu antes de o Senado espanhol em Madrid, ainda esta tarde, aprovar a intervenção na Catalunha para restabelecer a “legalidade institucional”.

“Constituir uma república catalã como estado independente soberano, democrático e social”, esta declaração concreta de independência foi votada pelas duas formações independentistas catalãs (Juntos pelo Sim e CUP).

A independência foi aprovada com 70 votos a favor, 10 contra e dois votos em branco. Depois de a presidente do parlamento ter confirmado a aprovação, os deputados juntaram-se a cantar o hino da Catalunha, “El Segadors”. A votação realizou-se por voto secreto colocado em urna. Carles Puigdemont, presidente da Catalunha, votou sob fortes aplausos dos restantes deputados.

Mais de 200 presidentes de câmara da Catalunha deslocaram-se esta sexta-feira ao parlamento regional para manifestar o seu apoio aos partidos separatistas que vão submeter a votação uma moção declarando formalmente a independência da região.

Liderados pelo presidente da Associação Catalã de Municípios e presidente da câmara de Premià de Mar, Miguel Buch, e pela presidente da Associação de Muncípios pela Independência e presidente da câmara de Vilanova i la Geltrú, Neus Lloveras, os autarcas celebraram um breve ato no auditório do parlamento, antes do início da sessão.

Buch afirmou que o dia desta sexta-feira representa um “ponto parágrafo” na história da Catalunha e sugeriu aos autarcas presentes fazerem mais tarde “uma performance” para mostrar o apoio à independência.

Lloveras destacou por seu turno o papel dos municípios, afirmando que “sem o mundo municipal, não se teria chegado onde se chegou hoje”. Após as intervenções, os autarcas lançaram gritos de “independência”.

Cerca de 12 mil pessoas, segundo a polícia, juntaram-se em frente ao parlamento regional para acompanhar o plenário em direto pelos três écrãs gigantes instalados no parque da Ciudadela.

Senado aprova intervenção de Madrid

Entretanto, o senado de Espanha aprovou por maioria absoluta autorizar o Governo a aplicar o artigo 155.º da Constituição, que suspende a autonomia da Catalunha.

A medida implica a destituição do presidente da Catalunha e de todos os membros do seu executivo, a limitação das competências do parlamento regional e a marcação de eleições num prazo de seis meses.

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou ter convocado para esta tarde duas reuniões do Conselho de Ministros, uma delas extraordinária, para aprovar a aplicação das medidas acordadas para a Catalunha no âmbito do artigo 155.º.

A reunião extraordinária do governo vai decorrer com início às 18h00 de Madrid (17h00 em Lisboa), sendo precedida de uma reunião ordinária com inicio uma hora antes. É na reunião extraordinária que serão aprovadas as medidas previstas para restabelecer a ordem constitucional.

Na primeira intervenção pública depois da votação, Puigdemont falou aos milhares de catalães que acompanharam a votação no parque da Ciudadela, em Barcelona, para insistir na legitimidade do processo separatista.

“Como sempre foi e sempre será”, são as instituições e os cidadãos que, “em conjunto, de forma inseparável, constroem o povo e a sociedade”, disse. “Nos dias que se seguem, temos de manter os nossos valores de pacifismo e dignidade. Está nas nossas, nas vossas mãos, construir a república”, afirmou.

Puigdemont disse ainda que, com a votação de hoje, o parlamento regional “cumpriu um passo há muito desejado” e “culminou o mandato das urnas”, referindo-se ao referendo sobre a independência de 1 de outubro.

No mesmo tom, o “número dois” do governo regional, Oriol Junqueras, pediu “responsabilidade, humildade e generosidade” aos cidadãos “da república” que hoje “transbordam de alegria” e “confiança” àqueles que possam ter “alguma razão para inquietude ou preocupação”. “Atuamos de boa-fé, com respeito e estima”, disse Junqueras, que falava lado a lado com Puigdemont.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. o estado islamico ja resolveu o probçlema de territorio. o califado de cordoba finalmente foi recostruido….. espera se que as praias da catalunha sejam usadas para instalar os grandes arsenais de bombas que a europa tenta desmantelar……os terroristas catalaes, conseguiram fazer em poucos anos o que em mais de 1000 anos os sultoes e os emires nao conseguiram.
    como é que a europa e o mundo civilizado vai lidar com este estado paria?

      • nao percebeste???? desculpa nao ter escrito nem em arabe nem em catala!!!…mas tambem percebo essa tua atitude, quando nao se quer o dialogo nao se quer a soluçao dos problemas nem o esclarecimento dos pontos de vistas.

  2. Obviamente que isto não ficará por aqui e não tardará a presença espanhola, não policial mas sim militar, na Catalunha…

  3. Foi o melhor dos cenários.
    Eleições antecipadas deixaria Madrid de pés e mãos atadas, e com um problema futuro.
    Agora, Rajoy tem toda a legalidade para aplicar o artº 155 da constituição e suspender a autonomia.
    A Carles Puigdemont, se a lei for cumprida, espera-o 30 anitos de cadeia para não brincar às independências.

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