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“Filhos e enteados.” António Costa “devia fazer um apelo ao PCP” para adiar o Congresso

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PSD / Flickr

Luís Marques Mendes

No habitual comentário de domingo, na SIC, Luís Marques Mendes disse que o primeiro-ministro deveria apelar ao adiamento do Congresso do PCP do próximo fim de semana.

Este sábado, António Costa “fez um apelo aos empresários e aos patrões para suspenderem a laboração na véspera” dos feriados de 1 e de 8 de dezembro com o objetivo de conter os contágios da pandemia. Luís Marques Mendes não compreende por que motivo se apelou à dispensa de trabalhadores, mas não se fez o mesmo para adiar o congresso do PCP.

Nesse sentido, o comentador político disse, citado pelo Expresso, que o primeiro-ministro deveria apelar ao adiamento do Congresso comunista, que se realiza já no próximo fim de semana em Loures, um dos concelhos em risco muito elevado e que tem de respeitar as regras aplicadas a estes concelhos, como o recolher obrigatório a partir das 13h.

Para Marques Mendes, o que está “aqui em causa é a perceção de que há filhos e enteados”. O comentador da SIC considera que se Jerónimo de Sousa optasse por adiar o Congresso, “toda a gente os ia aplaudir”. “Isto não é uma questão de esquerda ou direita, é uma questão de bom senso.”

“A questão do Congresso existir ou não existir, ser ou não adiado, não é uma questão legal, mas sim política“, assegurou Marques Mendes, afirmando que a lei não permite proibir a sua realização.

Questionado sobre uma eventual ligação da realização do Congresso à aprovação do Orçamento do Estado para 2021, Marques Mendes lembrou que o PCP já teve “ganhos de causa no Orçamento”, nomeadamente o lay-off, que “já foi melhorado”.

Governo está “um pouco aflito” com o Natal

Em relação ao Natal, Luís Marques Mendes referiu que o Governo “está um pouco aflito” e que o primeiro-ministro nada disse sobre esta quadra festiva e com muitas deslocações e reuniões familiares. “A sensação que se tem é que o Governo está com medo de tomar medidas.”

O antigo líder social-democrata considera que António Costa só tem vantagens “em anunciar o mais rápido possível” o que pensa fazer para que os portugueses possam organizar-se e planear o seu Natal.  Só “falando com clareza e com verdade” é que Costa conseguirá “criar uma boa química com as pessoas“, sublinhou.

Já sobre as medidas anunciadas no sábado pelo chefe de Governo, o comentador disse que aquele “não pareceu o momento mais feliz do primeiro-ministro em conferências de imprensa”, apontando que António Costa parecia “algo cansado”.

Marques Mendes tem dúvidas sobre se as medidas apresentadas serão suficientes, sobretudo nos 47 concelhos mais críticos, e defendeu que muitas são tardias. “Não tomar medidas a tempo e horas tem sempre um preço.”

A proibição de circular entre concelhos nos dois feriados no princípio de dezembro mereceu um elogio por parte do conselheiro de Estado, que disse ser uma “medida necessária”. Marques Mendes também elogiou a criação de quatro escalões, consoante o risco de contágio nos concelhos, apesar de a sua aplicação prática não ser “justa”.

“O Governo criou quatro escalões, mas na prática apresentou medidas para três escalões. Não é a mesma coisa um concelho que tem 500 ou 600 infeções por dia, em função de 100 mil habitantes, contra o que tem 1.500, 2.000 ou 3.000 infeções por dia por 100 mil habitantes.”

“Exigente com o Governo sem deixar de ser solidário”

O comentador da SIC elogiou o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, na passada sexta-feira, considerando-o “exigente e claro”.  “Foi exigente com o Governo sem deixar de ser solidário”, considerou.

O Presidente da República teve a preocupação de “falar verdade” aos portugueses quando referiu que pode vir aí uma terceira vaga em janeiro ou fevereiro, lembrando que “falar verdade é dizer as coisas, sejam boas ou sejam más”, sublinhou.

“O Presidente limitou-se, portanto, a reproduzir aquilo que é a opinião dos técnicos, a falar a verdade às pessoas como quem diz ‘atenção, temos aí um risco no horizonte e temos de ter muito cuidado’. Numa palavra, pareceu-me um discurso muito adequado.”

ZAP //

2 Comments

  1. Nem o Governo nem ninguém tem apelar aos partidos para adiarem congressos ou outros eventos os próprios partidos é que deviam ter vergonha na cara e adiarem, só assim mostram que estão com os cidadãos que respeitam as recomendações dadas, só desejo é que o PCP nas próximas eleições fique reduzido há sua insignificância, que os eleitores não se esqueçam do respeito que o PCP tem para com o povo.

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