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“Resistir é preciso. Abram os vossos negócios.” Restaurante em Lisboa faz festa com dezenas de pessoas

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(cv) facebook

Sem máscara nem distanciamento social. Foi assim que decorreu o jantar no restaurante Lapo em Lisboa

O restaurante Lapo na baixa de Lisboa, que recusou fechar no dia 15 de janeiro, em pleno Estado de Emergência, transmitiu esta quinta-feira à noite um direto no Facebook. Nas imagens pode ver-se um grupo vasto de pessoas que aparece sem distanciamento físico ou máscara.

O restaurante/associação cultural Lapo, em Lisboa, voltou esta quinta-feira a violar as regras de confinamento e organizou uma festa com várias pessoas, entre elas crianças e idosos.

António Guerreiro, dono do espaço, fez uma transmissão ao vivo, através do Facebook, onde se cantava a “Grândola Vila Morena” e se incentivava ao desrespeito das normas estabelecidas pelo Governo no que diz respeito aos estabelecimentos de restauração.

“Meus amigos, resistir é preciso. Abram os vossos negócios. A liberdade não se pede, exerce-se”, diz o proprietário no início de uma transmissão onde se podem ver pessoas de todas as idades, incluindo uma criança, a conviver em espaços fechados sem qualquer tipo de distanciamento social ou fazendo a utilização da máscara.

Nas imagens, é ainda clara a presença de dezenas de pessoas que convivem com copos de vinho na mão em ambiente festivo.

O restaurante tem defendido o direito à abertura de espaços de restauração, durante o estado de emergência, e a 28 de janeiro os proprietários organizaram um protesto depois de recusarem fechar o estabelecimento. Nessa altura, foram notificados pela PSP e tiveram de pagar uma multa até 20 mil euros.

Durante o direto no Facebook, os proprietários dizem que “só paga coimas quem quiser. As medidas do Governo são ilegais. A Constituição da República Portuguesa é a Lei suprema do país“.

À porta do restaurante havia ainda um manifesto (também publicado nas redes sociais) onde os sócios-gerentes do espaço defendiam que “a defesa da saúde pública não deve nem pode tornar-se um álibi para um atentado contra a vida e a liberdade do povo português”.

“Nós, António Guerreiro e Bruna Guerreiro, sócios-gerentes da empresa Atelier Lapo Lda., decidimos manter o restaurante Lapo aberto, invocando o artigo 21.º da Constituição da República Portuguesa – Direito de Resistência”, alegam no manifesto.

Ana Isabel Moura, ZAP //

10 Comments

  1. Estranho uma notícia tao fresca,e tao irreverente ainda não ter sido comentada por ninguém!!!
    Será q tao todos com vontade de fazer o mesmo mas não tem colh#€$ pra o fazer? Ninguém fala nesse artigo 21; poucos são os q sabem disso; e muitos são com vontade de fazer o mesmo? Q repercussões vão ter essas pessoas do directo? Quantos tao contaminados nesse espaço? Será q tao? Será q vão contaminar ? Era interessante fazer uma investigação não com o propósito de incriminar mas sim de averiguar o resultado concreto mais detalhado possível de tal ação conjunta desses indivíduos! Perceber se são assim tao irresponsáveis ou se se somos nós assim tao tapados!

    • Oh amigo, é muito simples. Isto era o que se fazia antes da pandemia e deixou-se de fazer porque as pessoas ficaram infectadas. Por outro lado, investigar o quê? Há de haver situações onde não é transmitido e outras onde é. No entanto, a questão não é essa. Mas mesmo que fosse, e isto fosse permitido, levando mais gente a faze-lo, quem pagava tanta investigação para saber como acontece, quem e onde? O que importa é o grau de risco que é elevadíssimo. Quem não entende isto é quem é o verdadeiro “tapado”.

  2. A liberdade exerce-se mas quando esse exercício é feito em sociedade, essa liberdade exige responsabilidade. Isso ou vão todos para uma ilha deserta. Aí podem exercer o que vos der na real gana.

  3. “a defesa da saúde pública não deve nem pode tornar-se um álibi para um atentado contra a vida e a liberdade do povo português”.

    Também se pode ler:

    “O nosso contributo – com a nossa falta de cuidado e falta de empatia – para a morte de milhares não deve nem pode tornar-se um álibi para um atentado contra a vida e a liberdade do povo português”.

    É o que essa gente afirma.

  4. Irresponsabilidade, Egoísmo, Desrespeito por os outros que cumprem, Risco para a Saúde Pública. Estes provocadores podem fazer as “palhaçadas” que entenderem, mas se acabarem numa cama de UCI, que os cuidados Médicos lhes sejam facturados e pagos do próprio bolso, foram identificados portanto a que criar uma lista de incumpridores, e divulga-la a todos os Serviços de Saúde. A Liberdade de fazer o que se quer, não se revendica durante uma situação de pandemia, que custa a vida a milhares de Pessoas. Estes énergumènes não respeitam os outros, portanto não merecem respeito nenhum !

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