EUA irritados na ONU: “Ninguém nos vai dizer onde colocamos as embaixadas”

15

Justin Lane / EPA

Os Estados Unidos vetaram, esta segunda-feira, uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenava o reconhecimento de Jerusalém como a capital do estado de Israel.

O voto acontece duas semanas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter decidido reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Os EUA foram o único país do Conselho de Segurança, com 15 membros, a votar contra.

A resolução foi introduzida pelo Egito, que ocupa uma posição não permanente no organismo, e evitava referências diretas aos EUA, dizendo apenas que os estados membros “lamentam profundamente decisões recentes relativas ao estatuto de Jerusalém”.

“Quaisquer decisões e ações com intenção de alterar o caráter, estatuto ou composição demográfica da Cidade Sagrada de Jerusalém não têm efeito legal, são nulas, vazias e têm de ser rescindidas para ficar em conformidade com as resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, lia-se no documento.

A resolução dizia ainda que “o estatuto final” de Jerusalém “é um assunto que deve ser resolvido através de negociações“, repetindo aquilo que tem sido a política oficial da ONU nas últimas décadas.

Depois de um briefing do Coordenador Especial para o Processo de Paz no Médio Oriente, Nickolay Mladenov, a embaixadora dos EUA junto da ONU, Nikki Haley, anunciou, num tom irritado, que o país iria vetar a resolução.

Não vou desperdiçar o tempo deste Conselho a discutir onde é que uma nação soberana deseja colocar a sua embaixada e porque temos todo o direito de o fazer”.

“Nenhum país vai dizer aos EUA onde podemos colocar a nossa embaixada. O que estamos a presenciar no Conselho de Segurança é um insulto e não nos vamos esquecer disto”, afirmou Haley, descrevendo esta resolução como “mais um exemplo de que as Nações Unidas fazem mais mal do que bem ao lidar com o conflito israelo-palestiniano”, cita a Rádio França Internacional.

Haley disse também que a atual administração teria vetado a resolução 2334, passada em dezembro do ano passado, quando Barack Obama ainda era Presidente, com aprovação dos EUA, e que condena a construção de colonatos por parte de Israel.

A embaixadora classificou essa resolução como uma “nódoa”, disse que era um “impedimento” para o processo de paz no Médio Oriente e que dava “um livre passe” aos palestinianos.

ZAP // Lusa

15 Comments

  1. O pessoal da ONU pensava que era com manipulação emocional a juntarem-se todos que iam conseguir convencer os EUA. Estão habituados a que isso funcione só que os EUA fazem o que acham melhor concordem ou não com isso.

  2. Já estamos habituados a que os eua ajam irresponsavelmente e arrogantemente. O que interessa é que o resto do mundo não sigam os eua nesta questão.

    • Arrogantemente? A decisão de onde colocar a sua embaixada, e que cidade designam como capital, só diz respeito aos EUA e a Israel. Se Israel concorda, o que é que o resto do mundo tem a ver com isso. Arrogante é o resto do mundo achar que tem voto na matéria!

  3. O ‘Império’ e a sua representante NiKKi, a qual, seguindo o pensamento de Trump, não passará de uma americana recauchutada, fizeram birra, bateram com o pé, irritaram-se com os outros membros do CS. Paciência. E apelidam eles alguns países de fazerem parte do ‘eixo do mal’ , de serem ‘estados párias’, e/ou ‘estados terroristas’ etc. e tal. Não deveriam olhar, EUA e Israel, em primeiro lugar, para eles próprios? Pelas suas práticas. nem sequer suspeitam que algumas destas designações lhes podem ser igualmente assacadas?

    • Parece-me a mim que o “Paciência” se aplica ao resto do mundo… EUA e Israel tomaram uma decisão que só a eles diz respeito, o resto do mundo fez uma birra mas tem mais é que se calar. De facto, a decisão de onde colocar a embaixada e que cidade designar como capital, só diz respeito aos EUA e Israel.

  4. A tia NIKKI, coitada, tem mesmo mentalidade americana, melhor dizendo, TRUMPIANA, que pronunciada em português cheira mal. O seu argumento: «Não vou desperdiçar o tempo deste Conselho a discutir onde é que uma nação soberana deseja colocar a sua embaixada e porque temos todo o direito de o fazer.» é tão cínico, para não o adjectivar de modo mais merecido, que revela apenas o modo como os demónios dos USA actuam.

    Tal argumento é dirigido a quem? Aos seus compatriotas? Talvez, até porque, como acontece na Coreia do Norte, uma grande percentagem dos habitantes dos USA não sabe onde vive e pensa que o resto do mundo simplesmente corresponde ao mal, quando, afinal, os demónios são de lá.

