O Presidente dos Estados Unidos reconheceu, esta quarta-feira, Jerusalém como capital de Israel, afirmando que “há muito que já deveria ter sido tomada” esta decisão.
Este anúncio de Donald Trump representa uma rotura com décadas de neutralidade da diplomacia norte-americana na questão israelo-palestiniana.
O Presidente dos EUA também anunciou, como já era esperado, que vai dar ordens ao Departamento de Estado para mudar a embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém.
No seu discurso, o Presidente norte-americano disse que continua a defender uma solução de “dois Estados” naquela região – Palestina e Israel – e disse “tudo fará para promover uma solução pacífica”.
Trump apelou à “calma” e à “tolerância” na sequência do seu anúncio, e indicou que o seu vice-presidente, Mike Pence, se desloca ao Médio Oriente “nos próximos dias”.
“Hoje apelamos à calma, à moderação, e que as vozes da tolerância se sobreponham a quem propaga o ódio”, declarou o Presidente dos EUA no decorrer da sua alocução.
Os Estados Unidos transformam-se assim no único país do mundo a reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental da cidade, conquistada em 1967.
Israel considera a Cidade Santa a sua capital “eterna e reunificada”, mas os palestinianos defendem pelo contrário que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram, num dos principais diferendos que opõem as duas partes em conflito.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.
Uma lei norte-americana de 1995 solicitava a Washington a mudança da embaixada para Jerusalém, mas essa medida nunca foi aplicada, porque os Presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama adiaram sua implementação, a cada seis meses, com base em “interesses nacionais”.
Trump disse, a propósito desse adiamento, que “velhos problemas exigem soluções novas”.
// Lusa