Bosch responsabiliza Volkswagen por manipular emissões de gases poluentes

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A companhia alemã Bosch, fornecedora da tecnologia diesel posta em causa no escândalo Volkswagen, responsabilizou o grupo Volkswagen pela manipulação dos dados de emissões de gases poluentes nos veículos a gasóleo que foi descoberta nos Estados Unidos.

A companhia Robert Bosch, responsável pela avançada tecnologia que levou os motores diesel a imporem-se no mercado europeu como alternativa aos motores a gasolina, é a fornecedora dos modelos equipados com a família de motores EA189 do sistema de injeção por common-rail, a alimentação e o módulo que doseia o tratamento de gases de escape, além do software que gere estes sistemas.

Num comunicado de imprensa, a Bosch explica que, como é habitual na indústria auxiliar para o setor automóvel, as componentes são fornecidas segundo as especificações do fabricante de automóveis.

A forma de calibragem e integração destes sistemas nos veículos completos é da responsabilidade de cada fabricante de automóveis, adianta a Bosch.

A imprensa alemã revela hoje que a Bosch advertiu em 2007 o grupo Volkswagen que o software agora posto em causa era um desenvolvimento válida apenas para testes e que a utilização deste na estrada era ilegal.

Quatro anos mais tarde, em 2011, a Volkswagen também foi avisada por um engenheiro do grupo sobre as práticas ilegais nos testes de emissões, segundo um relatório citado na edição de domingo do diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, que respondia nesse momento a uma investigação interna.

A tecnologia desenvolvida pela Bosch está incluída nos motores EA189 utilizados em 11 milhões de veículos das marcas Audi, Seat, Skoda e Volkswagen, ainda que por enquanto apenas a marca Volkswagen tenha identificado cinco milhões de unidades em todo o mundo.

As restantes marcas ainda não revelaram o número de veículos que incluem o software, tecnicamente denominado como defeat device, que altera os dados das emissões quando um veículo está ser submetido a testes de emissões e modifica o regime de funcionamento do motor para produzir menos gases poluentes.

O desvio está centrado nos óxidos de nitrógeno, um valor extremamente exigente nas normas de emissões poluentes dos Estados Unidos em comparação com o das normas europeias (Euro5), que entretanto foi substituída a 01 de setembro pela Euro6, agora muito mais exigente.

Nos Estados Unidos o limite admitido é de 48 miligramas por quilómetro, enquanto o do Euro5 admitia 160 miligramas, uma quantidade reduzida para 80 miligramas no novo conjunto de normas Euro6.

/Lusa

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