    É claro que os USA podem instalar a sua embaixada onde pretenderem, desde que os deixem. Até podem instala-la no meu quintal, se quiserem. Sempre se arranja passagem pelo beco lateral, para não terem de passar pelo portão principal que continuará reservado à minha Família. Seria uma maneira de estrumarem a terra que carece de fertilizantes.

    Colocar uma embaixada onde querem ou podem, é uma coisa. Determinar onde qualquer país soberano deve instalar a sua capital é outra. E aí, nem os USA, nem nenhum outro estado tem legitimidade para o fazer.
    Tenha juízo, tia NIKKI!

    • É verdade, mas acontece que Israel concorda com a decisão dos EUA… Parece-me que é um tema que só diz respeito aos EUA e Israel… Longe de ser apoiante to Trump, ou dos seus lacaios, mas aqui tem uma certa razão. Se os EUA querem colocar a sua embaixada em Jerusalém, e reconhecer essa cidade como capital de Israel, e Israel concorda, não vejo o que é que os outros países têm a ver com isso…

      • As coisas não podem ser assim tão simples, dado que, como se sabe, Jerusalém não está reconhecida como sendo exclusivamente de Israel. Logo a solução tem de ser acordada com os seus vizinhos e não com um país que, situado do outro lado do mundo, mete o nariz em tudo…. Se os USA querem lá instalar a sua embaixada, que o faça, mas que não “proclame” a velha cidade como capital.
        Só faltava o Trump lembrar-se de transferir a sua embaixada em Espanha de Madrid para Olivença (passe o exagero). Que diríamos nós, considerando que Olivença continua a ser portuguesa?

  5. Talvez a USA tenho o pleno direito a escolher onde por a embaixada, talvez não tenha o direito a proclamar o nome Capital. Por outro lado se eu fosse palestiniano estava seguro de que na zona da embaixada não caia nenhum míssil israelita, afinal nunca vi uma guerra tao desigual, de um lado pedras, do outro armas com nova tecnologia de ponta.

    • Desigual sim.
      Um judeu que se desloque ao lado muçulmano de Jerusalém, fá-lo por sua conta e risco (até mesmo risco de vida).
      Um muçulmano que se desloque ao lado israelita de Jerusalém, está em segurança.
      Uma rica desigualdade, sim senhor.

  6. Adoro como em todos estas notícias os unícos que se dão ao trabalho de retorquir às opiniões dos leitores são sempre os defensores dos judeus.

    • Pela forma como colocas as coisas, creio então que isso faz de ti um defensor dos islamitas, é isso? Nesse caso, e como para ti é tão chato as pessoas terem opiniões diferentes da tua, faz-te à vida e vai para a palestina ou para um outro paraíso muçulmano à tua escolha. Lá já podes usar o teu saiote, levantar o rabo para o ar nas orações, bater na mulher, e atirar pedras aos judeus sem ninguém te chatear. Nem dar opiniões aborrecidas.

      • Ó Pessoa normal, que raio de normalidade!!! Ou melhor, talvez isso seja mesmo o paradigma da normalidade. Confundir as coisas, ainda vá que não vá. Misturá-las de propósito para tentar ter razão no que diz é perder a razão toda.

  7. colocar sua embaixada em qualquer lugar do mundo ou até mesmo dentro do inferno,isso é fato, que diz respeito aos estados unidos, entretanto condenar uma decisão soberana oficial da assembleia geral das nações unidas que representa o planeta e que votou contra, em sua grande maioria ( 128 ) a decisão americana é dizer claramente aos americanos que somos independentes de opiniões e não estamos subjugados a uma potencia arrogante que por onde passa quer ditar suas regras e normas e que todos digam sim como vaquinhas de presépio as insensatas decisões que já ocorreram em diversos momentos do séc. XX e XXI.

  8. Em tempos que já lá vão, alguém disse ( pouco mais ou menos isto ):
    “Se as pedras estivessem nas mãos dos Israelitas e as armas nas mãos dos Palestinianos, os Israelitas já teriam sido todos mortos”.
    Israel existe porque se defende de um bando de selvagens que acha que a “Terra Prometida” ( não sei se foi prometida ou não ), lhes pertence.
    Quem não sabe… procure saber…
    Quando os Judeus chegaram à terra prometida “aquilo” era apenas um grão de deserto aonde ninguém vivia nem passava.
    O grão de deserto foi transformado em Jardim. Depois disso, a cobiça fez o resto. Todos os vizinhos reclamaram o jardim como sendo seu.
    Se deixarem Israel em paz, haverá paz… aquela terra só a eles pertence.
    Quanto a Jerusalém é, desde 13 de Dezembro de 1949, capital de Israel.
    Mais dia, menos dia, teremos mais e mais países a aceitá-lo.
    Mas o mais importante é conseguir, o mais premente, será “Golias” deixar “David” em paz. E haverá paz.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.