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“Vamos lembrar-nos deste dia”. 128 países condenam EUA na ONU

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Justin Lane / EPA

O reconhecimento dos EUA de Jerusalém como capital de Israel foi declarado “nulo e sem efeito” por 128 países-membros da Assembleia-geral da ONU numa votação que decorreu, esta quinta-feira, na sede em Nova Iorque.

Os 128 países votaram a favor de uma resolução, sem caráter vinculativo, que foi proposta pelo Iémen e pela Turquia, em nome de um grupo de países árabes e da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), e que é contra o reconhecimento dos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.

Entre os 193 países-membros da Assembleia-geral das Nações Unidas, nove votaram contra a resolução e 35 optaram pela abstenção.

Esta quarta-feira, o Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que ia anotar os países que votassem a favor do projeto de resolução e ameaçou cortar a ajuda financeira atribuída por Washington.

“Vamos tomar nota dos votos”, disse, em declarações na Casa Branca. “Recebem centenas de milhões de dólares e até milhares de milhões de dólares (…) Deixe-os votar contra nós. Vamos poupar muito. Não nos importamos“, reforçou ainda.

Antes disso, o aviso já tinha sido feito também por Nikki Haley, embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, que enviou uma carta a todas as delegações da ONU.

Depois da votação, a representante norte-americana classificou como “uma vergonha” a postura da ONU, que disse ter-se tornado “um lugar hostil para Israel”, cita o Observador.

Os EUA irão lembrar-se deste dia como o dia em que foram castigados na Assembleia Geral por terem exercido o seu direito como nação soberana”, disse. “Vamos lembrar-nos disto quando formos chamados de novo a fazer a maior contribuição mundial para a ONU”.

Esta votação acontece depois de Washington ter recorrido, na segunda-feira, ao seu direito de veto no Conselho de Segurança para impedir a adoção de uma resolução que também condenava a decisão norte-americana.

Ao contrário do que se passa no Conselho de Segurança (os cinco membros permanentes do órgão têm direito de veto), na Assembleia-geral da ONU não há direito de veto e os textos adotados não são vinculativos.

Trump anunciou a 6 de dezembro que os EUA reconheciam Jerusalém como capital de Israel e que vão transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.

A questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.

Israel ocupa Jerusalém oriental desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade como a sua capital indivisa. Os palestinianos também querem fazer de Jerusalém oriental a capital de um desejado Estado palestiniano, coexistente em paz com Israel.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. O únicos que votaram favor dos EUA (além dos óbvios EUA e Israel) foram: Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Togo!!
    Não é preciso dizer mais nada…
    E oposto que o Trump nem sequer sabia que metade desses países existia!…

  2. Se a decisão de Trump fosse aceite, então seria aberto um precedente e talvez o “homem” passa-se e deliberar qual seria a Capital em todos os Países!
    É um menino” birrento” e perigoso.

  3. mais um “jornalista” com falta de escolaridade. Com dão trabalho nesta área a quem não sabe escrever português?
    ele escreveu assim a noticia:
    “O reconhecimento dos EUA de Jerusalém como capital de Israel foi declarado “nulo e sem efeito” por 128 países-membros da Assembleia-geral da ONU numa votação que decorreu, esta quinta-feira, na sede em Nova Iorque.”
    Dá a entender que alguém aceitou que “OS ESTADOS UNIDOS DE JERUSALÉM” passassem a capital de Israel.
    Teria que ser assim:
    O reconhecimento de Jerusalém, pelos Estados Unidos da América, como capital de Israel foi declarado nulo…
    Já nem se usa pontuação.
    Isto não é jornalismo. É um crime dar trabalho a quem não sabe escrever. Uma noticia mal escrita pode dar lugar interpretações erradas.

    • Há o nível jornalístico e há o nível de Português em termos de gramática, síntase, vocabulário ou ortografia. São tudo coisas diferentes e pode fazer-se mau jornalismo, mesmo tendo um Português perfeito. Neste caso, a haver algum problema, é de síntase, e não de mau jornalismo.

      Dizer “O reconhecimento dos EUA de Jerusalém”, não é o mesmo que dizer “Os Estados Unidos de Jerusalém”. Quando muito sería o mesmo que dizer “Os Estados Unidos da América de Jerusalém”. Se quer melhor ainda do que você sugeriu, o ideal mesmo sería “O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, por parte dos EUA, foi declarado nulo…”

      Mas como se costuma dizer, isto para mim já é estar a ver mosquitos na outra banda. Acho que há coisas mais graves e acho que esta notícia se percebe bem. Estes comentadores de internet… É só “eruditos”.

  4. Eu também não me vou esquecer de quando “vocês” (americanos) votaram no Trump! Eu também não me vou esquecer quando vocês rasgaram o tratado de Quioto. Também não me vou esquecer quando vocês, de forma unilateral, invadiram o Iraque (sob falsos pretextos). Também não me vou esquecer quando vocês, de forma unilateral, (como o costume) decidiram colocar a embaixada dos americana (de Israel) em Jerusalém. Não me vou esquecer quando decidiram provocar a terceira Guerra Mundial. Não… Não me vou esquecer… Se sobreviver… Não, não me vou esquecer do maior terrorista na face do planeta: Donald Trump!

  5. Pois eu acho mesmo bem que os EUA se lembrem deste dia. Façam-me um favor… Lembrem-se deste dia!

    Os EUA e Trump em particular como seu comandante em chefe… Não são donos do mundo, apesar de se verem como tal! Este burgesso do Trump ainda tem a distinta lata de nos lembrar, que os EUA só emprestam dinheiro a troco de “lealdade” ideológica.

    • A “lealdade” também se conta assim:
      1.ª Guerra mundial: 4 milhões de homens mobilizados (320,518 mortos),
      2.ª Guerra mundial: 12 milhões de homens mobilizados (1,076,245 mortos),
      Guerra da Coreia: 5 milhões de homens mobilizados (36,574 mortos).
      Talvez preferisse estar sob o jugo nazi ou soviético?

  6. Os EUA vão poupar muito dinheiro.
    Vão começar a retirar as suas forças armadas das “missões” de policiamento e de manutenção de paz internacionais.
    Vão começar a isolar-se ainda mais e a virar-se para a resolução dos seus problemas internos.
    E quando o “mundo” precisar de alguém com músculo, para meter algum ditador na ordem…agarrem-se ao pau…que os EUA vão-se lembrar que andaram a mandar jovens para a morte em várias guerras, para depois…
    Não se trata de “comprar” lealdades com dólares senhores…trata-se tão somente de reconhecerem que as democracias ocidentais devem a sua liberdade aos EUA.

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