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Al Qaeda volta a ameaçar Charlie Hebdo por reeditar caricaturas de Maomé

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France Diplomatie

A Al Qaeda voltou a ameaçar a redação da revista satírica francesa Charlie Hebdo, por reeditar as caricaturas do profeta Maomé, quando decorre o julgamento de suspeitos no envolvimento do atentado à publicação, em janeiro de 2015.

A informação foi avançada pelo grupo norte-americano SITE, especialista no acompanhamento destas organizações extremistas.

A operação terrorista contra a revista Charlie Hebdo “não foi um incidente pontual”, avisou aquela organização, em texto divulgado esta sexta-feira, onde evoca os “heroicos irmãos Kouachi”, autores do ataque, que reivindicaram em nome da Al Qaida no Iémen, antes de serem abatidos pelas forças da ordem.

Para marcar a abertura do julgamento em Paris dos autores dos ataques contra Charlie Hebdo, polícias e um minimercado judeu, que provocaram 17 mortos na capital francesa, a revista satírica colocou na sua capa as caricaturas de Maomé que tinham feito desta publicação semanal um alvo destes extremistas.

A Al Qaeda acusa o presidente francês, Emmanuel Macron, de ter dado “a sua autorização” a esta reedição. “Se a vossa liberdade de expressão não respeita qualquer limite, preparem-se para se confrontarem com a liberdade das nossas ações“, ameaçou a organização fundada por Osama bin Laden, na sua revista divulgada esta sexta-feira, quando se assinalam os 19 anos dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, fomentados por este grupo.

Ainda segundo o SITE, outro meio, ligado à organização terrorista que se designa por Estado Islâmico, já tinha ameaçado a Charlie Hebdo de represálias, no início de setembro, pela republicação das caricaturas de Maomé.

No julgamento, que começou agora, 14 acusados, dos quais três julgados à revelia, são suspeitos, em grau diverso, de apoio logísticos aos irmãos Said e Chérif Kouachi e a Amédy Coulibaly, autores dos ataques que provocaram 17 mortos, entre 7 e 9 de janeiro de 2015, e suscitaram uma enorme manifestação contra o terrorismo, no dia 11 de janeiro, com a participação de vários chefes de Estado e governo estrangeiros.

Em 7 de janeiro de 2015, os irmãos Kouachi assassinaram 11 pessoas no ataque, com armas de guerra, à redação da Charlie Hebdo em Paris, após o que fugiram, matando um polícia.

No dia seguinte, Amédy Coulibaly – que tinha sido companheiro de prisão de Chérif Kouachi – matou uma agente da polícia municipal, perto de Paris, e depois, em 9 de janeiro, executou quatro homens, todos judeus, durante a tomada de reféns que fez no estabelecimento comercial Hyper Cacher, no leste de Paris.

Esta situação acabou com a morte destes três homens, durante um duplo assalto policial, quase simultâneo, ao estabelecimento e a uma tipografia, onde os atacantes do Charlie Hebdo se tinham refugiado.

// Lusa

7 Comments

  1. “Se a vossa liberdade de expressão não respeita qualquer limite, preparem-se para se confrontarem com a liberdade das nossas acções“
    Isto realmente nao pode ser democracia, pois em democracia , não pode valer tudo. Desta insanidade resultaram mortos inocentes em França e ninguém ousou culpar os responsáveis do charlie hebdo dessas mortes, tudo em nome da nossa democracia, democracia que aceita que se possam matar pessoas, por atos violentos, mas não aceita que esses autores confessos e apanhados possam ser executados…è bom que os donos disto tudo…esses editorialistas, pensem nas consequências que as suas acções podem trazer para o povo que os acolhe, que os trata bem e lhes dão benefícios…Estes tipos do charlie hebdo, nao podem fazer tudo o que lhes da na telha…tem de haver mão nestes charlies…. ou pensam que é arte meter uma camisa de venus no nariz de João Paulo II, o que mereciam esses tipos por parte dos catolicos…?

    • Comentário lamentável, deplorável mesmo… Vive em liberdade, mas infelizmente nem sabe o que isso é. Poder expressar uma opinião ou ponto de vista (ou qualquer forma de expressão em geral, incluindo a artística) é um princípio basilar de qualquer democracia. Que não tem que ter nenhum crivo de agradabilidade. Se uma opinião agrada ou desagrada isso é subjectivo a cada um, e não uma característica objectiva (e intrínseca) dessa opinião. Algo que me desagrada a mim pode agradar a si e vice-versa. Os eventuais ofendidos, que realmente se possam achar atacados, insultados ou difamados a nível pessoal, podem recorrer à justiça. Aos outros “ofendidinhos da vida”, se não gostam que deixem na beira do prato. E é assim que funciona. Fazer desenhos não é ofensivo, ofensivo é matar pessoas.

  2. porque nao aparece o meu comentario?…o 25 de Abril, foi à 45 anos…Nerle comemora-se a liberdaDE, OU COMEMORA-SE A LIBERDADE QUE NOS APRAZ? CENSURA? pODIAM TE-LO FEITO NO cHARLIE hEBDO

  3. A Satírica sempre existiu, na Sociedade desde os tempos mais remotos. C.Hebdo, não é mais que um hebdomadário Satírico, que aborda vários temas da Sociedade em geral. Há quem goste e não goste. Em Democracia há legitimidade para tais publicações. Mas sobre o pretexto “Religioso” os diversos grupos fanáticos e assassinos, não hesitam a perpetuar atentados num País Democrático, com simples objectivo de desestabilizar o Sistema Governativo do País e Países Ocidentais. Não passam de cães raivosos, que só merecem um tratamento, fenobarbital a grande dose.

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